sábado, 28 de outubro de 2017

Pacto da Mediocridade


Não é difícil perceber o tal pacto da mediocridade quando as pessoas gostam de uma mesma coisa e nele se afirmam como estando num caminho certo. A sua existência fica marcado em fazer aquilo que todo mundo faz sem sair da ordem pré estabelecida. Uma conformação com os novos modismos num mundo que se reordena como cosmos sendo criados. E estes cosmos nem sempre tão bem elaborados para justificar a massa extasiados nela. 

A música, um dos sentidos mais valorizados por ela não ter um tempo definido atingindo a alma e essência da comunicação a partir do momento que o homem fala e se comunica contagiando um social acaba entrando neste mundo prático com gostos empurrados por um senso de mediocridade quando todos gostam de uma mesma música nivelada por baixo. Eles querem participar deste mesmo grupo dos que gostam e se impressionam sem ter consciência que gostam porque o outro gosta. E é parte da divisão de poder não ficar atrás e gostar também. A reação que precipita toda uma formação estética contemporânea no jeito de ser, como se fosse trilha sonora. Basta ver o que foi o Rock in Roll e o modelo americano de se viver.  Ganhando mais dimensão se tendo consciência de que tudo tem um tom sonoro na subjetividade. 

Há uma totalidade combatida e ao mesmo tempo aceita e nem sempre bem direcionada para um ser humano melhor. Quer dizer, a visão geral é uma massa ruidosa carente de uma consciência sem ter acesso a educação devida para perceber que a individualidade tão necessária no tempo moderno de adorno precisa romper com o cosmo. 

O cosmo foi uma religião filosófica de um totalitarismo metafisico sendo quebrado. Mas quem tem acesso a uma ruptura desta? Até os doutores sabem disto mas exigem um discurso homogêneo e de acordo com suas convicções instrumentalizadas. Basta ver seus históricos de tacs sem ser polifônicos. Instrumentalizaram um saber chutando cachorros sem donos destes que sobrevivem num mundo mais denso acoitando a corrupção externalista. Querem brincar com o mesmo brinquedo quando demonstram o mesmo daqueles viventes práticos na busca do pacto da mediocridade. Não externam uma individualidade convincente num mundo de ser aí. Não gritam nas vozes dos cínicos por não terem competência para falar com o mundo de uma forma impregnante e de ser mais. Se fecham nos seus cosmos e são capazes de neste pacto do cosmo desfazer do diferente. Se apegam a métodos explícitos de impor regras do seu cosmo fédito. O mundo avança. Mas não vem avançando como vocês. São apenas uma roupa que se pode vestir. Não fazem a diferença. E fazer a diferença é pulsar grande no mundo contemporâneo. Basta ver seus professores* apontando o caminho nesta individuação.

*Professor aqui não é um de carne e osso.  

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Marx: Um Hippie da Modernidade


Como professor pesquisando as coisas do Carpe Diem e o "Filósofo do Jardim" Epicúrio me deparei com uma questão interessante. Que foi chegar em Marx. 
A tese de doutorado de Marx foi sobre Demócrito e o átomo, a grande contribuição científica da era moderna chegando até a bomba atômica. A física entrou em êxtase com os átomos e toda a materialidade do nosso universo. Um homem e os seus, de muito antes de Jesus Cristo já tinha uma contribuição para a humanidade no pórtico dos heróis. 

Mas como cheguei em Marx? O estudo era do Epicúrio e o Carpe Diem. E Epicúrio tinha como centro a descoberta do átomo e da liberdade de Demócrito. Daí fiquei pensando: será que o Marx fazendo um doutorado em Demócrito não estudou o Epicúrio. E não é que na abertura da tese do Marx sobre o tal tem um texto sobre Epicúrio! E a partir daí se pode pensar o materialismo ateu de Marx. 

Neste paraíso do "Filósofo do Jardim" tinha uma peculiaridade tão em falta hoje em dia, que era a participação das mulheres. Era um retiro destes que as pessoas formam uma comunidade separada para viverem. E as mulheres são aceitas na comunidade. Estou falando isto pela exclusão das mulheres hoje no Brasil, como foi feito com a Dilma com a velha citação de que ela não participava da corrupção política, "não bebe Whisky", usando aqui uma abstração filosófica e não direta sobre política e corrupção. Todos sabem que as mulheres votam e tem suas opiniões e participações. Mas numa profundidade no patamar da superestrutura é um degrau que elas não ascenderam. E quando chegaram lá tiveram que regredir um degrau. Nem sempre as pessoas conseguem chegar numa abstração, principalmente se não fizeram filosofia no ensino médio. Mas pode ter certeza que estou dizendo algo a mais. E o Brasil empobreceu não só no econômico.

Não conclui este texto porque ainda estou na fase de reflexão. Claro que poderia escrever muito mais coisas. Mas acho que está de bom tamanho. Não vou ser um doutor instrumental aqui porque não sou doutor. O Marx era doutor e foi capaz de ultrapassar o instrumental. 

*liberdade de Epicúrio

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um diálogo sobre entorpecentes.


Podia se dizer que o título estaria mais próximo de algo como "o que é entorpecentes?". Entorpece o quê? É possível se ter um novo olhar sobre o assunto que não seja este de uma ditadura de que o entorpecente é proibido? 

Vivemos num mundo que ele já veio pronto antes de nascermos. O que Durkheim chama de "externalismo". Quando nascemos não aprendemos só o básico da vida que é andar e comer. Aprendemos um sistema aprimorado por uma racionalidade. E nele a desigualdade é parte existencial. Alguns nascem com maior sorte e outros em situação precária diante deste sistema. Em destaque estes que são grande maioria. 

Num olhar humanista o homem em sua casa ele se encontra confortavelmente num sistema dele. Um privado reinante do momento mais próximo do seu eu natural.
Mas, quando ele dá um passo para fora do portão de casa as coisas mudam muito. Ele é um ser público, social político Aristotélico. E este externo é primordial para tornar o seu privado digno. E é aí que a dificuldade aparece diante de tantas desigualdades e lutas para atingir um objetivo. O sistema se torna ingrato. 

No alto dos morros do Rio de Janeiro se tem as duas coisas. São aqueles do seu privado que enxergam a cidade. E há uma racionalização incorporado ao seu olhar sobre a cidade. A interferência da visão e as lembranças do sistema se tornam mais presentes. E é aí que cabe o entorpecente. Ele precisa acreditar que aquilo não pode ser o sistema que o oprime. Ele é o escravo Epicteto se acomodando ao mundo.

Medidas de um estado policial numa ditadura de sistema compram uma guerra que é invencível. O sistema precisava mudar para que tal coisa perdesse importância. Aqui já se aproxima do discurso que todos conhecem e sabem que é isto mesmo: marginal é o consumidor das substâncias. E este marginal sem ser exclusivo de um econômico como ampliando para uma visão estética deste mundo gregário.

E acabando com a substância se acaba com o outro lado negativo  do sistema opressor? Não tem como haver uma coexistência harmônica enquanto as partes não se decidem?  
Porque será que eles não pensam o outro lado? É um lado ditatorial de um sistema, de uma aceitação dos valores impostos pela cidade imperfeita de Platão?