segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A Arte com Liberdade ou com Critérios


Tem um projeto de cinema que passou na avaliação para arrecadar dinheiro e assim se tornar viável o trabalho artístico. E fazer cinema envolve uma parafernália de coisas a ser feitas como organização de técnicos e cronograma de eventos de filmagem. E ainda mais o conhecimento das várias etapas do cinema deste a captação das imagens, depois a edição. Exigem um monte. 
A parte de roteiro fundamentei dentro do tempo que me preparei para isto e sempre procurando melhorar minha performance de conhecimento e assim fazer um bom trabalho. 

Mas o grande problema é aquilo que devo me adaptar no sistema para viabilizar o meu trabalho artístico. E o sistema pede que eu esteja afinado com o comércio burguês. É a tendência já que o projeto precisa de financeiro. É a grande barreira entre a superestrutura e a infraestrutura de Marx que deve ser rompida e entre eles uma grande aproximação. Explicando de forma simples: é o pobre interagindo com o rico por um bem comum. 
Só que nisto tem um problema já que o pobre não tem estas intimidades a não ser por sorte ter um parente rico ou uma oportunidade que não tem nada a ver com o talento do artista. A produção artística fica submisso a sorte daquele com a chance maior deste relacionamento. 

E depois disto tem a hipocrisia de um trabalho artístico sair nas mídias como aquele que fez um grande trabalho. Claro que pode ser um grande trabalho. Mas não é uma corrente holística submetendo as várias qualificações excluídas. É um todo doentio e assim nesta filosofia não chegando a um além. Aqui eu entrei nas bases filosóficas. 

Então, fora o artista se preocupar com seu desempenho artístico na obra, ele vai ter que se preocupar com algo muito maior que é transpor a barreira da superestrutura burguesa. E os burgueses não estão preocupado com uma estética cultural artística. Eles querem a comodidade deles em outros aspectos consumindo valores que passam longe de seus serviçais. 

Quando as teorias de gabinetes acadêmicos nas universidades criam teorias do fim da arte, em nenhum momento eles estão falando desta crise das classes. Principalmente o burguês que nunca vai aceitar dividir os seus valores de autoestima. A manutenção do mais baixo é a reafirmação na manutenção de sua potência. E o pior prejudicado nisto é a arte. E como é feito nestes condicionamentos se pode afirmar o fim da arte. Uma arte assistencialista não se sustenta em critérios de boas intenções culturais. 

sábado, 28 de outubro de 2017

Pacto da Mediocridade


Não é difícil perceber o tal pacto da mediocridade quando as pessoas gostam de uma mesma coisa e nele se afirmam como estando num caminho certo. A sua existência fica marcado em fazer aquilo que todo mundo faz sem sair da ordem pré estabelecida. Uma conformação com os novos modismos num mundo que se reordena como cosmos sendo criados. E estes cosmos nem sempre tão bem elaborados para justificar a massa extasiados nela. 

A música, um dos sentidos mais valorizados por ela não ter um tempo definido atingindo a alma e essência da comunicação a partir do momento que o homem fala e se comunica contagiando um social acaba entrando neste mundo prático com gostos empurrados por um senso de mediocridade quando todos gostam de uma mesma música nivelada por baixo. Eles querem participar deste mesmo grupo dos que gostam e se impressionam sem ter consciência que gostam porque o outro gosta. E é parte da divisão de poder não ficar atrás e gostar também. A reação que precipita toda uma formação estética contemporânea no jeito de ser, como se fosse trilha sonora. Basta ver o que foi o Rock in Roll e o modelo americano de se viver.  Ganhando mais dimensão se tendo consciência de que tudo tem um tom sonoro na subjetividade. 

Há uma totalidade combatida e ao mesmo tempo aceita e nem sempre bem direcionada para um ser humano melhor. Quer dizer, a visão geral é uma massa ruidosa carente de uma consciência sem ter acesso a educação devida para perceber que a individualidade tão necessária no tempo moderno de adorno precisa romper com o cosmo. 

