domingo, 11 de março de 2012

Náusea e Goethe no Teatro.


Quando Goethe escrevia na Alemanha a Europa passava por um índice maior de suicídios, na real foi uma epidemia. Talvez não fosse o objetivo dele perder seus leitores. É claro que uma leitura da época não é a mesma de hoje. Ninguém se mataria por ler Goethe hoje. E aqui fica a confirmação do tempo anacrônico na integra. Realmente é necessário contextualizar a época. 
Um dos meus alunos reclamou que minhas aulas de filosofia é recheado de história. É claro que é um equivoco, não do aluno, e sim dos anos anteriores que não proporcionavam uma filosofia histórica, com uma filosofia temática arriscando nas opiniões e divagações sobre os temas, e se ater aos textos sem a referência interpretativa do momento do autor. 
Escrevi o texto Lágrimas de Goethe potencializado pela leitura da Náusea de Sartre. E vejo que a leitura dele não é aceito por grandes nomes. É claro que é um texto que chegou a suplência de um prêmio e leitura na Casa da Gávea com elenco de primeira. Mas a constatação que tive é a falta de leitura com a atenção ao efeito do texto. Algumas atrizes, que premiado com a leitura pelos nomes que representam, simplesmente chegaram a sublimação na leitura, constatado com a forma de contactar o autor e a forma de expressar a impressão sobre o texto. Claro que o texto é feito para a mulher no mundo e a morte é a morte na (da) essência com passagem para uma existência, não saudável. Na estética melancólica empática.
É um texto que venho experimentando o olhar sobre ele. Sei que montado vai ser sucesso porque no palco ele vai ficar muito mais visível e a atriz que fizer vai ser reconhecida como grande nome do teatro. Mas ao mesmo tempo fico decepcionado com pessoas que não leram Sartre. Ou se leram não fazem a menor idéia do que seja a opção existencial de nós no mundo. Acho que tenho um ar maléfico do Goethe que pode ser traduzido como forma de pensar a iniciativa da vida. 
Pensando bem é engraçado a minha trajetória como escritor de textos para teatro. A primeira peça foi uma adaptação do Machado de Assis, que montei várias vezes e vou continuar montando e sempre melhorando o texto. O segundo texto foi um plágio de um autor português e acabei ganhando um prêmio. Quer dizer, o autor português era bom mesmo ao ponto de ganhar o prêmio em outras paragens. Claro que um plágio no bom sentindo, que é revisitar o autor na sua visão sobre o texto. O terceiro prêmio foi autoral com uma grande soma e é ele que me potencializou para o “Lágrimas de Goethe”. Sei que ele é bom devido ao clímax destas atrizes que leram o texto e uma ovação numa leitura em Minas Gerais. O que me intrigou foi ter passado o texto para Vera Holtz que já fez “O estrangeiro” de Albert Camus, e ela não ter dado uma opinião. Quer dizer, nem deve ter lido. Porque o Brasil não tem a cultura da leitura (na fase do letramento medieval, sendo que nem o oral existe para achar a precipitação do passado com o presente, para um mínimo de dignidade cultural) e na própria leitura já vem carregado de preconceitos diminuindo o grau das palavras. Perde uma visão por preguiça mesquinha ou só lê livros do Paulo Coelho e afilhados.

faço a correção do texto depois

carlos jansson

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