domingo, 9 de dezembro de 2012
Mostra de Dramaturgia Sesi Teatro Guaíra
O mundo dá suas voltas e algumas coisas que poderiam mudar estão sobre o leito de uma pequena centelha de genialidade ou um esbarrão para que se torne um pouco melhor, ou pior.
Bertrand Russell foi um destes que sua presença incomodou. Mas sem ele aquilo que incomodou não apareceria com muita facilidade como o fato de Friedrich Frege ter parado de produzir com a mesma dinâmica após uma carta de Russell. Ou de Wittegenstein ter reclamado de uma introdução feita por Russell no seu livro. Nem tudo é feito numa ordem, o caos também faz parte.
Ontem por equivoco assisti uma trabalho teatral que se chama "Parido" da "Mostra de Dramaturgia Sesi Teatro Guaíra", numa vertente que se coloca como o teatro contemporâneo e o teatro do transumano que o esbelto vestido vermelho da Luciana Eastwood Romagnolli confirma na sua crítica ao texto "Nome Próprio" da Nana Rodrigues. Transumano é um nome bonito e glamouroso para dar a um teatro com palavras da Luciana. Mas, contemporâneo como um comentário que vi de um ator já é um valor de verdade falso.
Depois de ter assistido a peça é que fui saber que não estava assistindo a peça "Um Rosto que Espreme" que ficaria mais apropriado como "Uma Cabeça que Espreme" diante da ótica da mente. Eu assisti o "Parido" com uma sinopse que não tem nada haver com que meus pensamentos abstraíram. Como é uma peça de língua privada, já que tenho de me identificar pela minha proposta do olhar, nem me dei ao trabalho de absorver algum tipo de linearidade das palavras. Até percebi que tinha algo de rimas. De certa forma se percebe a ditadura da linguagem nesta pequena alteridade de posicionamento, como Barthes colocava. E o poder do discurso não se encerra aí. Se era para alcançar uma episteme, ficou difícil.
Uma sinopse num folheto bem produzida com logomarcas do Sesi, Teatro Guaíra, Governo do Paraná, British coucil que deve ser de uma língua anglo saxã, e a Lumem Fm. Que olhando de forma superficial chego a conclusão que o Roberto Alvim deve ter uma remuneração adequada para tal evento, acreditando ser ele o mentor. Uma sinopse que não tem nada haver com minhas conclusões sobre a peça. E alguns contatos com o pessoal do Roberto Alvim descobri que neste mato tem cachorro. No caso da Romagnolli, ela troca suas palavras pelo ganha pão. E no meu caso sou um cachorro demarcando territórios, e como não conheço os rostos e me dão as costas, acabo gravando um punhal sem piedade.
A peça "Parido" começa com uma atriz no corredor de entrada do teatro José Maria Santos se dirigindo a cada uma das pessoas que passa por ela dizendo para desligar o celular. E antes, do meio das cadeiras quando ela vai sentar, solta seu grito de "por favor, desliguem seus celulares". Com o detalhe do nariz empinado e com uma tarja na testa de uma atriz de grupinhos de Curitiba. Porque ela me olha com nojo e nem sei se ela me conhece. Deve ter tido algum contato comigo superficial que nem lembro de onde, só pode ser.
O inicio da peça é de uma escuridão profunda e um silêncio que vai sendo quebrado com a sonoplastia de um vento. Neste caso devo estar com um trauma de vento sendo que ontem estava no litoral e deu um temporal que arrancou o telhado da minha casa e dos vizinhos. Ali eu vi o vento e as curvas que ele faz no espaço, e os raios no meio a ele eram insignificantes com pequenas tarjas luminescentes a poucos metros. Logo de cara com referência a algumas citações bíblicas fui levado ao teatro românico da alta idade média. É claro que este teatro não existiu, inventei agora. Existiu as igrejas da época com o escuro do público e as luzes do altar direcionados para uma elevação. Uma direção que nem deve ter saído de casa de tão fácil que é dirigir uma monotonia de gestos. Vozes impactantes com a intensão de penetração pelos ouvidos e remexer com o íntimo, e só faltou o latim já que as palavras é o que menos importa. Um pequeno sino bem acústico foi tocado algumas vezes, e fiquei em dúvida se foi feito por um objeto ou o aparelho de som do teatro. É bem possível que alguém do público esteja visitando uma igreja do domingo no cotidiano medieval, hoje. Para quem buscou uma semântica diferenciada acabou transbordado evidências de "referência e sentidos". E juro que fiquei torcendo por um canto gregoriano. Um seminarista chegaria aos céus falando com os raios.
A palavra "contemporâneo" sai daqui já que isto me lembrou algo medieval. Se for pela linguística tão debatida em épocas do absurdo acaba sendo fora deste tempo linear. Quanto a vertente até acho que existe méritos por unir um grupo da classe artística, com seus narizes empinados. É que nem Russell, o melhor é ter do que não ter nada. A motivação de assistir uma peça desta para alguém que nem faz a mínima do que esta envolvido é de uma peça repetitiva no seu quadro. Teria de surgir deste meio alguém que comunicasse com muita precisão aquilo que esta proposto, e não com palavras, e sim com comunicação como dois mais dois é quatro ou cinco. E tudo faz parte como o vermelho desfilando palavras.
E para completar o texto, uma vez que assisti o Fractal no domingo. Foi a última apresentação da "Mostra". Procurei perceber aquilo que é a dicotomia estruturalista que carrega em Lévis-Strauss. E dentro desta mesma elaboração tem as matemáticas com a construção do tempo social do qual atuamos como observadores próprio daqueles cientistas que procuram criar suas teorias das ciências humanas. Uma distribuição sem se ater a diversidade individual diante da generalidade, e exterioridade bem formatada. Pressupondo um espelho, sendo que tudo já é mais complexo, do mecânico ao estatístico. Contemporâneo por esta linha também não é. O contemporâneo esta longe de ser definido.
Amém
carlos jansson
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Festival de Teatro de Curitiba 2013 - Macbeth
"Macbeth", uma das principais tragédias de Shakespeare, do diretor Gabriel Villela peça marcada no Festival de Curitiba na Mostra 2013.
Em 2010 o diretor não foi feliz com seu teatro de Rua "Sua Incelença Ricardo III". Isto porque deu uma chuva que inundou tudo. E em 2011 com "Hécuba", de Eurípides foi algo de grande fineza e arrebatamento. Vamos ver 2013 que tem tudo para ser um espetáculo preparado para o sucesso. Chover dentro de um teatro fica difícil.
Peça "Macbeth" encenada na linha brechtiana e com muita atenção aos detalhes.
