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Ilha do Mel |
Assistindo uma média de umas 50 peças em cada edição do festival de teatro de Curitiba não vejo ninguém puxando ferro no palco fazendo uma performance. Não há individualidade em cena e sim um aglomerado de ações que formam a cena ou o movimento, como quiser.
Eles pensam que o moderno agora assimilado com a ciência que leva as tecnologias possibilita o brasileiro usar artifícios no palco para um espetáculo vultuoso. Mas nós não temos estas parafernálias. E o que sobra é uma antagonismo com tais teorias. Com quase na totalidade as peças são sem recursos. Para quem as teorias servem?
Ultimamente ando desprezando até a luz no palco, embora insubstituível. Não dá para ser que nem o Biscoito Biscaia que usa All Star, Skate, Whisky nos palcos com novas teorias, e através dele até consegue uns incentivos. Só falta colocar um cartaz em cena de "se beber não dirija".
Estes dias estava na praia e fiz uma cena do "As Mãos de Eurídice" que já dirigi no passado. E ele não tem linearidade nas falas. Apresentei para a minha família e não deu certo. Minha irmã falou que não entendeu nada. Isto quer dizer que estamos num mundo prático, de razão prática. Acrescentando uma superficialidade ideológica carregada pelo "laissez faire, laissez passer". Ele sim existe e o artista deve se comunicar com a massa propondo a alteridade. Se não aquilo que é do "laissez faire" acaba não colocando o pão na mesa do artista. Estamos no Brasil, nunca esqueçam disto. Um aparente muito ruidoso de uma subjetividade perversa.
No texto "A Encenação Contemporânea" o Patrice Pavis fala que a "Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos, o interesse pela teoria pós-moderna ou pós-estruturalista na universidade, pela desconstrução derridiana nos anos 80, raramente foi acompanhada por consequência no meio teatral". Mas se o teatro anglo-saxão não acompanhava então o Brasil como fica? Será que é aquela disputa entre teoria e prática? Quem ganha com isto?
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