segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O enforcamento de Rafael Schumacher

O Rafael fazia um personagem de um adolescente triste e teve a opção da escolha entre uma pistola e o enforcamento suspenso da peça teatral "Mirages" no Teatro Lux à Pise na Toscana. Assim que foi constatado o problema com ele no palco, ele foi assistido por um médico da platéia, e que dias depois veio a morrer no Hospital de Pise.

A questão a saber é qual o motivo de Rafael para chegar a este fim? Se foi um acidente que todas as ações contam com isto segundo Aristóteles ou não foi um acidente, e assim saindo de uma cena de teatro para uma ação na realidade. O uso da representação como simulação da passagem de uma cena para uma tragédia. Muitos são os autores e textos que fazem um metateatro, só que não encarnando a verdade do personagem com tanta realidade. E dentro da teoria da ação em Aristóteles tem a práxis que é uma condição de desencadear uma situação de fuga como um pedido pelo fim da dor.
As condições do ator que não sei qual é na sua singularidade pode ter produzido (poesis) num traspor artístico para o nada como uma passagem digna. Nisto tem uma dualidade da vida diante da contemplação que justifica uma aproximação com os artistas. É claro que isto tudo inserido dentro da "prudência" diante de um equilíbrio. Mas quando todos os equilíbrios se quebraram e só sobra a dor de existir e agir prevalece aquilo que podemos chamar de negativo, para um fim filosófico.

Será que o amor ao teatro vale a pena uma cena tão realista platônico? É possível que tenhamos atores que possam morrer pelo teatro ou pela cena? Um soldado não é um covarde quando um político determina que ele vá a guerra com a possibilidade da morte.
É pouco provável que seja um suicídio, e sim um acidente de trabalho. Os suicidas geralmente deixam uma carta de despedida, que não teve. Não teve carta, que pena. Isto lembra o suicídio de Albert Camus. Mas o porquê da carta se vai para o nada?