Espetáculo dirigido por Gabriel Villela, com Marcello Antony e Claudio Fontana nos papeis principais.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Fundação Cultural de Curitiba
Passei na biblioteca da Rua da Cidadania de Santa Felicidade e constatei que voltaram muito dos livros de teatro que tinham levado para a sede da Fundação Cultural. Isto me chamou a atenção, e fui no espaço de atendimento da fundação no mesmo espaço.
Comecei um diálogo com uma senhora sobre a possibilidade de dar aulas de teatro e ela me falou que só tinha o teatro infantil. Falou que eu deveria participar de um edital da Fundação e não tinha nenhum aberto no momento.
Diante da decepção costumeira falei que os procedimentos da fundação eram de dois editais e da forma burocrática que não facilitava os procedimentos. E após fazer uma comparação com os editais de Minas Gerais das quais fui contemplado, ela me disse: "que pena que você saiu de lá". Uma frase que ela citou mais duas vezes durante minha conversa.
Falei da contra partida que a fundação exige com o objetivo do projeto para realizar atividades para a fundação com um financeiro baixo estabelecido no valor total do projeto.
Um momento ela me disse que as pessoas não acompanham as iniciativas, e fiquei pensando: se uma instituição foi criada para dar suporte para a população e ela não viabiliza por não ter respaldo, então não é a população que deve ser culpada. Por que se ela foi criada para população e não atua com a população, qual é a função desta instituição? Será que vamos ter sempre os adolescentes com carência de atividades e quando busca a instituição ela não dá suporte? Como muitas escolas com média de 500 alunos e não tem nenhum praticando uma arte na região. Percebo aqueles adolescentes que tem uma iniciativa para a arte e percebe-se a Fundação com uma certa arrogância de que ela é o centro das atenções como se fosse.
O teatro em Curitiba é só o Festival de Curitiba e alguns cursos que promovem os espetáculos direcionados para seus alunos e pais. De resto não existe teatro em Curitiba. Ele é muito pobre, sem os incentivos adequados. Os grupos são pequenos e geralmente são de professores vinculados a escola Fap que precisam estar atuantes.
Curitiba com cultura artística dá impressão que acontece e não acontece. Existe uma carapaça não produtiva que engana. Poxa, eu produzi várias peças e tenho um Drt de direção. Poderia estar montando a média de 3 espetáculos no ano com qualidade. Mas o que vejo é uma porta bem fechada de uma soberba que não corresponde a sua função. A Fundação Cultural de Curitiba não produz a contento. Ela engana num faz de contas, e com ela gira um financeiro considerado. Se ela não tem o propósito de fomentar a cultura artística na empatia com a população, então porque ela existe?
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Marta Suplicy, a demagogia em pessoa.
Vejam o que a Marta Suplicy falou no artigo "O Poder Jovem na Folha":
"Mais tarde, postou um vídeo mostrando a falta de preparo do professor de matemática".
Ela fala como se o outro lado, que ficou sem o direito de se manifestar, fosse o problema. Ela esta julgando e desprestigiando os professores que sabem que por trás desta história têm muito o que se falar. Isto no contexto do "diário de classe" da Isadora Faber. A Marta Suplicy, que é a Ministra da Cultura, agora. E o Brasil dá um passo atrás.
Isto quer dizer que a professora que entrou na justiça, as merendeiras desrespeitadas, o regimento da escola que não serviu para nada, a lei do estado que não permite celular em sala de aula. O professor que foi comparado com um "rato", deve fazer parte da construção democrática da Marta Suplicy?
Como pensar de alguém que deveria ter um preparo para assumir o Ministério da Cultura pode pensar assim? Meu Deus, o Brasil não pode ser isto.
De improviso acabei me envolvendo com o caso e aos poucos fui conhecendo os personagens da estória de Isadora Faber. A minha curiosidade maior era saber o outro lado (isto já marca uma estrutura binária importante). E me surpreendi quando o outro lado; marcou sua presença com uma diferenciação espetacular. Um posicionamento com um grau de estratégia interessante e ao mesmo tempo acuado com tanto ruído.
O que falta antes das pessoas se manifestarem é buscar mais informações sobre os acontecimentos.
Implantaram uma áurea que não corresponde com a verdade. Tudo é sujeito à interpretações. Mas é razoável pegar aquilo que é mais universalizante e no contexto da opinião da comunidade local. E no universo da Isadora Faber criou-se dois mundo: a verdade da menina com os pais desenvolvendo a trajetória por trás e a verdade da comunidade em que a menina faz parte. E grande parte da culpa é da mídia, com o trabalho jornalístico que tentou criar um personagem que se tornou um ser estranho, e provavelmente com um desenvolvimento futuro comprometido.
Continuando... Pequei uns exemplos aqui para conferir naquilo que o Brasil está caminhando nesta consciência de perspectiva em formação. Que é um retalho de reportagem desta semana que revela um gesto peculiar cada vez mais proeminente na sociedade:
Esta foi uma reportagem em um canal de televisão que no momento não sei o canal: Policiais abordam um carro na perseguição. Um carro idêntico daquele usado no assalto e constataram que não era o mesmo. Mas este "carro abordado que não era dos assaltantes portava armas e drogas".
Alguns vão achar coincidência. Será mesmo?
A reportagem: "Ela (Lore de Santana Vaz) foi encontrada degolada no último dia 13, em Santo André, no ABC Paulista.
O auxiliar de limpeza Robert P. de 32 anos, foi preso anteontem e confessou ter recebido R$ 1 mil para matar a vítima. Na noite de ontem, o funileiro Nonato. B. de 21 anos, também foi detido. Os dois são apontados como executores do crime". Publicação da Jornalista Thaís Nunes.
O que está mostrando aqui é o fato da mentalidade prevalecendo na população. O assassinato não foi feito por ladrões; foi feito por trabalhadores. O que configura um estado de violência de uma comunidade doente. Tudo gerado por uma educação que não alcança mais os seus objetivos. Uma educação em frangalhos que alguns insistem em pontuar quando o universo todo da relação social esta comprometida. As famílias são o centro de um epílogo de desencontros diante de um discurso da independência solitária e ao mesmo tempo o mundo dos iguais. O "ai fora" está sendo construído de uma forma que o humano volta ao seu instinto primitivo.
Coloquei parte deste texto nos comentários no site do Ministério da Cultura¹ sujeito a avaliação para ser publicado e não foi aceito, excluíram. É claro que aqui daria um debate sobre a "liberdade de expressão" tão divulgado num país democrático, que de democrático não tem nada. A não ser que seja de interesse deles. O que é muito, mais muito... mais muito estranho.
E geralmente sou excluído com meus comentários na rede social, e até entendo. Por que o que eu falo os burros abaixam a orelha.
