Todos já sabem o círculo que envolve os homens da justiça no Brasil aqui no Sul. O que poucos sabem é como enxergam o mundo. Mesmo os mais bem educados e pertencentes a uma elite deveriam ter uma consciência sadia e ser referência no modo de vida. Mas eles são perdidos como numa "A Náusea" de Sartre numa rua cosmopolitana de Bouville, com as mesmas atitudes de tirar os chapéus numa cortesia e guardando interiores transitantes corrosivos.
A sede da "República de Curitiba" é as igrejas evangélicas. Com certeza agora eu dei um susto em muita gente que achava que era a Lava Jato. Mas não é. Eles fazem parte das igrejas. Como eles você vai encontrar todos os mais influentes formadores de opiniões e liderança num final de semana vendo as bandas gospel e um público que mistura cantar o gospel com alguma coisa que não sei o que é. Eles também não sabem. As pessoas destas igrejas não sabem se são crentes ou não. A situação que leva eles para este convívio social tem tudo menos religião. Eles não sabem muito bem as razões de estarem lá. Quer dizer, alguma coisa eles sabem: estão lá para acreditar que são burgueses. Mesmo que uma grande maioria de bairro inferiores não chegaram lá. Mas eles gostam de aparentar que estão na classe A. E as conversas denunciam isto.
Agora eu vou chegar no ponto que eu quero. Uma igreja com muitos membros na certa tem um dom popular. Um dom da classe trabalhadora e até com o viés calvinista daqueles que produzem e se misturam com aqueles que querem produzir. Não deixa de ser um contato social na maneira Max Weber. É bem delimitado a vocação religiosa e aquilo que vem sustentando por longa data. São os futuros novos ricos em busca de oportunidades no caminho para se chegar lá. Não sustentam uma superestrutura e sim o discurso de se chegar a ela. Foi base e é base da revolução protestante. E qual é a diferença destes e os da sede da "República de Curitiba? Eles são a superestrutura! Eles não precisam moldar uma moral para eles. E isto dá um nó na cabeça deles. São perdidos e vazios religiosos. A Bíblia não comporta o rico. E o discurso fica sem sentido. O discurso vira algo comum de um radicalismo moral sem nenhuma razão razoável. Uma coisa é certa para eles. O pobre é uma desgraça. A luta contra a esquerda é a priori. O discurso coxinha é marca registrada. Qualquer conversa podendo não ser sobre política é possível ver o fascismo neles. A moral deles não é nada. Eles ao sair da igreja vão curtir a vida da mesma forma. E pensa num discurso de um pastor que não tem o que falar sobre virtudes sentado em um cofre de dinheiro. Então a persistência na mudança política é algo visível e de um modismo burguês nauseante pelo tamanho das aberrações que sai da boca deles. Eles não fazem por convicção e sim por uma consciência de um público burguês por não ter o que falar como religião.
Estas igrejas se encontram num bairro que se chama Batel em Curitiba e em outros bairros alto padrão. O meu olhar sobre eles é de um povo inconsequente e não aproveitando aquilo que poderiam ser construtores de potências. E toda esta classe que deveria ser esclarecida num estado laico bate cartão e sai destas comunidades burguesas em Curitiba. E o Brasil todo já presenciou eles se manifestando com suas argumentações de falsas moralidades. Eles se juntam aos corruptos e lideranças debaixo de uma mesma bíblia e num mesmo templo. Eles se conhecem sim. É fácil achar um político sujo ao lado na cadeira de um juiz batendo palmas de louvor gospel. É nojento.
Aquele que identificou a "República de Curitiba" não tinha noção de uma identidade tão acertada. Só morando e observando este povo é que se percebe o que eles são de verdade. Com eles o Brasil vai ser um simulacro e eles são os melhores exemplos de um simulacro nesta nova ordem cosmológica. A derrubada de um poder político é só por um prazer e por não ter uma moral como base para os seus comuns. E em vez do céu, já que vivem no céu por serem burgueses, apontam um objetivo que com certeza vai afetar eles mesmos. Mas como tudo é moda para eles como shopping, então o discurso não cessa. Continuam coxinhas no extremo. Fazem comparações absurdas e não se tocam por se acharem vaidosos das suas posições.
Carlos Jansson
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Comentários da Sava: "da qual sequer tem conhecimento".
Resposta: Sou filho de pastor e passei a vida toda enterrado numa igreja. E se o texto fosse tão ruim não teria bombado.
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Falar que é desta igreja se ganha status social e não religiosidade em Curitiba |