quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Perversidade do Teatro Contemporâneo



Pontal do Sul
Vocês ficaram doidos achando que o ator vai absorver as loucuras e a metafísica desvairada que querem dar sentido para o teatro e o ator em cena. É isto que é atuar ou o papel do ator no atuar? Nenhum ator vai conseguir materializar isto num palco. Estão tentando desvalorizar o teatro fazendo teatro. Mas que coisa absurda. 

Primeiro o ator vai ter que entender o que é "redução fenomenológica" para fazer diferenciações entre "abbau" e "épochê" de Husserl. Entender Heidegger para se chegar em Jacques Derrida na sua "desconstrução" e os pertencimentos. Isto é impossível para o ator desenvolver numa ação ou tirar a ação do ator para que a encenação transfira algo para o público. 

Eu pensei em fazer pesquisas para o teatro e agora vejo que é algo impossível de se fazer. Cercaram o teatro num sentido de destruir que não deixa margens. O ator com sua arte não faz ideia do estrago que estão fazendo. Idealizam os diretores e doutores e não percebem a maldade e a falta de respeito com esta profissão. O tal discurso de quebrar a metafísica na filosofia chegou no teatro e eles não tem generosidade de perceber o ator no teatro. Pesquisam toda a atmosfera que envolve e não penetram na disposição de se fazer o teatro com o ator respaldado. Entre a teoria do teatro e a prática existe um abismo tão fundo que não dá para visualizar. Complicaram mais que Kant com Kant complicando na sua velhice com o Crítica do Juízo. Acharam bonito complicar e fazem dele suas vaidades intelectuais chamando os artistas de idiotas de forma subjetiva. 

Seria um conselho razoável que os artistas jogassem tomates em intelectuais. Eles não contam a verdade sobre o desprezo que eles tem por esta arte. E os caras se acham bonitinhos. Eles são perversos e vendidos por ideologias americanas e européia. São ideologias que não trabalham o teatro. Trabalham a serviço das ideologias mesmo, com suas filosofias corrompidas. Se aprofundem que vão chegar exatamente onde eu chequei. Vá atrás da tal "desconstrução" no teatro do Derrida. É nele que se apegaram e que agora fala em nome do teatro. Até os Europeus falam que não serve para a América do Sul, mas como são doentes fazem dele uma moda a ser imitado nas pesquisas. Putz, vou largar isto. É uma arte ingrata.  


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Camila Morgado fala sobre interpretação.



Uma entrevista com a atriz Camila Morgado e Yago Rodrigue Alvim para o Jornal Opção, em uma das falas cita a peculiaridade de ser ator e com os pés no palco. Coloca:

Yago _ Quais as diferenças de atuação e interpretação no teatro, televisão e cinema?
Camila _ É uma pergunta muito frequente. Na área de atuação e interpretação não tem cartilha, pois nós falamos do indivíduo e o indivíduo não tem cartilha. Existe diferença, sim, entre teatro, televisão e cinema, porque são linguagens diferentes. Comecei pelo teatro e ele é muito do ator; é a linguagem que mais é do ator, pois, quando acaba a direção, acaba cenário, figurino, tudo, só fica o ator. É um trabalho muito artesanal. E como existe uma diferença de perspectiva — você está no palco, diante o público e é muito o agora — o ator tem que ser muito expressivo para o público enxergar e compreender o que ele está dizendo. No cinema não; o olho humano é da câmera. O cinema é do diretor. Mas isso não é regra. Às vezes, o cinema pode ser grande e o teatro pequeno. A televisão é um folhetim, você conta uma história que vai todo o dia para a casa das pessoas. É uma história mais simples. As pessoas vão para casa e estão fazendo as coisas, parando vez ou outra para ver. Então, é uma linguagem mais simples. Você não pode dificultar muito, senão a linguagem não se aproxima do público. Ainda assim, “qual a diferença?”, eu não sei se tem, mas essas coisas que citei influenciam.


http://www.jornalopcao.com.br/opcao-cultural/atriz-camila-morgado-o-ator-tem-que-ser-vertical-tem-que-se-aprofundar-nas-questoes-do-individuo-42771/