¹ Ministério da Cultura da Ministra Marta Suplicy. Artigo no www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/65109-poder-jovem.shtml
carlos jansson
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
O Homem que não gostava de dinheiro
Pensei em escrever um conto, sem aumentar um ponto. O que me intriga com este título é saber que o dinheiro não é intrínseco na sociedade de uma consciência reinante¹. Ele pode ter se alastrado como um vírus nas profecias de Adam Smith. E ter uma estrutura social abarcado nele como forma de esquadrinhar nossas vidas sem opção de outros formatos. Mesmo percebendo outros povos que numa diacronia, num mesmo tempo, e até aqueles que trilharam um paralelo de civilização, olhavam o mundo com propostas ingênuas e nobres.
O engraçado é o formato das permutas entre empresas e empresários quando se deparam com esta possibilidade. Todos eles se sentem em estado de graça diante da possibilidade da troca dos produtos. Muito mais do que se usassem o dinheiro como mediador. E é aqui a chave do meu problema que devo escrever mais, na sequência. Troquem-se e não contribuam para uma consciência a caminho da falência. A troca faz bem a algo que você nem percebe e que logo, logo a gente fala. A palavra "dinheiro" já não é visto como um bem entre nós. Ele está carregado de negatividade e tudo força de quem contribuiu para que ele estivesse assim, que não foi você é claro. E sim, está nuvem negra do poder que prega a igualdade e discrimina ao mesmo tempo. Não que você vá rasgar dinheiro.
Experimente fazer uma permuta bem feita para ver se não se sente próximo de algo mais concreto. Da lógica do concreto.
¹ Acho que na prática com engenho em Marx não concordava com isto que falei, da maneira que falei.
depois continuo.
carlos jansson
domingo, 12 de agosto de 2012
Imprecações: O dia que Calígula cortou as línguas.
Estou ficando cansado da linguística com seres hilariantes que despejam sons e mais sons. A vaidade é o centro dos argumentos que não cessam. Textos que se equivalem em diálogos de igualdade nos casais do modismo inglês sendo que uns 150 anos atrás as mulheres eram vendidas em praças e feiras na Inglaterra com cordas nos pescoços, e o contraditório é estabelecer que existe uma comunhão mútua num ditame de extrema individualidade nos atuais. Não houve uma acomodação nos costumes, e acabam revelando uma insatisfação nas relações por estarem fundamentados em enganos. Saio da peça¹ que não sabe fazer outra coisa que não seja relacionar um monte de pares num tom de ideologia das igualdades, e entro num ônibus com alguns bonés rimando rap numa vaidade falante. É tão evidente as intenções, coisas de marcação. Uma linguística estética convenciona-se ao silêncio, sem compartilhamento das almas no intelectuo. Não preciso provar e serei feliz sem os tímpanos. Um mundo dos falantes acaba de perder um representante que pensava ser um grande argumentador dentro de uma esfera que todos são argumentadores vaidosos na busca de se endeusar e satisfazer sua presença no mundo contando coisas, uma busca de justificação falante no espaço. Pensava que escrevia bem e muitos escrevem, e você é o rastro do aquém. Deveríamos ser animais sem esboçar símbolos no caminho do vácuo da natureza no continuum. Uma racionalidade que é uma besta degringolada.
E quanto a venda de mulheres inglesas, não duvide. Era um costume e costume na esfera de Hume ou Bourdieu e etc, como queira. Falar de relações em termos de igualdade numa espécie de joquinho com influência tendenciosa gestora de nossas fragilidades colocando como ideal é algo nojento. E toda moralidade dos iguais vem calcado num defeito que passa como modelo de costumes, e assumimos como se tudo tivesse sido feito moldado com a perfeição sendo que para eles é uma correção do mal feito. Brindamos com êxtase aquilo que veio com defeito num mero esculacho de gente vazia esperando pequenos argumentos, tidos como exemplo, para delirar. E mais: numa representação que vem de um passado que não foi bem gerido e não somos capazes de averiguar a exatidão daqueles gestos é falta de visão, de observação, de nitidez. Interpretem bem, sem as tendências óbvias, para representar bem o contexto daquele universo. Sapere aude. Cabe saber quem mentiu num todo mentiroso de influências impregnantes. O teatro não pode ser tão ingênuo.
"Será possível que um governo que proíbe a venda de um negro não possa proibir a venda de uma esposa saxônica?" Caroline Dall (feminista 1860).
¹ Montagem Teatral "Imprecações" de 3 textos do Michel Deutsch: "As despedidas" (Les Adieux), "Os Beijos" (Les Baises) e "Audição" (L'Audition).
Site: http://serialcomicos.blogspot.com
depois faço a correção.
carlos jansson
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Revolução dos Generais
Penso que há um equivoco brutal em tudo isto. A propaganda da Revolução Francesa não condiz com aquilo que permaneceu depois. A democracia como uma estratégia de guerra demonstra que não temos uma afinidade para o bem. O general Napoleão, após a Revolução Francesa mandou um recado objetivo no inconsciente que o mundo sempre será mandado por generais. Não é o Obama que manda no mundo, e não é ele que faz as guerras. Ele participa num jogo da manutenção de seu poder fragilizado diante do sistema já desencadeado, o mesmo jogo que faz a rainha da Inglaterra com um glamour de realidade. Pensar que o capital e o livre ir e vir é o eixo principal da humanidade é substimar o poder. No Brasil o poder político é um câncer irremediável e o exército é uma piada. Será que o Brasil é esta potência? Será que somos potência porque somos bonzinhos no mundo? Que cara que o Brasil tem realmente. Aqui não passou nem um general e nem ganhamos alguma guerra significativa. Que identidade é esta que faz pensar que somos alguma coisa? Nada como a democracia (que não existe) para permanecer num mar de poeiras numa ilusão de que estamos dentro do paraíso. Nós estamos apodrecendo num continuum achando que estamos chegando lá. Chegando lá onde mesmo? A estratégia de guerra esta armada e nós não somos nada. Ou somos?
Aparentando aqui uma volta a escola tradicional da história, e não é diante da subjetividade de longa duração que nos atinge factualmente. Não existe tempo anacrônico aqui, e sim, uma constatação do nosso tempo. Que aliás se tornou intrínseco a manipulação histórica diante de uma modernização desleixada e pintada como um ser humano pleno de liberdade. Quando notamos uma homogeneização que dispara uma regularização estrondosa da mentalidade se precavendo de um homem que não pode pensar diferente diante da segurança humana universalizada, legalizada na moral e leis que ultrapassaram o contextos empírico dos costumes. Geralmente moldados por aqueles que deveriam estar inserido no mundo dos cães, e estamos num processo civilizador negativo por causa deles.