O cosmo foi uma religião filosófica de um totalitarismo metafisico sendo quebrado. Mas quem tem acesso a uma ruptura desta? Até os doutores sabem disto mas exigem um discurso homogêneo e de acordo com suas convicções instrumentalizadas. Basta ver seus históricos de tacs sem ser polifônicos. Instrumentalizaram um saber chutando cachorros sem donos destes que sobrevivem num mundo mais denso acoitando a corrupção externalista. Querem brincar com o mesmo brinquedo quando demonstram o mesmo daqueles viventes práticos na busca do pacto da mediocridade. Não externam uma individualidade convincente num mundo de ser aí. Não gritam nas vozes dos cínicos por não terem competência para falar com o mundo de uma forma impregnante e de ser mais. Se fecham nos seus cosmos e são capazes de neste pacto do cosmo desfazer do diferente. Se apegam a métodos explícitos de impor regras do seu cosmo fédito. O mundo avança. Mas não vem avançando como vocês. São apenas uma roupa que se pode vestir. Não fazem a diferença. E fazer a diferença é pulsar grande no mundo contemporâneo. Basta ver seus professores* apontando o caminho nesta individuação.

*Professor aqui não é um de carne e osso.  

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Marx: Um Hippie da Modernidade


Como professor pesquisando as coisas do Carpe Diem e o "Filósofo do Jardim" Epicúrio me deparei com uma questão interessante. Que foi chegar em Marx. 
A tese de doutorado de Marx foi sobre Demócrito e o átomo, a grande contribuição científica da era moderna chegando até a bomba atômica. A física entrou em êxtase com os átomos e toda a materialidade do nosso universo. Um homem e os seus, de muito antes de Jesus Cristo já tinha uma contribuição para a humanidade no pórtico dos heróis. 

Mas como cheguei em Marx? O estudo era do Epicúrio e o Carpe Diem. E Epicúrio tinha como centro a descoberta do átomo e da liberdade de Demócrito. Daí fiquei pensando: será que o Marx fazendo um doutorado em Demócrito não estudou o Epicúrio. E não é que na abertura da tese do Marx sobre o tal tem um texto sobre Epicúrio! E a partir daí se pode pensar o materialismo ateu de Marx. 

Neste paraíso do "Filósofo do Jardim" tinha uma peculiaridade tão em falta hoje em dia, que era a participação das mulheres. Era um retiro destes que as pessoas formam uma comunidade separada para viverem. E as mulheres são aceitas na comunidade. Estou falando isto pela exclusão das mulheres hoje no Brasil, como foi feito com a Dilma com a velha citação de que ela não participava da corrupção política, "não bebe Whisky", usando aqui uma abstração filosófica e não direta sobre política e corrupção. Todos sabem que as mulheres votam e tem suas opiniões e participações. Mas numa profundidade no patamar da superestrutura é um degrau que elas não ascenderam. E quando chegaram lá tiveram que regredir um degrau. Nem sempre as pessoas conseguem chegar numa abstração, principalmente se não fizeram filosofia no ensino médio. Mas pode ter certeza que estou dizendo algo a mais. E o Brasil empobreceu não só no econômico.

Não conclui este texto porque ainda estou na fase de reflexão. Claro que poderia escrever muito mais coisas. Mas acho que está de bom tamanho. Não vou ser um doutor instrumental aqui porque não sou doutor. O Marx era doutor e foi capaz de ultrapassar o instrumental. 

*liberdade de Epicúrio

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um diálogo sobre entorpecentes.


Podia se dizer que o título estaria mais próximo de algo como "o que é entorpecentes?". Entorpece o quê? É possível se ter um novo olhar sobre o assunto que não seja este de uma ditadura de que o entorpecente é proibido? 