Camila Morgado

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Derrida

Ilha do Mel 
No teatro brasileiro é impossível incutir pensamentos do tipo Derrida. Ele coloca que "a escrita cênica não é aí mais hierárquica e ordenada; ela é desconstruída e caótica, ela introduz o evento". 
Assistindo uma média de umas 50 peças em cada edição do festival de teatro de Curitiba não vejo ninguém puxando ferro no palco fazendo uma performance. Não há individualidade em cena e sim um aglomerado de ações que formam a cena ou o movimento, como quiser. 
Eles pensam que o moderno agora assimilado com a ciência que leva as tecnologias possibilita o brasileiro usar artifícios no palco para um espetáculo vultuoso. Mas nós não temos estas parafernálias. E o que sobra é uma antagonismo com tais teorias. Com quase na totalidade as peças são sem recursos. Para quem as teorias servem?
Ultimamente ando desprezando até a luz no palco, embora insubstituível. Não dá para ser que nem o Biscoito Biscaia que usa All Star, Skate, Whisky nos palcos com novas teorias, e através dele até consegue uns incentivos. Só falta colocar um cartaz em cena de "se beber não dirija". 
Estes dias estava na praia e fiz uma cena do "As Mãos de Eurídice" que já dirigi no passado. E ele não tem linearidade nas falas. Apresentei para a minha família e não deu certo. Minha irmã falou que não entendeu nada. Isto quer dizer que estamos num mundo prático, de razão prática. Acrescentando uma superficialidade ideológica carregada pelo "laissez faire, laissez passer". Ele sim existe e o artista deve se comunicar com a massa propondo a alteridade. Se não aquilo que é do "laissez faire" acaba não colocando o pão na mesa do artista. Estamos no Brasil, nunca esqueçam disto. Um aparente muito ruidoso de uma subjetividade perversa.
No texto "A Encenação Contemporânea" o Patrice Pavis fala que a "Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos, o interesse pela teoria pós-moderna ou pós-estruturalista na universidade, pela desconstrução derridiana nos anos 80, raramente foi acompanhada por consequência no meio teatral". Mas se o teatro anglo-saxão não acompanhava então o Brasil como fica? Será que é aquela disputa entre teoria e prática? Quem ganha com isto?

domingo, 6 de setembro de 2015

Estética Relacional



Felix Gonzales-Torres

Priorizando os anos 90, a estética relacional tenta dar um vigor novo a interpretação artística como um amparo social. Coloca os dois como um ser semelhante de busca e entrelaçados. Uma grande generosidade para um sentido social com as duas sendo a mesma. Confiando a realidade como o acontecimento artístico deslumbrada. Uma subjetivação interessada em descobrir na estética o caos com um interstício do fazer. Talvez nem tanto o caos e sim uma melancolia plana de cores. O individual vem agarrado a alguém buscando uma existência comoda e com acontecimentos como arte.  

Toda a generosidade interessada do nosso mundo vem carregado de uma vontade de poder. Como o não fume. E passa ser pauta de entrevistas para pessoas falarem que deixaram de fumar devido as doenças em tempos que já não se fuma. E os mesmos são aqueles que se beneficiam com taxas de impostos sobre o fumo ou eram aqueles das propagandas de cigarros na mídia. E este é o problema que enfrenta a estética relacional com o uso do seu formato para uma generosidade interesseira. São estruturas por trás querendo conferir status de heróis, de boas intenções quando nelas os interesses são visíveis. Você pode deixar de beber e até fazem leis para coibir sendo que o próprio deputado bebe e provoca o acidente na rua. 

Quando Rousseau falou que o homem vive sozinho muito melhor com certeza tinha percebido que ninguém liga para ninguém. A não ser aos seus próximos como um autor que não recordo o nome afirma. Se você é negro ou branco, ou homossexual não é significativo. Se você tira de um para dar ao outro está sendo preconceituoso da mesma forma e em proporções iguais. Cuidar da tua individualidade ainda é o norte humano. Existe o contato e ele é feito por tua disposição e não porque existe um interstício generoso. 


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Consciência e inconsciência



Tem umas coisas que acontecem no dia a dia impregnados de consciência estragada. São repetições para uma conduta insistindo em um costume justificando uma lei. E no campo político isto fica martelando para a manutenção do campo político como se a consciência não tivesse aceitado ela e precisa ser lembrada. Que saco. Não fume, porque fumar causa câncer no coração.
Se sabe que a consciência é pobre e a prática o termo por si só se define. Experimentar é útil e saudável. Mas não está transbordando num universo preenchido que nela se encontra todas as sublimações e genialidades. Nela a psicologia mergulhou e nascem os monstros e as contemplações.
Acho que sou um bom professor diante de uma caminhada alimentando esta faceta, mesmo estabelecendo uma cobrança no consciente. Dou muito mais que o óbvio cobrando o óbvio. Claro que tentando resgatar o inconsciente que insiste em ficar anônimo. Sacanagem isto, ia facilitar um monte nossa vida. Já pensou alguém no teatro não conseguindo enxergar ela? Primeiro vão ter que enxergar a subjetividade Kantiana e a partir dela construir um conhecimento, acho.
O Alexandre Nero nesta semana deu toda a pinta que não chegou lá num comentário sobre o improviso. E falou do preparador de atores dele falando sobre o improviso que pelo jeito é só um preparador para alguma coisa. É, coisa já é alguma coisa.
Este jogo na dualidade se degladiando pensando agora que pode ser o Dionísio e o Apolo. E pode ser outras tantas coisas porque o mar é infinito. Putz, tá chovendo. O meu humor não deve estar bem.

Pontal do Sul e Ilha do Mel