Esta citação é da carta em que Hegel descreve sua impressão ao presenciar a entrada de Napoleão, com seu exército, em Jena, em 13 de outubro de 1806:¹ "Vi o imperador (esta alma do mundo) cavalgar pela cidade em visita de reconhecimento; suscita verdadeiramente um sentimento maravilhoso, a vista de tal indivíduo, que, abstraído em seu pensamento, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina". Ele conectou a rede de interdependência que vivemos hoje e seu domínio nunca deixou de existir.
O erro de Napoleão segundo Jacob Burckhardt foi "a incapacidade de transformar os povos vencidos em aliados" (Fernandes. 2008. p.118). Ele não conseguiu domesticar os vencidos diante de uma disputa ferrenha com a Inglaterra. Uma disputa da centralização com as pluralidades dilacerada vigente.
¹ Fernandes, Cássio da Silva. Concepção de estado entre Ranke e Burckhardt in: Facetas do Império. Sp: Hucitec. 2008. p.108.
faço a correção depois.
carlos jansson
domingo, 29 de abril de 2012
Um Passeio de Mãos Dadas com Heráclito a Caminho do Cinema.
A lua está vermelha. É um argumento que é mero adorno para o início de um texto e instigante o suficiente para se querer ver a lua vermelha. Ela pode não chegar a ser vermelha já sendo vermelha na colocação. Existe a possibilidade de ela vir a ser vermelha numa conjugação de fatores naturais sucessivas. Os deslocamentos das massas ganham um olhar atento. A lua vermelha é poesia por ser instigante de sobreposição de imagens.
O rio é escuro e passa. Mas, ele permanece escuro. Os sentidos fazem uma equivalência do permanente. A sobreposição é nítida quando não se tem o deslocamento do olhar desfocado. Uma sucessão marcada com o gosto da água que se desmancha na língua num volume marcado por uma coisa. A sensação de uma massa que rodeia o dedo dentro da água ¹. A temperatura fria que diferencia do corpo constante. O fenômeno da evaporação como um corpo que brinca se manifestando na natureza.
Heráclito não pode ter percebido apenas a mobilidade das águas. O instigantes fraturou o seu cérebro numa disposição de imobilidade quantitativa de sentidos. E o contrário, criado no próprio contexto que se confirmada é a grande piada da humanidade. Dentro de um processo reducionista da matemática ela pode ser apresentável, numa premissa falsa por não ser levado em conta a sucessão.
Afastar o espelho histérico de semelhança do eu nas coisas com seus tempos efemeros limitado a uma transitóriedade própria que se faz no mundo. Permitindo assim ao estabelecimento de uma matemática sem o revés do isolamento no nada. Não perdendo de vista o hiato que é a fonte da juventude esperançosa que jorra racionalidade infinita. A cada afastamento há um sabor enigmático na história de portas factuais se fechando que gostariamos de estar abrindo. Tanto atrás como na frente com uma porta que se abre e o vento fresco sacia o nosso peito.
O úmido para o seco não é contradição e sim, sucessão.
Na lua, se nela for colocado um x de cor preta. A sucessão natural não alcança a menos que ela esteja em nós. Não tendo sobreposição nem de um desejo consciente e nem de um sonho de uma lua nas praias do Haíti depois de uma noite mal dormida para disponibilizar a sucessão na noite bem dormida de um dia instigante.
São três posições, um olhar autista que não encontra a lua e um desejo abstrato de um desejo na compra de uma passagem para o Haiti e o sonho da noite que por razões alheias acaba tendo acesso. Será que têm outras possibilidades? Pergunta racional demais porque foi enumerado. E a sucessão não ganha este mal estar. Nela não cabe a nossa noção podre. Basta ver que temos o capitalismo como crença principal como guia das nossas vidas.
A grande piada é achar que o grau de importância das causa e efeitos marca nossos defeitos nos mundo de deus. Um deus semelhante criando na falsa egoísta ignorância de seres ambulantes numa superfície. Toda importância se esvai na mutabilidade do transparente que permanece e brilha aos nossos olhos.
Um dos problemas filosóficos que sempre me acompanhou desde a adolescência sem o conhecimento filosófico platônico foi que o bem nunca teve uma extensão e toda intensionalidade nela é problemática, percebendo o mal com algo substancial trágico no sentido que ela faz cortes na carne. Com uma sucessão presenciável mais pontuada.
Minha mãe sempre me elogiou, com interesses religiosos, para alguém que nem tava aí para a religião, de que eu sempre falava a verdade. Um lembrete sempre entrínsico em mim que marcou diante das minhas reivindicações de verdade e religião. Mas no cotidiano lembro de um adolescente que tinha um grande impulso pela mentira e é observável casos como este de pessoas que contam mentiras como verdade mesmo sendo alertados no cotidiano. A mentira é orgânica no nosso meio.
O truthmakers do Heráclito é o escuro no rio. Mas o escuro é alguma coisa que existe que ele não chegou. Uma verdade que se desmancha na transparência que faz flutuar e ao mesmo tempo penetra. A episteme de Heráclito talvez seja algo que não está para nós como ele buscou. A anacronia no seu autismo desvela um paradoxo. O princípio do determinismo abriu um leque de variações em conformidade com que estava sendo dito. A compreensão de algo do vir a ser é tão frágil diante do que pode se absorver deste todo. O que ele pegou foi aquilo que ele podia pegar. O que ele pegou não poderia ter um avanço sem as devidas conceituações por exemplo pelo que conhecemos como extensão e intensão. Platão desconfiou disto e preferiu afastar-se sem se ater ao momento profícuo de sua época. Decisão unanime num momento da sua sucessão e a orientação para o mundo ocidental. E a sucessão do vir a ser também é muito mais pontuada diante da permanência do bem. Vai além da matemática verificar que o humano é sucessão diante de uma natureza parasitária imóvel. Estamos num quarto nos debatendo em angústia sendo que o quarto não vai mudar. E um peixe num aguário com um leve toque no vidro ele se distancia. Senão, ele permanece no seu mundo. Não somos como num tanque, embora envolvidos por uma massa atmosférica esférica desprestigiada. Morremos afogados no vazio e nossa compreensão não abstrai nela. Um peixe teria a outra dimensão diante da nossa manifestação. E será que estamos abertos ao toque no vidro. Sabemos da possibilidade. E isto resulta em mundos diante desta necessidade de espelhamentos que temos. Espelhamento de sentidos com os peixes nos toques e visão.
Como em Heráclito a questão visual, com grande importância para ele, não foi esclarecida. Também, não foi esclarecida a questão dos ventos frios transparentes em Protágoras.
A questão da sobreposição do time no deslocamento não está na finalidade do deslocamento. O fantasma no deslocamento absorve só a curvatura que não se concretiza na dispersão. O fantasma está na sobreposição inicial com sua forma nítida absoluta. A tendência transcendente regado de idealismo busca incessantemente a construção da imagem fora dela. Somos fantasmas nos vendo num núcleo de seres proliferados numa superfície que se manifesta. Seria tão claro se perguntar como enxergamos o outro e as coisas. Como o autista tem o desvio das coisas e dos outros.
