terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um diálogo sobre entorpecentes.


Podia se dizer que o título estaria mais próximo de algo como "o que é entorpecentes?". Entorpece o quê? É possível se ter um novo olhar sobre o assunto que não seja este de uma ditadura de que o entorpecente é proibido? 

Vivemos num mundo que ele já veio pronto antes de nascermos. O que Durkheim chama de "externalismo". Quando nascemos não aprendemos só o básico da vida que é andar e comer. Aprendemos um sistema aprimorado por uma racionalidade. E nele a desigualdade é parte existencial. Alguns nascem com maior sorte e outros em situação precária diante deste sistema. Em destaque estes que são grande maioria. 

Num olhar humanista o homem em sua casa ele se encontra confortavelmente num sistema dele. Um privado reinante do momento mais próximo do seu eu natural.
Mas, quando ele dá um passo para fora do portão de casa as coisas mudam muito. Ele é um ser público, social político Aristotélico. E este externo é primordial para tornar o seu privado digno. E é aí que a dificuldade aparece diante de tantas desigualdades e lutas para atingir um objetivo. O sistema se torna ingrato. 

No alto dos morros do Rio de Janeiro se tem as duas coisas. São aqueles do seu privado que enxergam a cidade. E há uma racionalização incorporado ao seu olhar sobre a cidade. A interferência da visão e as lembranças do sistema se tornam mais presentes. E é aí que cabe o entorpecente. Ele precisa acreditar que aquilo não pode ser o sistema que o oprime. Ele é o escravo Epicteto se acomodando ao mundo.

Medidas de um estado policial numa ditadura de sistema compram uma guerra que é invencível. O sistema precisava mudar para que tal coisa perdesse importância. Aqui já se aproxima do discurso que todos conhecem e sabem que é isto mesmo: marginal é o consumidor das substâncias. E este marginal sem ser exclusivo de um econômico como ampliando para uma visão estética deste mundo gregário.

E acabando com a substância se acaba com o outro lado negativo  do sistema opressor? Não tem como haver uma coexistência harmônica enquanto as partes não se decidem?  
Porque será que eles não pensam o outro lado? É um lado ditatorial de um sistema, de uma aceitação dos valores impostos pela cidade imperfeita de Platão? 

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