
Franceses no Brasil
Um ano atípico no Festival de Curitiba 2.010. Talvez pelas mudanças geradas e o aumento de espetáculos que acaba em muitas desistências, e assim uma desestruturação no cronograma do Festival. Méritos para o festival que parte de um principio democrático e abertura para tudo e todos. Isto resulta em bons espetáculo e alguns nem tão bons assim.
A dramaturgia está sendo pontuada e nítida para os observadores, como o Till,a saga de um herói torto que prolonga o Fausto de Goethe com seu filho e da Margarida que ganha vida numa passagem entre o medieval e o moderno com o problema do mal da época na filosofia. Um belo espetáculo como já era esperado, e uma dramaturgia engasgada. A Dulcinea’s Lament que é a Dulcinéia do Dom Quixote, que sem ele o vácuo é inevitável em cena.
É percebível que os espetáculos não sabem trabalhar com a mídia e os jornalistas não tem um cuidado especial com os espetáculos. Trabalham num fisiologismo básico de saber quais os espetáculos estão cotados para serem as vedetes sem se preocupar com a chama potencializadora que vai fazer o novo de qualidade. Como o laboratório que fiz com o grupo Les Batteurs D’Estrade na peça Exílio. Uma peça linda de morrer com propostas inovadoras dentro do Clown.
O Clown no Brasil é direta com imagens resumidas no intuíto de agradar o público de imediato. A inovação deles foi o tratamento da imagem sem a devida e esquizofrênica idéia da presença no palco. O elenco formado pelo Gil Emannuel e Lila Janvier são talentos interessados na qualidade e penetração da imagem criada. O clown está envolvido na história sem se preocupar com o público como falei. E talvez seja esta a parte poética de que tanto falaram. Eles têm mais poesia do que eles possam imaginar.
O cinema francês têm uma nostalgia no romance de casal, e eles fazendo um par harmônico viajando pelo mundo buscando intercâmbio. Uma peça que fala de descobertas a dois, cheio de emoções e vindo da França é o tempero perfeito para um paraíso de Adão e Eva.