quarta-feira, 26 de julho de 2017

A Herança maldita que não respeita um povo.


É engraçado a história da civilização ocidental se pegarmos as tragédias gregas como a Antigona filha de Édipo que casou com a mãe. O grau de parentesco na reprodução não é saudável e se sabe que não gera filhos perfeitos. E para piorar Édipo vem de uma geração de Laio que era o manco e toda uma sequência destrutiva. E a herança somos nós ocidentais. Então temos que nos acomodar com uma construção num ser humano diante da possibilidade destrutiva. Não dá para ser perfeito. Isto todo mundo já sabe. 

O que realça a Antigona é o estado se intrometendo nas relações humanas. Ela queria enterrar o irmão e o estado não permitiu. O estado queria que o irmão fosse abandonado morto ao relento. E ela enterrou e o estado providenciou que ela também fosse enterrada, como punição. 
É este olhar que faz a minha convicção de que as pessoas não podem ser um estado. Elas precisam transcender nesta moral. O fascismo cruel diante de episódios que não se sustentam. São afetos prevalecendo diante do óbvio. A falta de um juízo responsável é o que choca. O que houve com a consciência brasileira? É preciso enterrar pessoas por um estado de coisas que só levam a gente para um abismo? 


terça-feira, 18 de julho de 2017

Febre da igualdade e a igualdade funda a desigualdade


Este título tirei de um prefácio do texto O mestre ignorante de Jacques Rancière¹. E ele tem muito a ver com nossos dias no Brasil.

Nos governos de esquerda ficou muito claro o investimento na educação, com novas universidades e um indivíduo aberto para uma nova captação do saber. Sair da ignorância e do superficial é algo profundo como meta da igualdade em alto nível. Um grande acerto da esquerda. Mas isto tem consequência:  

O acesso ao conhecimento leva a desigualdade também. Alguns se tornam mais preparados e aqueles que não buscaram ficam mais ignorantes diante destes olhos. E isto acaba numa intolerância prática com aqueles que vivem do comércio e numa bifurcação para o consumismo, de repente, se vê numa burguesia desprestigiada de novo. Lembrando da revolução burguesa francesa. 

Um outro lado é a "febre da igualdade", termo tirado do mesmo prefácio que leva uma população a um patamar mais elevado na sua qualidade de vida e de consumo. E agora na polêmica da passagem de classe pobre para abastecida. E aí o namoro com a classe burguesa é consequência. O indivíduo precisa se ver potencializado para a conquista e nisto defende o futuro e não o seu presente. E isto bate com a demagogia política com as promessas de futuro e desprezo pelo passado. Então tudo que se fez e se conquistou já não vale mais nada. Infelizmente é o sentimento predominante hoje no Brasil. E a atmosfera de um caos se estabelece e a revolução dos desiguais é suprimida para restabelecer uma ordem burguesa. 

¹ Filósofo francês, um professor intelectual com grande visibilidade no mundo. Professor da universidade da Universidade de Paris VIII. 

Os absurdos da representatividade democrática em coluio com o jurídico


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Moro x Claudia Cruz, o silêncio da Lava Jato


Hoje o absurdo é a falta de tornozeleiras eletrônicas para o coronel corrupto Geddel das 12 fazendas. Com tanta propina e não se tem um valor para tais assessórios. Com certeza não falta algemas para os pobres sem os grandes advogados de defesa. 

Mas o assunto desta não é este e sim o silêncio da Lava Jato. Já foi notado a redução na sangria que passa por um subjetivo sem a materialidade da constatação. É aquela forma hipócrita de jogar para as massas os pontos que devem ser polêmicas e aquelas que passam despercebido por falta do foco da mídia. 

Tem um fato que não quer calar. O nosso Clark kent que desconfio que é o investidor do filme Lava Jato, pelo jargão da sentença culminando com aquela do título do filme e provavelmente vai ser usado pelos atores, se é que não é um roterista que escreveu para o Clark kent que vai acabar como um herói ridículo. Só idealizado pelos crentes milionários da Batel em Curitiba. Mas o Clark Kent teve em mãos muito antes dos outros o inquérito da Claudia Cruz. 
Um juiz rigoroso como diz ser. Inocentou a Claudia Cruz e continuou sentenciando a mulher do Lula depois de morta. Ela não morreu para ele porque transferiu todos os negócios dela da época para o Lula, como a aquisição de uma cota do apartamento antes de ser triplex. Ela não está aqui para se defender. Então o Lula assume tudo sozinho. Mas tanto rigor do nosso herói não levou em conta a quantia de dinheiro que a Claudia Cruz gastou na Europa. 

Fazendo um juízo de valor, já que tenho como conteúdo nas minhas aulas filosofia coisas do tipo, se chega a uma conclusão. O silêncio da Cunha não foi pago com malas de dinheiro. Foi pago com a liberdade da Claudia Cruz. Uma hipótese razoável ao meu ver. Minha intuição diz que neste silêncio da Lava Jato entrou acertos de desconhecimento geral. E no meu power point diz que faz parte do grande golpe daqueles que se dizem brigando e no fim criaram um movimento com objetivos determinados. Para quem usa ferramentas que ultrapassam as leis como Giges, não pode estar bem intencionado. E vai continuar usando as mais diversificadas ferramentas para chegar num fim. E como acho que a inteligência é pouca o objetivo é só se tornar o espelho de um ator da Globo. E seria uma tremenda de uma idiotice se fosse o financiador anônimo do filme "A Lava Jato". Que é muito estranho um filme de interesse nacional que envolve a política não ter uma transparência já que está jogando dinheiro num recado para o seu povo como verdade. Tem algo muito podre que tem o apoio da polícia federal.   

O Bourdieu, sociólogo francês tem um palavra crucial que é o "campo". Uma situação favorável é devido a um "campo" de coisas que tudo leva a aquilo. São energias se centralizando. No caso do Lula o "campo" não existe. As forças que o atacam são fortes. Tem o povo, mas este na sua maioria é influenciado pela Globo. Mesmo eles fazendo parte da atmosfera do Lula. E todos sabem que no campo adversário se encontra o alto grau dos nobres fazendo a vontade dos absolutos. O judiciário é bem pago. Um exemplo é os professores sofrendo com quebras de regras e leis que garante um pouco de dignidade e mesmo recorrendo a estas justiças eles garimbam as truculências. O "campo" não favorece aos pobres e ao Lula. O melhor é um exílio no Uruguai como o Jango para descansar dos seus feitos não reconhecidos. 

Comer um baião de dois em Paris deve ser uma realização com o dinheiro dos outros.