sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A Anta de Copacabana.


Tem umas coisas que surpreende do tipo que não se dá nada e acaba sendo um balde de gelo na cabeça. E foi assim este final de semana com "A Anta de Copacabana" de Adriano Petermann. Isto aconteceu na Bicicletaria com um pessoal muito bacana que envolve coisas boas e envolvimento de sorrisos refinados de Curitiba. E as novas andanças boêmias envolve uma passagem pela Rua São Francisco continuação do Largo da Ordem que vem sendo foco de um novo momento artístico da cidade. Das coisas ruins de nossa política sobrou algo que possa dizer que foi um acerto a sua revitalização que anda a todo vapor e empolgando.

Chegando na Bicicletaria, daqueles lugares que você chega entra e fica a vontade para ir e vir veio a notícia da apresentação da peça e o convite. É complicado por não conhecer a peça e nem quem ia fazer a peça. O espaço nem é próprio para tal embora a boa vontade diga que é possível.
Conversei com o Petermann que esteve um período no Rio de Janeiro, e como eu está voltando para Curitiba e falamos de algo em comum que foi o nosso amigo Amauri Hernani e a Paula que andam por aquelas paragens. Mas ainda me senti naquela situação do que estou fazendo aqui? Um monólogo e a constatação com ele que o espaço propiciava algo de bom por ter uma dimensão no espaço que valoriza o ator. Sem ainda acreditar que estaria diante de um potencial de peça.

foto: divulgação. 
A coisas que gosto é ser pego de surpresa e isto é que faz a gente perceber que a busca vale a pena. A atuação do Petermann é daquelas raras situações que se percebe diante de uma grandiosidade. Ele brinca com o público numa redundância minimalista própria da peça. Como estive no Rio, por exemplo, tive a sensação de Copacabana merecida com a mídia colocando ela de forma equivocada e padrão. A voz do Petermann tem uma extensão única e a atuação envolvente do começo ao fim. Espero que ele repita e que muitos vejam por que é um espetáculo de uma especificidade que não se encontra, o contexto é diferente.

No texto fala que ele esteve numa bolha com Nelson Rodrigues e falei que agora ele estaria na bolha com Procópio Ferreira que fez um monólogo do Pedro Bloch que já montei e gostaria de remontar para viajar por cidades do Brasil carente de espetáculos. A peça "As Mãos de Eurídice" é uma peça que muitos não conhecem sua história. Tenho planos para ela, só que é um texto de muito trabalho e quando montei foi um ano de intensos momentos pela dificuldade que ela apresenta. Mas um trabalho de uma vida para um ator realizado. Apresentada milhares de vezes e traduzida para o mundo inteiro e incorporando o papel de Procópio Ferreira e Rodolfo Mayer da História do teatro brasileiro. Embora desconhecida para o Brasil que é um grande enigma. Espero que ele entre nesta como eu entrei com o espetáculo dele.

Ganhei a semana e agora pode chover o resto da semana que não me importo. E abraços meu caro Adriano Petermann.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Aranha e o Macaco



Vejo uma ignorância brutal na questão de comparar o homem ao macaco. O homem teve uma evolução de um mesmo pai dos macacos. Falar que o homem veio do macaco é uma tremenda ingenuidade. O macaco também teve sua evolução que é óbvio. Mas nós temos muito dos animais que alguns não fazem esta relação (a grande maioria). Achando um absurdo que o homem seja um animal. E se valoriza ao extremo como quem domina a natureza.


Uma pesquisa recente da Revista Nature (cientifica) feita por dezenas de cientista chegou a conclusão que o Chipanzé tem um instinto de matar. Ele fiscaliza seu território e se algum chipanzé de outro bando se aproximar ele mata. Isto dá a ele a possibilidade de mais alimentos e fêmeas. Outra dos Chipanzés é quando um tem o interesse da fazer amizade com outro, e para conquistar a amizade ele bate num terceiro chipanzé que o outro não gosta para demonstrar sua amizade. Caramba, isto me lembra alguém. E este alguém é o homem com suas guerras irracionais e suas macroguerras que países se aliam aos conquistadores imperialistas. 

Nós somos mais parecido com os macacos do que se possa imaginar. E estes que acham um absurdo ser um macaco são aqueles que enxergam a natureza com superioridade. Até no lúdico que parece ser uma grande festa do homem é exatamente igual nos animais. Lúdico sem refinamento mas com jogos. 

Esta na hora de alguém dar um basta nesta história de racismo sendo que ela não se justifica nem de um lado e nem do outro. O preconceito aqui é contra os animais que o homem promove a extinção. O macaco que tem o azar de ser parecido com os homens que promovem a sua extinção.

Na minha peça de teatro "dadinho... arroz... mamífero" fiz esta comparação do mamífero e o leite da mulher. Colocam que o mamífero é um animal. Mas por coincidência o homem também é mamífero. Existe um preconceito contra os animais sendo que somos animais. Somos filhos de deus tanto quanto os animais são filhos de deus, ou de Epimeteu, sei lá. Assunto esgotado no texto "Sistema de Natureza" do Barão de Holbach e outros. 

