domingo, 12 de agosto de 2012
Imprecações: O dia que Calígula cortou as línguas.
Estou ficando cansado da linguística com seres hilariantes que despejam sons e mais sons. A vaidade é o centro dos argumentos que não cessam. Textos que se equivalem em diálogos de igualdade nos casais do modismo inglês sendo que uns 150 anos atrás as mulheres eram vendidas em praças e feiras na Inglaterra com cordas nos pescoços, e o contraditório é estabelecer que existe uma comunhão mútua num ditame de extrema individualidade nos atuais. Não houve uma acomodação nos costumes, e acabam revelando uma insatisfação nas relações por estarem fundamentados em enganos. Saio da peça¹ que não sabe fazer outra coisa que não seja relacionar um monte de pares num tom de ideologia das igualdades, e entro num ônibus com alguns bonés rimando rap numa vaidade falante. É tão evidente as intenções, coisas de marcação. Uma linguística estética convenciona-se ao silêncio, sem compartilhamento das almas no intelectuo. Não preciso provar e serei feliz sem os tímpanos. Um mundo dos falantes acaba de perder um representante que pensava ser um grande argumentador dentro de uma esfera que todos são argumentadores vaidosos na busca de se endeusar e satisfazer sua presença no mundo contando coisas, uma busca de justificação falante no espaço. Pensava que escrevia bem e muitos escrevem, e você é o rastro do aquém. Deveríamos ser animais sem esboçar símbolos no caminho do vácuo da natureza no continuum. Uma racionalidade que é uma besta degringolada.
E quanto a venda de mulheres inglesas, não duvide. Era um costume e costume na esfera de Hume ou Bourdieu e etc, como queira. Falar de relações em termos de igualdade numa espécie de joquinho com influência tendenciosa gestora de nossas fragilidades colocando como ideal é algo nojento. E toda moralidade dos iguais vem calcado num defeito que passa como modelo de costumes, e assumimos como se tudo tivesse sido feito moldado com a perfeição sendo que para eles é uma correção do mal feito. Brindamos com êxtase aquilo que veio com defeito num mero esculacho de gente vazia esperando pequenos argumentos, tidos como exemplo, para delirar. E mais: numa representação que vem de um passado que não foi bem gerido e não somos capazes de averiguar a exatidão daqueles gestos é falta de visão, de observação, de nitidez. Interpretem bem, sem as tendências óbvias, para representar bem o contexto daquele universo. Sapere aude. Cabe saber quem mentiu num todo mentiroso de influências impregnantes. O teatro não pode ser tão ingênuo.
"Será possível que um governo que proíbe a venda de um negro não possa proibir a venda de uma esposa saxônica?" Caroline Dall (feminista 1860).
¹ Montagem Teatral "Imprecações" de 3 textos do Michel Deutsch: "As despedidas" (Les Adieux), "Os Beijos" (Les Baises) e "Audição" (L'Audition).
Site: http://serialcomicos.blogspot.com
depois faço a correção.
carlos jansson
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