terça-feira, 25 de agosto de 2015

A exaustão do mundo



É engraçado que ninguém consegue dimensionar o instante cosmológico de nossa era. O espírito burguês cansou com o discurso político moralista cometendo muitos erros. Não estou falando do homem rico de propriedades que se convencionou como burguês. A política nas cidades travou e sua dinâmica não chega nas gens. Aos vencedores as batatas porque se descobriu que o outro lado era o vencedor. 

Palmira destruída iniciada com os saques dos museus do Iraque é o grande efeito de uma civilização em decadência. Milhões de torres gêmeas caindo com a resposta dos Árabes diante desta nova cruzada. O povo no ocidente na sua passividade momentânea pode desencadear uma grande revolução na busca da origem inicial. Isto não é difícil de prever diante dos acontecimentos e aquela ânsia visível de concerto do mundo. O ciclo vem se fechando e nele sempre é possível enxergar os próximos eventos. Por exemplo, se não fosse a ciência com certeza teríamos uma nova peste negra com uma enorme matança. A matança já existe e até genocídio de crianças numa humanidade míope que não vê o que fez. 

Eu não tenho filhos então eu não tenho do que me preocupar. Aos vencedores as batatas. Quem brinca com a natureza pensando que ela não se manifesta pode descobrir tarde demais que o homem não é nada. 


Gaivotas de Pontal do Sul


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Verdades Secretas - O mundo das modelos



Uma das coisas que posso dizer que vivi e de certa forma estive no centro das atenções da atividade de modelos. Através de amigos fui me introduzindo no meio mesmo não sendo modelo. Pelo contrário, sempre me achei um feio. Mas de certa forma me sentia muito a vontade no meio e acabava entrando cada vez mais no grande círculo das belezas. 

Uma coisa é certa, o meio é fatal. A beleza embriaga e a relações chegam aos extremos. Mas não tem como não ser diferente quando se percebe que seu mundo é o berço esplêndido. A sexualidade bate a porta dos limites.

Penso que eu era ingênuo mas sortudo. Minha casa já teve as mulheres mais bonitas de Curitiba. Meus trabalhos era com dezenas de mulheres. E através deste viés descobri a arte. Eu não queria só isto e através de um curso de cinema acabei me desviando desta linha. Fui trabalhar com televisão e depois o teatro. Mas sempre estou de olho no que acontece no mercado. 

O mercado sempre girou da mesma forma, com as promessas. Muitos gastam dinheiros em ilusões que espertinhos no mercado se aproveitam. São as agências tidas como grandes que não passam de armadilhas para tirar dinheiro através dos seus books, um ou dois trabalhos e depois mais nada. Não tem tanta gente bonita e com perfil a ponto de investir um financeiro que dê resultado. Os bons não precisam disto. 

Quem são os bons? Os bons são aqueles que conseguem ter a sua volta o que tem de melhor e nem sempre estão afoitos. As coisas acontecem isto porque a aura é de poder. Nada do que as agências colocam é do jeito que se vê. O poder corre solto como parte das Verdades Secretas num jogo avassalador. Mas aquele que carrega as mulheres bonitas nem sempre estão atrelados as agências do jeito que pintam. Chequei a este ponto nos meus trabalhos com misses Curitiba, Paraná e aquelas que poderiam ser miss mundo, que precisa além da beleza muito dinheiro para investir.

Vejo os acontecimentos e as vezes fico perguntando quem sonha mais se é quem compra ou quem vende o sonho. Um sonho lindo bom de se sonhar já que a realidade crua as vezes não vale a pena. Investir na beleza é uma forma de emoldurar o mundo estético dos gostos. Isto também me fascina. É uma energia que brota no interior que faz o mundo vibrar. Mas agora eu faço teatro e é algo que me preenche de realizações num paralelo ao estético. É claro que um é efêmero e o outro é justificativa filosófica de ser intrínseco um no outro.  Espero que um dia elas me descubram de novo e a trajetória retorne. Sou bom nisto e com trabalhos que consigo com facilidade. 

Angélica que tinha acabado de ganhar um carro no concurso de Miss Curitiba. 


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Disciplina Teatral - Atores



Durante o tempo que venho tendo uma convivência com atores sempre tive algumas diferenças que me mortificavam. Não entendia as razões de tais procedimentos e muitas vezes achava estar fazendo algo de errado no processo. Claro que não isento uma maior atuação que possa fazer uma situação se tornar favorável. E muitas vezes já venho pensando antecipadamente as ações visando sanar a diferença já visualizado no evento num futuro-presente. 
Embora não muito discutido a relação ator e sua atividade sempre foram lembrados em lampejos de textos críticos. Franklin de Matos por exemplo tem uma pesquisa dos atores no teatro iluminista com um olhar de Diderot.

No geral temos um olhar diferenciado aos artistas que vivem mais ou menos aquilo que é conhecido de uma criada gozar o primeiro filósofo ocidental, o Tales de Mileto, por ficar olhando para cima e esquecer o buraco no chão e cair. O artista no geral é um visionário contemplativo do tipo que faz das relações um devir intuitivo não se pautando a regras rígidas estabelecido de controle. 
Eles estão errados? Mas de jeito nenhum. Isto é a beleza do processo de entrega a sua arte e a ferramenta de produção. Tem mais que ficar solto e gozando a vida estética no seu melhor brilho. 

Existe porém um detalhe que se procura com o amadurecimento e a tentativa que as coisas ganham mais consistência na realização que é o profissionalismo. Mas não é só o detalhe de pegar um registro como o Drt. E sim um orgasmo consciente de grupo e de liderança nos propósito estabelecidos para que eles ganhem glória. O princípio de união de grupo e de equipe num trabalho é uma arma para que o trabalho como um todo pulse vibrações que venham ser captados por um público. Um público que não aplaude só com as palmas e a ovação, como também na estrutura do orgânico do grupo. Um exemplo disto é o operador de luz atrás do pano e uma pré produção do espetáculo, e em todas as etapas. 

Foto em Pontal do Sul em 2009 
Sempre vejo o ator como um displicente que não se interessa por nada a não ser aquilo que ele faz e vai fazer. E aí mora o perigo sendo que um diretor não vê o ator por aquilo que ele representa no palco, apenas. Hoje diante desta "falha trágica" muitas coisas estão sobre a mesa. O diretor conta com o ator como um membro importante na sua estrutura num dinamizador de potências. Me arrisco a dizer que a qualidade do ator já não é na sua capacidade no palco e sim como ele se relaciona com o mundo. Atrás da característica que ele cria dos personagens do palco tem o dele de uma generosidade tanto no palco como na convivência potencializadora ampliada além palco que carregam a energia alimentando a ação no seu todo.  

É louvável e desejado o ator que tenha a displicência e que não se apegue a morais enraizadas nas hipocrisias no modo de viver. Que ele brinque com a vida e ele rompa com as leis estabelecidas. Mas que acrescente a isto o respeito por aqueles a sua volta num gesto de generosidade como o combustível que vai fazer rodar o carro. Que seja um espírito livre que geralmente é o impulsionador destes artistas. E buscando um absoluto como obra que vibra nas salas de espetáculos. Claro, não tenho muito o que reclamar porque já estou escolado. E conto com aqueles que moldei ou vieram e fazem parte da minha casa.