Vivemos num mundo que ele já veio pronto antes de nascermos. O que Durkheim chama de "externalismo". Quando nascemos não aprendemos só o básico da vida que é andar e comer. Aprendemos um sistema aprimorado por uma racionalidade. E nele a desigualdade é parte existencial. Alguns nascem com maior sorte e outros em situação precária diante deste sistema. Em destaque estes que são grande maioria. 

Num olhar humanista o homem em sua casa ele se encontra confortavelmente num sistema dele. Um privado reinante do momento mais próximo do seu eu natural.
Mas, quando ele dá um passo para fora do portão de casa as coisas mudam muito. Ele é um ser público, social político Aristotélico. E este externo é primordial para tornar o seu privado digno. E é aí que a dificuldade aparece diante de tantas desigualdades e lutas para atingir um objetivo. O sistema se torna ingrato. 

No alto dos morros do Rio de Janeiro se tem as duas coisas. São aqueles do seu privado que enxergam a cidade. E há uma racionalização incorporado ao seu olhar sobre a cidade. A interferência da visão e as lembranças do sistema se tornam mais presentes. E é aí que cabe o entorpecente. Ele precisa acreditar que aquilo não pode ser o sistema que o oprime. Ele é o escravo Epicteto se acomodando ao mundo.

Medidas de um estado policial numa ditadura de sistema compram uma guerra que é invencível. O sistema precisava mudar para que tal coisa perdesse importância. Aqui já se aproxima do discurso que todos conhecem e sabem que é isto mesmo: marginal é o consumidor das substâncias. E este marginal sem ser exclusivo de um econômico como ampliando para uma visão estética deste mundo gregário.

E acabando com a substância se acaba com o outro lado negativo  do sistema opressor? Não tem como haver uma coexistência harmônica enquanto as partes não se decidem?  
Porque será que eles não pensam o outro lado? É um lado ditatorial de um sistema, de uma aceitação dos valores impostos pela cidade imperfeita de Platão? 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Um Novo Império no Brasil. Fim da Ninhada de Ratos


"A condenação de Sócrates, que constituem um momento decisivo na história do pensamento político, assim como o julgamento e a condenação de Jesus constituem um marco na história da Religião. Nossa tradição de pensamento político teve início quando a morte de Sócrates fez de Platão desencantar-se com a vida na polis."*

Vivemos um desencantamento com a política numa pós democracia e envolvido por uma corrupção tomando conta do estado. Os três poderes se misturam entre aqueles que julgam e são julgados numa mesma proporção corrupta de oportunismos. Ninguém acredita que um deles está a serviço do Brasil, quando um caindo leva o outro junto. Uma nobreza capitalista dentro destes poderes fazem um confronto direto com os interesses do povo. E dá para desconfiar do purgador do estado defendendo seus interesses com a mesma moeda. Os militares estão no páreo e é natural um dialético de interesses. 

Muito se fala da sanguinária ditadura no Brasil. Uma campanha política contra a iniciativa é óbvia diante da substituição dos militares pelos políticos no comando. Então eles produzem uma orientação de retórica no sentido de não voltar a ditadura militar. Assim foi em Roma, e mesmo assim chegando a um império com os militares conquistando todo o mediterrâneo. Alguém vai menosprezar o Império Romano na nossa história? 
E eles podem voltar no Brasil? Podem! A qualquer momento e sem divulgação de mídia. E a mídia vai estar toda com eles. Basta lembrar do histórico da Rede Globo e seus elogios no passado. Hoje eles estão de um lado do poder. Mas mudam de lado assim que se sentirem ameaçados e necessitando de continuidade. Hoje tem muitos subterfúgios burocráticos que a Globo usufrui para a sua manutenção. Mas, com os militares de um dia para outro eles podem fechar a Globo e ela não vai poder fazer nada. Então de que lado ela vai ficar? E se a mídia faz os militares purgadores, então o povo vai consumir a propaganda como sempre. 