Na sobreposição o primeiro plano é o conhecimento e memória, e no segundo é percepção imediata. E no deleite fantasmagórico existe as linguagens. Está que nos leva a bancarrota, diante de linguagens como a música universal, dos assobios dos ventos. Poesia é isto. E nada como a poesia na natureza com ela sendo poesia da natureza também.
¹ Para os externalista (relação causal com o líquido água e água e o nosso entorno comum) é uma condição que satisfaz a mente, supondo que tal composição inundou Heráclito numa falta de potência e explicação do mundo. Sentiu sua mente pequena diante da complexidade e necessidade para preencher a busca de escape deste mundo. Preso numa órbita muito maior do que aquilo que possamos pensar. Condição que afeta nossa liberdade. Sentidos, natureza das coisas e angústia.
¹ Para os externalista (relação causal com o líquido água e água e o nosso entorno comum) é uma condição que satisfaz a mente, supondo que tal composição inundou Heráclito numa falta de potência e explicação do mundo. Sentiu sua mente pequena diante da complexidade e necessidade para preencher a busca de escape deste mundo. Preso numa órbita muito maior do que aquilo que possamos pensar. Condição que afeta nossa liberdade. Sentidos, natureza das coisas e angústia.
O bom da internet é que você pode falar um monte de bobagens.
Depois apago ou continuo.
carlos jansson
domingo, 11 de março de 2012
Festival de Teatro de Curitiba
.
As vezes a energia faz o encontros dos diferentes modos de ser, e os “campos” de Pierre Bourdieu classificados no Brasil como sem significância nos meios institucionais dos governos quando colocam o artistas dentro de uma atmosfera hostil da comercialização do produto artístico ou na correria do patrocínio e da coisa artística, como a coisa comercial com a divulgação dos produtos comercializáveis de forma artística. Que alguns até conseguem abranger a realização artística e comercial ao mesmo tempo, acabando de ajudar o político que sempre divulga a liberação de recursos para ser captado e na maioria das vezes os artistas não tem a habilidade ou a disposição para tal. E assim os recursos se mantem nos cofres públicos abarrotados de grandes olhos para usos indevidos. Um sistema fechado capitalista que no geral sempre o prejuízo é do artístico e a alienação cultural despontando no horizonte do rebanho. Alguns "campos" muitas vezes realizados com eficiência como os judeus na administração da coisa comercial que desfrutam de uma cama macia.
O produto artístico, qualificando como produto devido a necessidade do ganho financeiro que faz o moinho movimentar, no geral vem carregado de sonhos. Uma linguagem que se manifesta nos sentidos na busca do resplendor imortal. E ela começa na divulgação quando aqueles estabelecem uma eficiência que faz do evento, o evento do ano naqueles que não tem o costume do teatro.
Este ano uma coisa me chamou a atenção no “Guia Oficial do Festival de Curitiba” que por coincidência pode ser encontrados nos shoppings centers de Curitiba. Foi a divulgação da Nissan com uma breve história sobre a “Merda”, que é a saudação entre os artistas de teatro e espetáculos. Um trabalho que buscou a harmonia entre "os campos" e que compreende a sustentação do evento, me apropriando no blog pelo mérito da criação. Um texto com desenvoltura pontuando a leitura de todos os atentos ao Guia que segue abaixo:
Sobre os Veículos, O Teatro e o Produto do Sistema Fisiológico dos Cavalos. (Guia Oficial do Festival de Curitiba p.63)
Antigamente, uma boa peça era aquela que conseguia reunir uma boa quantidade de carruagens na porta do teatro, o veículo da época.
E até um quadrúpede sabe que carruagem precisa de um cavalo para puxar. O cavalo ficava lá esperando na porta do teatro, comendo campim, relinchando, espantando as moscas com o rabo, fazendo essas coisas de cavalo. Vinham o primeiro ato, o segundo ato, o intervalo e o cavalo, sem nada para fazer, se perguntava: comer ou não comer mais campim? Eis a questão. Aí já viu, né? O cavalo enchia a barriga, o sistema fisiológico trabalhava e a porta do teatro virava um toalete.
Desde então, começou-se a medir a qualidade de uma peça a partir de uma cadeia de acontecimentos: quanto mais pessoas na platéia, mais carruagens. Quanto mais carruagens, mais cavalos. Quanto mais cavalos, mais merda. Quanto mais merda, maior o sucesso.
Hoje, ninguém mais vai ao teatro a cavalo, anda a cavalo ou liga para cavalo. Os tempos são outros, o pessoal usa mesmo é o carro para ir ao teatro.
No máximo, no máximo, depois da peça, você pega o seu carro, acelera os cento e poucos cavalos, vai para o restaurante e pede um bife a cavalo.
Mas a merda do cavalo continua aí. Aliás, não mais na porta, mas nos palcos. Porque, antes de começar o espetáculo, os atores se abraçam e desejam merda uns para os outros. Uma maneira tradicional, irônica e até um pouco escatológica de desejar boa sorte.
É, caro Shakespeare, não foi só você que mudou a história do teatro. Os veículos também. Os de outrora, como se dizia outrora, transformaram a merda em boa sorte. Os de hoje, como se diz hoje, apoiam e divulgam o teatro. E a Nissan, como patrocinadora do Festival de Teatro de Curitiba, não poderia desejar outra coisa senão merda, muita merda ao festival.
“Vá com um Nissan no Festival de Teatro de Curitiba”. Está citação é minha e faltou colocar o autor do texto para completar a obra. Parabéns.
Correção do texto fica para depois.
carlos jansson
As vezes a energia faz o encontros dos diferentes modos de ser, e os “campos” de Pierre Bourdieu classificados no Brasil como sem significância nos meios institucionais dos governos quando colocam o artistas dentro de uma atmosfera hostil da comercialização do produto artístico ou na correria do patrocínio e da coisa artística, como a coisa comercial com a divulgação dos produtos comercializáveis de forma artística. Que alguns até conseguem abranger a realização artística e comercial ao mesmo tempo, acabando de ajudar o político que sempre divulga a liberação de recursos para ser captado e na maioria das vezes os artistas não tem a habilidade ou a disposição para tal. E assim os recursos se mantem nos cofres públicos abarrotados de grandes olhos para usos indevidos. Um sistema fechado capitalista que no geral sempre o prejuízo é do artístico e a alienação cultural despontando no horizonte do rebanho. Alguns "campos" muitas vezes realizados com eficiência como os judeus na administração da coisa comercial que desfrutam de uma cama macia.
