Existe um mundo interessante percebido e não falado nas relações numa forma de episteme ou coisa assim que possa ser falado sobre ele. E vou usar um exemplo deixando mais claro e tentando deixar mais prático a coisa.
Um grupo de teatro com seu diretor muito habilidoso distribui um discurso de uma peça com fino trato e pelo discurso não tinha como não reconhecer a riqueza da obra. Destas que vem nascendo e vai se formando um grande destaque. Só que a coisa não é bem assim. Quando falo "coisa" dou um significado que ela merece na filosofia.
Existe uma preocupação ocidental em agarrar o modo oriental de se fazer teatro. E com uma capilaridade própria de um teatro muito mais rico incorporado ao corpo com um todo que fala. E a palavra balbuciado pela boca não pode corresponder só a palavra, embora houve tentativa de uma transcendência que alguns devem ter alcançado. Sem tirar o mérito da obra com sua divulgação esperta e oportunista. Como de um sujeito de Curitiba que alguns dias atrás estava acabado se fazendo de um Raul Seixas chegando a cair de bêbado num show de uma amiga. E agora ele se transformou em alguém andando de fraque e brincos nas orelhas num estilo que seria de sujeito muito bem sucedido. Mudança de um ano para cá.
A peça conseguiu colocar o grande número de jornalistas num dia de apresentação e sentei ao lado de um que veio de Minas Gerais. E um inicio com alguns detalhes que já não são próprios de uma obra amadurecida. E a nossa conversa foi neste sentido. Conseguiram ter o sucesso. Mas num jogo de palavras na fala da atriz, ela colocou em xeque. Não estavam erradas só que não soaram bem. E vi o jornalista jogando o corpo para trás como um pequeno susto do tipo acordei. E no final da peça os artifícios de discurso continuaram. É claro que o sucesso muitas vezes se dá por um caminho deste. Mas a pesquisa para uma arte oriental não vai avançar neles, próprio deste mundo esperto. E as espertezas que desencadeou as observações devem ser justificadas com o trabalho. Não estão errado. Divulgar faz parte e melhor ser esperto do que ninguém ver o trabalho.
Tenho problemas com a língua portuguesa, como a maioria dos brasileiros. Sempre detestaram a língua e a presidenta Dilma saiu com uma de impor que agora os candidatos do Fies não podem tirar zero na redação. Só que nunca pararam para pensar o que devem estar errado para se ter um problema como este. Na ditadura por exemplo, nos meus tempos se tinha aulas de francês. Tanto que hoje procuro a língua francesa num escape do português. E se tem a língua Inglesa como padrão de disciplinas que dificilmente alguém desenvolve a não ser que faça um curso particular. Na ditadura se tinha aquelas letras do Chico com as dubiedades significativas enriquecendo a língua. E hoje ganhamos o axé das bundinhas. Sei que voltei para o assunto de comparação entre a ditadura e a democracia demagógica. A possibilidade de se ter mais poetas no contemporâneo é menor. Falam de uma desconstrução, justificada. Faltou uma conclusão no texto, uma hora termino.