E a nossa grande sorte foi os contratualistas terem feito regras de convívio com o domínio do estado e comparando os homens com os lobos. Embora acho que deveríamos ter outras regras sendo que o estado já não garante a proteção. O mundo cheio de guerras e é capaz de você sofrer uma violência e ainda sair culpado da situação, ou o próprio estado promover a violência contra você.

E eles são herbívoros comendo bananas.

Foto tirada em Pontal do Sul 2009

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"Araújo e Ofélia" de Beto Hinça



O Festival "1º Bonecos de Curitiba", uma iniciativa da "Asso­cia­ção Paranaense de Teatro de Bonecos - APRTB", e contou com grades nomes como Beto Hinça com seu retorno ao Brasil. Cidadão formado no Colégio Estadual do Paraná como grandes nomes do teatro brasileiro que tiveram sua iniciação neste colégio. 

O Beto é um sujeito espirituoso e relatando sua estada com apresentações na Itália, França Espanha, Bélgica e Portugal. Ficou claro que sua maneira de ser veio afetada com que tem de melhor naquelas paragens com mais de 2.000 apresentações. Em uma conversa no saguão de um teatro na espera de outra peça do festival conversamos sobre o fado português. Ele falava da violá portuguesa numa conversa destas de definições mútuas como a violá é estridente com som agudo e ele completando que ela brilha. 

Mas brilho mesmo é o Beto Hinça com amadurecimento dos 25 anos de carreira e sua vida uma peça de teatro num metateatro que são suas obras. Volta para apresentar em escolas deste estado fazendo a alegria de crianças e adultos num mundo que precisa a voltar a sorrir. Uma educação voltada para o lúdico completa e realiza a necessidade da volta as origens da natureza. Volta com um repertório como o "Felizberto e a Felizbanda" e "Araújo e Ofélia" de concepção em Portugal. 



Seus trabalhos pode ser contactado pela Villa Hauer Cultural em Curitiba pelo telefone 41-3333-7652 e o seu celular Beto Hinça 9864-3980.  

domingo, 21 de setembro de 2014

Estilhaços e [...] algo assim



Um domingo como deveria ser todos os domingos. Todos os dias deveriam ser domingo e dia de criança brincando. Os animais brincam, as crianças brincam e os adultos pensam que amadureceram. Mas basta chegar o domingo para aqueles adultos voltarem sua atenção a criança em si quando arrastam o cachorro e rolam com as crianças no gramado.

Elenco do Estilhaços e [...] algo assim
A peça que assisti “Estilhaços e [...] algo assim”, neste domingo a tarde no Sesc da Esquina em Curitiba resgata este tom natural primitivo das brincadeiras. Interagem com elas num grande bacanal da alegria e afazeres infantis. A marca principal é a participação deles na peça, incluindo os pais que muitas vezes não tiveram a oportunidade de se soltar quando criança. As imagens soltas e incentivadas pelos atores no jogo.

A colocação de um jogo infantil estabelecido na natureza animal que se reflete em outros animais, que não da nossa espécie, vem universalizado. Tanto que um adulto sabe ser criança como uma criança e volta sempre a suas origens primitivas. Um cachorro morde a orelha de um outro na brincadeira sem machucar representando que estão com raiva um do outro, e as crianças interagem nesta sintonia. 

Um ator é abençoado duplamente quando estabelece este nexo. Pode parecer sem sentido isto. Mas ele é que faz a separação tênue entre natureza e cultura humana. E toda a nossa criação não vem das necessidades humanas como pode parecer. Ela vem desta possibilidade de brincar como um sonho da vida em contemplação. Principio básico para a cultura. Pode-se até criar pela necessidade imposta sem ser as grandes descobertas pelo sonho. A nossa racionalidade é um devaneio, um ser desperto no mundo.  

sábado, 20 de setembro de 2014

O peidinho nas imagens são palavras que sumiram


http://coltisorderai.blogspot.ro

Ontem a noite eu estava sentado naqueles bancos de praça no saguão do Teatro José Maria Santos em Curitiba, e uma garota encostada na parede ao meu lado que só constatei ela quando ela deu um peidinho.

 O peidinho dela era despreocupado e prolongado que parecia fogos de final de ano. Muito feliz que quase dava para interpretar como lá...lá...lá... a garota deve ter problemas de audição por achar que ninguém estava escutando ou fez só para que eu escutasse. Daqueles peidos invisíveis que a gente dá em público. 

Mas o sonho só acabou depois que assisti a peça do teatro de bonecos "As imagens são palavras que sumiram". E quando sai do teatro meus olhos me diziam: que maravilha a gente assistiu. Não sabia que o teatro de bonecos tinha tantas imagens. 


As imagens são palavras que sumiram

E depois de me encher tanto o saco constatei que na rua do largo da ordem tem algumas garotas desfilando de bicicleta. Conclui que nunca vi uma garota de bicicleta que seja feia. As bicicletas são molduras que contornam suas belezas. Apoio as bicicletas só para ter o gosto de ver quadros inspiradores. E Luciane Figueiredo, que trabalho lindo o seu. 

A peça faz parte do Festival de Bonecos que está ocorrendo na cidade. E pode ter certeza que ele vai resgatar a criança que tem em você. Está criança que estabeleceram não tem nada a ver com idade. É algo que estou falando num artigo do meu curso de pós.