O produto artístico, qualificando como produto devido a necessidade do ganho financeiro que faz o moinho movimentar, no geral vem carregado de sonhos. Uma linguagem que se manifesta nos sentidos na busca do resplendor imortal. E ela começa na divulgação quando aqueles estabelecem uma eficiência que faz do evento, o evento do ano naqueles que não tem o costume do teatro.
Este ano uma coisa me chamou a atenção no “Guia Oficial do Festival de Curitiba” que por coincidência pode ser encontrados nos shoppings centers de Curitiba. Foi a divulgação da Nissan com uma breve história sobre a “Merda”, que é a saudação entre os artistas de teatro e espetáculos. Um trabalho que buscou a harmonia entre "os campos" e que compreende a sustentação do evento, me apropriando no blog pelo mérito da criação. Um texto com desenvoltura pontuando a leitura de todos os atentos ao Guia que segue abaixo:
Sobre os Veículos, O Teatro e o Produto do Sistema Fisiológico dos Cavalos. (Guia Oficial do Festival de Curitiba p.63)
Antigamente, uma boa peça era aquela que conseguia reunir uma boa quantidade de carruagens na porta do teatro, o veículo da época.
E até um quadrúpede sabe que carruagem precisa de um cavalo para puxar. O cavalo ficava lá esperando na porta do teatro, comendo campim, relinchando, espantando as moscas com o rabo, fazendo essas coisas de cavalo. Vinham o primeiro ato, o segundo ato, o intervalo e o cavalo, sem nada para fazer, se perguntava: comer ou não comer mais campim? Eis a questão. Aí já viu, né? O cavalo enchia a barriga, o sistema fisiológico trabalhava e a porta do teatro virava um toalete.
Desde então, começou-se a medir a qualidade de uma peça a partir de uma cadeia de acontecimentos: quanto mais pessoas na platéia, mais carruagens. Quanto mais carruagens, mais cavalos. Quanto mais cavalos, mais merda. Quanto mais merda, maior o sucesso.
Hoje, ninguém mais vai ao teatro a cavalo, anda a cavalo ou liga para cavalo. Os tempos são outros, o pessoal usa mesmo é o carro para ir ao teatro.
No máximo, no máximo, depois da peça, você pega o seu carro, acelera os cento e poucos cavalos, vai para o restaurante e pede um bife a cavalo.
Mas a merda do cavalo continua aí. Aliás, não mais na porta, mas nos palcos. Porque, antes de começar o espetáculo, os atores se abraçam e desejam merda uns para os outros. Uma maneira tradicional, irônica e até um pouco escatológica de desejar boa sorte.
É, caro Shakespeare, não foi só você que mudou a história do teatro. Os veículos também. Os de outrora, como se dizia outrora, transformaram a merda em boa sorte. Os de hoje, como se diz hoje, apoiam e divulgam o teatro. E a Nissan, como patrocinadora do Festival de Teatro de Curitiba, não poderia desejar outra coisa senão merda, muita merda ao festival.
“Vá com um Nissan no Festival de Teatro de Curitiba”. Está citação é minha e faltou colocar o autor do texto para completar a obra. Parabéns.
Correção do texto fica para depois.
carlos jansson
Náusea e Goethe no Teatro.
Quando Goethe escrevia na Alemanha a Europa passava por um índice maior de suicídios, na real foi uma epidemia. Talvez não fosse o objetivo dele perder seus leitores. É claro que uma leitura da época não é a mesma de hoje. Ninguém se mataria por ler Goethe hoje. E aqui fica a confirmação do tempo anacrônico na integra. Realmente é necessário contextualizar a época.
Um dos meus alunos reclamou que minhas aulas de filosofia é recheado de história. É claro que é um equivoco, não do aluno, e sim dos anos anteriores que não proporcionavam uma filosofia histórica, com uma filosofia temática arriscando nas opiniões e divagações sobre os temas, e se ater aos textos sem a referência interpretativa do momento do autor.
Escrevi o texto Lágrimas de Goethe potencializado pela leitura da Náusea de Sartre. E vejo que a leitura dele não é aceito por grandes nomes. É claro que é um texto que chegou a suplência de um prêmio e leitura na Casa da Gávea com elenco de primeira. Mas a constatação que tive é a falta de leitura com a atenção ao efeito do texto. Algumas atrizes, que premiado com a leitura pelos nomes que representam, simplesmente chegaram a sublimação na leitura, constatado com a forma de contactar o autor e a forma de expressar a impressão sobre o texto. Claro que o texto é feito para a mulher no mundo e a morte é a morte na (da) essência com passagem para uma existência, não saudável. Na estética melancólica empática.
É um texto que venho experimentando o olhar sobre ele. Sei que montado vai ser sucesso porque no palco ele vai ficar muito mais visível e a atriz que fizer vai ser reconhecida como grande nome do teatro. Mas ao mesmo tempo fico decepcionado com pessoas que não leram Sartre. Ou se leram não fazem a menor idéia do que seja a opção existencial de nós no mundo. Acho que tenho um ar maléfico do Goethe que pode ser traduzido como forma de pensar a iniciativa da vida.
Pensando bem é engraçado a minha trajetória como escritor de textos para teatro. A primeira peça foi uma adaptação do Machado de Assis, que montei várias vezes e vou continuar montando e sempre melhorando o texto. O segundo texto foi um plágio de um autor português e acabei ganhando um prêmio. Quer dizer, o autor português era bom mesmo ao ponto de ganhar o prêmio em outras paragens. Claro que um plágio no bom sentindo, que é revisitar o autor na sua visão sobre o texto. O terceiro prêmio foi autoral com uma grande soma e é ele que me potencializou para o “Lágrimas de Goethe”. Sei que ele é bom devido ao clímax destas atrizes que leram o texto e uma ovação numa leitura em Minas Gerais. O que me intrigou foi ter passado o texto para Vera Holtz que já fez “O estrangeiro” de Albert Camus, e ela não ter dado uma opinião. Quer dizer, nem deve ter lido. Porque o Brasil não tem a cultura da leitura (na fase do letramento medieval, sendo que nem o oral existe para achar a precipitação do passado com o presente, para um mínimo de dignidade cultural) e na própria leitura já vem carregado de preconceitos diminuindo o grau das palavras. Perde uma visão por preguiça mesquinha ou só lê livros do Paulo Coelho e afilhados.
faço a correção do texto depois
carlos jansson
faço a correção do texto depois
carlos jansson
sexta-feira, 9 de março de 2012
Cão vira lata: personagem da vida.
