terça-feira, 23 de março de 2010

Lilla Janvier e Gil Emannuel em "Exílio"





Franceses no Brasil


Um ano atípico no Festival de Curitiba 2.010. Talvez pelas mudanças geradas e o aumento de espetáculos que acaba em muitas desistências, e assim uma desestruturação no cronograma do Festival. Méritos para o festival que parte de um principio democrático e abertura para tudo e todos. Isto resulta em bons espetáculo e alguns nem tão bons assim.


A dramaturgia está sendo pontuada e nítida para os observadores, como o Till,a saga de um herói torto que prolonga o Fausto de Goethe com seu filho e da Margarida que ganha vida numa passagem entre o medieval e o moderno com o problema do mal da época na filosofia. Um belo espetáculo como já era esperado, e uma dramaturgia engasgada. A Dulcinea’s Lament que é a Dulcinéia do Dom Quixote, que sem ele o vácuo é inevitável em cena.

É percebível que os espetáculos não sabem trabalhar com a mídia e os jornalistas não tem um cuidado especial com os espetáculos. Trabalham num fisiologismo básico de saber quais os espetáculos estão cotados para serem as vedetes sem se preocupar com a chama potencializadora que vai fazer o novo de qualidade. Como o laboratório que fiz com o grupo Les Batteurs D’Estrade na peça Exílio. Uma peça linda de morrer com propostas inovadoras dentro do Clown.

O Clown no Brasil é direta com imagens resumidas no intuíto de agradar o público de imediato. A inovação deles foi o tratamento da imagem sem a devida e esquizofrênica idéia da presença no palco. O elenco formado pelo Gil Emannuel e Lila Janvier são talentos interessados na qualidade e penetração da imagem criada. O clown está envolvido na história sem se preocupar com o público como falei. E talvez seja esta a parte poética de que tanto falaram. Eles têm mais poesia do que eles possam imaginar.

O cinema francês têm uma nostalgia no romance de casal, e eles fazendo um par harmônico viajando pelo mundo buscando intercâmbio. Uma peça que fala de descobertas a dois, cheio de emoções e vindo da França é o tempero perfeito para um paraíso de Adão e Eva.



Este laboratório foi importante para perceber como a cultura do Brasil lida com as culturas de outros países, levando em conta que as promessas de grandes nomes da Europa passaram por Curitiba. Isto porque tive o cuidado de saber os seus objetivos e as suas ligações na Europa. Como a Lila Janvier que já tem trabalhos firmados com outras companhias na França e não precisa ser um grande psicólogo para perceber o seu potencial. E o Gil Emannuel com uma leitura inteligente acima da média com o que acontece ao seu redor. O que propiciou uma boa comunicação pela facilidade de absorver o português e ter morado em Portugal por algum tempo. Aqui é que está o maior problema da mídia Brasileira onde um francês assimila a língua portuguesa com facilidade e não há troca de informações de diferenças culturais. E as diferenças são radicais, como por exemplo o título do espetáculos deles que se chama Exílio. Este Exílio tem um significado totalmente diferente da nossa compreensão. Para eles é poético, e para nós é lembranças de políticos que foram exilados em golpes na América do sul com transferências de governos.



Percebi na Lila Janvier e no Gil Emannuel uma pitada de mágoa com a imprensa brasileira que não soube ver a busca de intercâmbio de alguém que sai do seu país em direção ao Brasil e não tem reconhecimento. Mas, isto é coisa da arte e principalmente do teatro. E do governo Brasileiro que discursa e não tem nenhum comprometimento com a cultura de seu povo. Provavelmente eles serão a nova geração de grandes artistas na Europa que terão uma imagem única do Brasil. Este Brasil sem propósito. Este Brasil de uma superficialidade Foucaultniana. Sinto por estes franceses de uma nova geração que não tem um ímpeto imperialista, que deveriam ter, numa nação que não sabe se dirigir.


Carlos Jansson
Jornalista, licenciado em História
Pesquisa atual: O Problema da Teodicéia de Leibniz á Bayle, na filosofia da Universidade Federal do Paraná.
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sábado, 20 de março de 2010

Lei de incentivo do estado do Paraná.

Minas Gerais é um dos maiores focos de produção artística do Brasil, e tudo graças a Lei de incentivo a cultura do estado de Minas Gerais. Estou falando do estado e não a lei Rouanet e Ancine federal que é normal para todos, e nem os municipais. É o estado de Minas que tem sua Lei de fomento.

O Paraná não tem lei de incentivo a cultura.

Por favor artistas, se olhem no espelho e percebam as suas fragilidades. Porque, diante da angústia acabam se degladiando. Sendo, que a origem do problema é a falta de recursos e fomento do estado do Paraná. A produção paranaense se destaca pela quantidade e infelizmente esta abaixo da qualidade no geral. A situação é horrível de quem vem de fora e enxerga vocês. Façam alguma coisa, por favor.
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Violência (O)Acidental

 
Em tempos urbanos contemporâneo é natural do cidadão diante de tantas informações pensar sobre o objetivo desta corrida desvairada no seu universo particular. Uma tecnologia que acelera o tempo satisfazendo o olhar limite de sua vida e a fragilidade caótica que leva ao desequilíbrio entre a paz e a violência. Aqui poderia ser citado o Panóptico de Foucault com referência ao filme "Cidade de Deus" com o problema central da barbárie não só nas comunidades e cidades como nos estados que vem assimilando a gravidade dos novos dias.

A filosofia medieval já considerava que o erro não está no ato e nem na lei. O desvio da vontade está entre os dois. E na medida que a lei aumenta indicam que o erro no ato aumenta. Leis que geralmente são feitas num fisiologismo político na concepção de "vontade de todos " e "vontade geral" do Jean Jacques Rousseau. Sendo que um é feito por todos e para todos de uma população, e o outro é feito para alguns pensando em regrar todos de uma população visando um bem maior para defender eles deles mesmos. A democracia sabe usar bem este expediente numa forma de se manter e ainda impor utopias argumentativas fisiológicas de legisladores que muitas vezes cometem erros que são verdadeiros absurdos aos nossos olhos.

Se o defensor religioso Leibniz conseguiu responsabilizar Deus na sua metafísica sobre a maldade do mundo, então já podemos responsabilizar o estado pela má sorte do cidadão no sistema.
E olha que ele era um religiosos convicto.