quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Marta Suplicy, a demagogia em pessoa.


Vejam o que a Marta Suplicy falou no artigo "O Poder Jovem na Folha":

"Mais tarde, postou um vídeo mostrando a falta de preparo do professor de matemática".

Ela fala como se o outro lado, que ficou sem o direito de se manifestar, fosse o problema. Ela esta julgando e desprestigiando os professores que sabem que por trás desta história têm muito o que se falar. Isto no contexto do "diário de classe" da Isadora Faber. A Marta Suplicy, que é a Ministra da Cultura, agora. E o Brasil dá um passo atrás.

Isto quer dizer que a professora que entrou na justiça, as merendeiras desrespeitadas, o regimento da escola que não serviu para nada, a lei do estado que não permite celular em sala de aula. O professor que foi comparado com um "rato", deve fazer parte da construção democrática da Marta Suplicy?

Como pensar de alguém que deveria ter um preparo para assumir o Ministério da Cultura pode pensar assim? Meu Deus, o Brasil não pode ser isto.

De improviso acabei me envolvendo com o caso e aos poucos fui conhecendo os personagens da estória de Isadora Faber. A minha curiosidade maior era saber o outro lado (isto já marca uma estrutura binária importante). E me surpreendi quando o outro lado; marcou sua presença com uma diferenciação espetacular. Um posicionamento com um grau de estratégia interessante e ao mesmo tempo acuado com tanto ruído.
O que falta antes das pessoas se manifestarem é buscar mais informações sobre os acontecimentos.
Implantaram uma áurea que não corresponde com a verdade. Tudo é sujeito à interpretações. Mas é razoável pegar aquilo que é mais universalizante e no contexto da opinião da comunidade local. E no universo da Isadora Faber criou-se dois mundo: a verdade da menina com os pais desenvolvendo a trajetória por trás e a verdade da comunidade em que a menina faz parte. E grande parte da culpa é da mídia, com o trabalho jornalístico que tentou criar um personagem que se tornou um ser estranho, e provavelmente com um desenvolvimento futuro comprometido.
Continuando... Pequei uns exemplos aqui para conferir naquilo que o Brasil está caminhando nesta consciência de perspectiva em formação. Que é um retalho de reportagem desta semana que revela um gesto peculiar cada vez mais proeminente na sociedade:

Esta foi uma reportagem em um canal de televisão que no momento não sei o canal: Policiais abordam um carro na perseguição. Um carro idêntico daquele usado no assalto e constataram que não era o mesmo. Mas este "carro abordado que não era dos assaltantes portava armas e drogas".
Alguns vão achar coincidência. Será mesmo? 

A reportagem: "Ela (Lore de Santana Vaz) foi encontrada degolada no último dia 13, em Santo André, no ABC Paulista.
O auxiliar de limpeza Robert P. de 32 anos, foi preso anteontem e confessou ter recebido R$ 1 mil para matar a vítima. Na noite de ontem, o funileiro Nonato. B. de 21 anos, também foi detido. Os dois são apontados como executores do crime". Publicação da Jornalista Thaís Nunes.

 O que está mostrando aqui é o fato da mentalidade prevalecendo na população. O assassinato não foi feito por ladrões; foi feito por trabalhadores. O que configura um estado de violência de uma comunidade doente. Tudo gerado por uma educação que não alcança mais os seus objetivos. Uma educação em frangalhos que alguns insistem em pontuar quando o universo todo da relação social esta comprometida. As famílias são o centro de um epílogo de desencontros diante de um discurso da independência solitária e ao mesmo tempo o mundo dos iguais. O "ai fora" está sendo construído de uma forma que o humano volta ao seu instinto primitivo.

Coloquei parte deste texto nos comentários no site do Ministério da Cultura¹ sujeito a avaliação para ser publicado e não foi aceito, excluíram. É claro que aqui daria um debate sobre a "liberdade de expressão" tão divulgado num país democrático, que de democrático não tem nada. A não ser que seja de interesse deles. O que é muito, mais muito... mais muito estranho.
E geralmente sou excluído com meus comentários na rede social, e até entendo. Por que o que eu falo os burros abaixam a orelha.

¹ Ministério da Cultura da Ministra Marta Suplicy. Artigo no www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/65109-poder-jovem.shtml


Como sabem, os meus textos sempre estão em processo de construção e correção.

carlos jansson



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Homem que não gostava de dinheiro

   

       Pensei em escrever um conto, sem aumentar um ponto. O que me intriga com este título é saber que o dinheiro não é intrínseco na sociedade de uma consciência reinante¹. Ele pode ter se alastrado como um vírus nas profecias de Adam Smith. E ter uma estrutura social abarcado nele como forma de esquadrinhar nossas vidas sem opção de outros formatos. Mesmo percebendo outros povos que numa diacronia, num mesmo tempo, e até aqueles que trilharam um paralelo de civilização, olhavam o mundo com propostas ingênuas e nobres.
       O engraçado é o formato das permutas entre empresas e empresários quando se deparam com esta possibilidade. Todos eles se sentem em estado de graça diante da possibilidade da troca dos produtos. Muito mais do que se usassem o dinheiro como mediador. E é aqui a chave do meu problema que devo escrever mais, na sequência. Troquem-se e não contribuam para uma consciência a caminho da falência. A troca faz bem a algo que você nem percebe e que logo, logo a gente fala. A palavra "dinheiro" já não é visto como um bem entre nós. Ele está carregado de negatividade e tudo força de quem contribuiu para que ele estivesse assim, que não foi você é claro. E sim, está nuvem negra do poder que prega a igualdade e discrimina ao mesmo tempo. Não que você vá rasgar dinheiro.
       Experimente fazer uma permuta bem feita para ver se não se sente próximo de algo mais concreto. Da lógica do concreto.

¹ Acho que na prática com engenho em Marx não concordava com isto que falei, da maneira que falei.

depois continuo.

carlos jansson