Uma garota ficou em pé ao meu lado sentado no ônibus. Ela tinha uma pasta de papel sugerindo uma certa importância de procedimentos nele. Ela era macia com um sorriso confortável no mundo, quando passou um senhor com um saco de latinhas esbarrando nela. Logo ela com a mão direita passou a mão no ombro esquerdo quando possivelmente uma das latinhas ainda tinha líquido dentro ou coisa assim. Ela me olhou com um sorriso querendo dizer alguma coisa. Talvez eu tenha dito – Personagens da vida – enquanto me identifiquei com aquela expressão, e a expressão do personagem. Ele de calça tergal usada nas décadas passadas como referência de alguém oficializado no comércio e com sua voz postada que poderia ser um vendedor ou um comerciante, adiantou que aquele movimento precipitado era para descer no próximo ponto. Uma lucidez de alguém que achei que ia começar a assobiar uma canção enquanto esperava o ônibus chegar na próxima estação. Uma ignorância plausível de um mundo ameno não querendo despertar. Claro que antenado ao mundo entre parênteses caótico de empresas que criaram o personagem num exército de latinhas. Empresas que ligam ao mundo de lideres deficientes de qualquer valor a dignidade da vida num eminente tempo de confrontos entre tribos envolvendo bilhões no rebanho, alheios a guerra entre impérios tendo como fim os persas exauridos. Ainda não sei o que pensar destes personagens se é que eles existem, e do meu personagem no mundo. São centelhas de vidas pipocando num mundo energizado. Não sei se sou o mesmo deitado no chão vendo a cor do coturno acertando meu corpo no haal da receita federal em Curitiba e jogado para fora e em seguida os meus pertences escada abaixo. Sei que não posso pegar no varão do ônibus com a mão esquerda em conseqüência disto com a finalização do meu artigo digitado, com uma mão lesionada. Somos gente no mundo com o caos aparente, ludibriado por uma racionalidade funcional. Esta dupla sintonia com uma delas promovendo o fim da vida.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
O Toque de Midas
.
Diante de um momento do homem que começou a se proliferar pela Europa numa demanda que agora exigia novos rumos na política, no entrelaçamento de comunidades e diante da técnica que ganha proporções para um homem que até então estava sujeito a uma mescla de mundo rudimentar. Diante de novas perspectivas surgem deslumbramentos por achados, tanto de escritos anteriores quanto a novas experiências.
Numa sequência que o homem vem de uma harmonia com a natureza cosmologica com Zeus ordenando tudo, em escritos como Hesíodo na Teogonia em que a ordem era o homem estar estritamente em equilíbrio com a natureza.
E Prometeu distribuiu o fogo para os homens, um fogo racional. E a Bíblia da maça de Eva de um homem que pecou. Fez o que não devia fazer, que é ter a racionalidade em detrimento de uma harmonia cosmológica de uma natureza que se manifesta como deus. Na função da Eva já teve uma direção cristã ligada a um mundo sobre natural mesclado no pensamento de Platão, com um deus a parte num dualismo entre a aparência sensível e essência inteligível que reina até Descartes. Aparência em fenômeno que em Kant torna-se aparição e que faz toda a diferença no novo olhar e leva a “coisa em si”.
Embora este seja o principio de uma vontade de ver o mundo dos gregos e foi liquidado com um nova ótica diante de Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant. Este pensamento cosmogônico é novamente retomado por Nietzsche, como se voltássemos a estaca zero, propondo uma disjunção entre Apolo e Dionísio, na versão trágica. Zeus distribuiu funções em nome de uma harmonia de um mito que sempre chega a natureza com qual deve ser equiparada. Enquanto em Rousseau a natureza deve ser compreendida e vencida para que possamos como homem ter uma sustentação. É como se a natureza jogasse contra a natureza do homem. São duas coisas que se interrelacionam em Rousseau naturalista que acaba sendo bandeira para a Revolução Francesa com o contratualismo. Uma situação que a natureza já não é tão equilibrada diante da visão do homem, como o texto de Voltaire sobre o terremoto de Lisboa em Portugal. Uma natureza com necessidade de controle no aspecto externo como interno; nos instintos e desejos do homem diante de sua comunidade.
Galileu e Torritelli e outros, deram margem para o início de um questionamento que levou a modernidade. Como também, David Hume na questão filosófica, foi significativa para Kant quando este se deparou na questão da causalidade. Como foi o exemplo da bola de bilhar que jogado contra outra bola passa de causa para efeito. Um efeito diverso de sua causa levando em conta a estrutura da segunda bola, como a dilatação do calor e outras pertinências de seu estado. - Não estou falando neste texto sobre o fator simulacro, que fica para uma próxima pesquisa. - É o fenômeno daquilo que poderia ser chamado de objeto que nos aparece. Levando em conta que a causalidade faz parte de uma das categorias de Kant. Tem a “coisa em si” no a “posteriori” particular e contigente e o “a priori” universal e necessário com o objeto sendo levado a transcendência de Kant. Tudo se estabelece no tempo e espaço. Um tempo debatido como imanente na questão do sucessão e simultaneidade diante de um fenômeno em mudança que se relaciona com o problema do devir. Devir que é bem aceito por Nietzsche no amor fati, designando uma resistência do homem em não aceitar o devir e assim se tornando reativo, gregário e tantos outros enganos. A outra parcela se estabelece com o “a posteriori” contingente e particular diante de um mundo experimental nas categorias de Kant. Estabelece um empírico encaixado em um espaço e tempo. Aqui fica uma dúvida sobre a superação do empirismo que ganha um dimensional diante de um tempo que se soma ao fenômeno ou ele se individualiza? O furor da transformação pode ser medido com base neste tempo matemático. Um tempo aqui cronológico e ocidentalizado. E como seria num tempo ao léu sem ferramentas predicativas? É muito fácil perceber este empírico estabelecendo medidas no tempo e no espaço. Já sabendo que eles são uma suposição que não corresponde a ele mesmo. E aqui não é uma questão de universalidade e particular. Ele estabelece a pergunta sobre a verdade de tudo isto.
O homem no cosmo precisava se firmar com parte integrante desta atmosfera até chegar a Descartes que firmou o sujeito pensante com uma identidade. Em Nietzsche ele se perde e tem um retorno ao caos do cosmo. A “coisa em si” cai na superficialidade da necessidade de algo gramatical para uso da comunicação feito apenas para dar forma a um sujeito percebendo a coisa mais aparente do fenômeno que é a causalidade, como também, a moral é linguagem entre as paixões e a vontade. E tudo isto se volta a um início que não tem início e a metafísica se esvai, como Sisífo.
Mas o homem volta a ter um dimensional em Nietzsche com o instinto, as paixões e os conflitos. Tudo que o sujeito anterior queria aniquilar com a razão como a “vontade” de Rousseau e na moral enraizada de Kant. Embora o indivíduo seja uma ilusão, uma ficção carregada de instintos.
Espero um dia poder escrever um texto com pesquisa encima da pluralidade de instintos de observações em montagens de inúmeras peças e atores que ensaiavam diariamente durante anos, criando situações para realçar e experimentar com os movimentos no jogo.