Há uma conversa nos bastidores e uma briga de interesses entre os generais diante da possibilidade de repensar o Brasil. É claro que os interesses não são visualizados pelo povo como foi na 1ª República. E um general discursando este tema na maçonaria não é pouca coisa. 
Os militares continuam ainda com um poder subestimado. As provocações aparentam não atingir eles. Se estivessem enfraquecido as vaidades produziriam uma reação. Eles sabem do poder e sabem da possibilidade fisiológica da política diante do caos do estado. Não estou defendendo a ditadura e sim só argumentando para a possibilidade. Ninguém acabou com a ditadura no Brasil e ela volta tantas vezes necessárias. Pode até estar anestesiada com preguiça de poder. Mas na hora do aperto no dedão vai ser como os militares fizeram com D. Pedro II, e a derrubada do império. As condições do Brasil não favoreciam o exército e eles reagiram, e assim vai ser sempre no Brasil. Podem incluir isto como tradição política de estado. No mundo todo é assim.   

*Citação da Hannah Arendt no livro A dignidade Política. 





domingo, 6 de agosto de 2017

Lula no Exílio


Como em outro artigo manifestei a preocupação diante da história brasileira. O supremo do sul numa postura mais conservadora e de uma partição de poderes num supremo, de certa maneira incoerente já que temos outro supremo, adotou a postura da condenação do Lula. Já era esperado. Estamos no sul e o Lula não é destas paragens. Nas eleições ele sempre teve voto do norte do Brasil e aqui a vocação é da elite rica e daqueles que se acham ricos, que é muito maior. 

A história Brasileira conta como foram combatidos os presidentes populares. Aqueles que faziam os gostos do povo. Getúlio Vargas é o maior exemplo. O estado assumiu a sua maior postura de superestrutura independente da vontade do povo. Definitivamente não estamos numa democracia. Querem salvar o Brasil, do povo. 

A vontade de condenar o Lula é marca registrada e muitos já perceberam a intenção. Intenção cada vez se materializando mais. Fica aquela brecha da duvida e muitos pensando que não é possível um final deste. Mas não tenha dúvida que a história da democracia no Brasil vai ficar mais suja e sempre haverá os atentados contra o povo. E logo em seguida no dias da condenação do Lula minha sugestão foi o exílio. Ele que vá para a França ou para o Uruguai como o Jango. Embora a elite destes políticos corruptos ande dominando o Mercosul. O povo foi condenado e encurralado. Era muito para eles um brasil com participação do povo. E rezar para que nenhum destes consiga se manter num pós Lula. Que acho difícil. Estamos no brasil. 

Thompson disse que Moro fez análise minuciosa das provasReprodução TRF-4

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Desobediência Civil


O mundo hoje é uma contradição se pensarmos pelo lado das leis e da moral. Se olharmos para a violência com mais serenidade vamos ver as causas dela. Um povo não fica mais violento do nada e alguma coisa anda muito errado. Um estado de coisas alicerçados em valores tradicionais quando o tradicional não é atualização. E nada que não seja atualizado nesta retórica acaba provocando um defeito no jeito de ser. 

As leis são feitas por costumes de um povo comum estabelecendo regras de convívio em sociedade. Mas como é feito tais regras? Elas são feitas e votadas por deputados e senadores e governos que determinam o modo de um povo se organizar. Só que é conhecido o modo de vida dos políticos envolvidos e como fazem e porque fazem tais leis. Tidos como representantes são muito distanciados daqueles que eles representam. Grupos econômicos dominam estas lideranças e acabam tendo interesses na sua maioria, financeira. Outros e por milênios vem de uma cultura medieval estabelecido no uso da metafísica clássica de forma não apropriada e carregada de moral religiosa. E muitos perguntam as razões de nós estarmos assim. Muitos dizem que não entendem a violência e este modo de vida. E ela não é difícil de entender. Basta uma pitada de reflexão e acha a causa maior que leva a infelicidade de um povo ao fatalismo. Uma tragédia do caótico. Não querem acabar com a violência. Eles querem a violência para justificar suas retóricas. Nada é moderno nisto. É perverso mesmo.