Como achar uma forma de explicar a nossa existência, uma verdade que dignifique e faça de nós alguém no mundo? O tempo inteiro é uma busca que nos coloca como alguém não sendo alguém, pela constante da procura. As gêneses que levam a outras gêneses e as angústias nas igrejas. A mentira impregnou e não existe vontade de transvaloração. O filósofo é o solitário numa redoma que não tem início e sim; o fim. O fim que encerra a vida com o futuro tão mais vivo que ele existe. Ou o destino.
Este texto "O Toque de Midas" teve nota 9,0 numa disciplina no Depto Filosofia da Federal. Bom, se esta nota não levou 10,0 é porque ainda falta acertar algum detalhe. Então ele não deve ser levado tão a sério.
Carlos Jansson
Diante de um momento do homem que começou a se proliferar pela Europa numa demanda que agora exigia novos rumos na política, no entrelaçamento de comunidades e diante da técnica que ganha proporções para um homem que até então estava sujeito a uma mescla de mundo rudimentar. Diante de novas perspectivas surgem deslumbramentos por achados, tanto de escritos anteriores quanto a novas experiências.
Numa sequência que o homem vem de uma harmonia com a natureza cosmologica com Zeus ordenando tudo, em escritos como Hesíodo na Teogonia em que a ordem era o homem estar estritamente em equilíbrio com a natureza.
E Prometeu distribuiu o fogo para os homens, um fogo racional. E a Bíblia da maça de Eva de um homem que pecou. Fez o que não devia fazer, que é ter a racionalidade em detrimento de uma harmonia cosmológica de uma natureza que se manifesta como deus. Na função da Eva já teve uma direção cristã ligada a um mundo sobre natural mesclado no pensamento de Platão, com um deus a parte num dualismo entre a aparência sensível e essência inteligível que reina até Descartes. Aparência em fenômeno que em Kant torna-se aparição e que faz toda a diferença no novo olhar e leva a “coisa em si”.
Embora este seja o principio de uma vontade de ver o mundo dos gregos e foi liquidado com um nova ótica diante de Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant. Este pensamento cosmogônico é novamente retomado por Nietzsche, como se voltássemos a estaca zero, propondo uma disjunção entre Apolo e Dionísio, na versão trágica. Zeus distribuiu funções em nome de uma harmonia de um mito que sempre chega a natureza com qual deve ser equiparada. Enquanto em Rousseau a natureza deve ser compreendida e vencida para que possamos como homem ter uma sustentação. É como se a natureza jogasse contra a natureza do homem. São duas coisas que se interrelacionam em Rousseau naturalista que acaba sendo bandeira para a Revolução Francesa com o contratualismo. Uma situação que a natureza já não é tão equilibrada diante da visão do homem, como o texto de Voltaire sobre o terremoto de Lisboa em Portugal. Uma natureza com necessidade de controle no aspecto externo como interno; nos instintos e desejos do homem diante de sua comunidade.
Galileu e Torritelli e outros, deram margem para o início de um questionamento que levou a modernidade. Como também, David Hume na questão filosófica, foi significativa para Kant quando este se deparou na questão da causalidade. Como foi o exemplo da bola de bilhar que jogado contra outra bola passa de causa para efeito. Um efeito diverso de sua causa levando em conta a estrutura da segunda bola, como a dilatação do calor e outras pertinências de seu estado. - Não estou falando neste texto sobre o fator simulacro, que fica para uma próxima pesquisa. - É o fenômeno daquilo que poderia ser chamado de objeto que nos aparece. Levando em conta que a causalidade faz parte de uma das categorias de Kant. Tem a “coisa em si” no a “posteriori” particular e contigente e o “a priori” universal e necessário com o objeto sendo levado a transcendência de Kant. Tudo se estabelece no tempo e espaço. Um tempo debatido como imanente na questão do sucessão e simultaneidade diante de um fenômeno em mudança que se relaciona com o problema do devir. Devir que é bem aceito por Nietzsche no amor fati, designando uma resistência do homem em não aceitar o devir e assim se tornando reativo, gregário e tantos outros enganos. A outra parcela se estabelece com o “a posteriori” contingente e particular diante de um mundo experimental nas categorias de Kant. Estabelece um empírico encaixado em um espaço e tempo. Aqui fica uma dúvida sobre a superação do empirismo que ganha um dimensional diante de um tempo que se soma ao fenômeno ou ele se individualiza? O furor da transformação pode ser medido com base neste tempo matemático. Um tempo aqui cronológico e ocidentalizado. E como seria num tempo ao léu sem ferramentas predicativas? É muito fácil perceber este empírico estabelecendo medidas no tempo e no espaço. Já sabendo que eles são uma suposição que não corresponde a ele mesmo. E aqui não é uma questão de universalidade e particular. Ele estabelece a pergunta sobre a verdade de tudo isto.
O homem no cosmo precisava se firmar com parte integrante desta atmosfera até chegar a Descartes que firmou o sujeito pensante com uma identidade. Em Nietzsche ele se perde e tem um retorno ao caos do cosmo. A “coisa em si” cai na superficialidade da necessidade de algo gramatical para uso da comunicação feito apenas para dar forma a um sujeito percebendo a coisa mais aparente do fenômeno que é a causalidade, como também, a moral é linguagem entre as paixões e a vontade. E tudo isto se volta a um início que não tem início e a metafísica se esvai, como Sisífo.
Mas o homem volta a ter um dimensional em Nietzsche com o instinto, as paixões e os conflitos. Tudo que o sujeito anterior queria aniquilar com a razão como a “vontade” de Rousseau e na moral enraizada de Kant. Embora o indivíduo seja uma ilusão, uma ficção carregada de instintos.
Espero um dia poder escrever um texto com pesquisa encima da pluralidade de instintos de observações em montagens de inúmeras peças e atores que ensaiavam diariamente durante anos, criando situações para realçar e experimentar com os movimentos no jogo.
Como achar uma forma de explicar a nossa existência, uma verdade que dignifique e faça de nós alguém no mundo? O tempo inteiro é uma busca que nos coloca como alguém não sendo alguém, pela constante da procura. As gêneses que levam a outras gêneses e as angústias nas igrejas. A mentira impregnou e não existe vontade de transvaloração. O filósofo é o solitário numa redoma que não tem início e sim; o fim. O fim que encerra a vida com o futuro tão mais vivo que ele existe. Ou o destino.
Este texto "O Toque de Midas" teve nota 9,0 numa disciplina no Depto Filosofia da Federal. Bom, se esta nota não levou 10,0 é porque ainda falta acertar algum detalhe. Então ele não deve ser levado tão a sério.
Carlos Jansson
Para escutar o sussuro é só com fone de ouvido.
Assinar:
Postagens (Atom)