terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma parte interessante de nossa história se encontra no livro “O Trato dos Viventes” de Alencastro. Explora toda uma materialidade de informações sobre a história da África com nossa história. Um laço traumático que faz de Angola um território tão brasileiro, que brasileiro é Angola. Histórias da cruzada de Vieira e nomes como de Salvador de Sá como responsável por destinos entrecruzados, que estão resgatando nas escolas dando prioridade para a história da África, que é nossa também. O zimbo que é um caramujo que foi dinheiro de troca de ambos e a cultura de lá enraizada nos nossos costumes.

E cada vez mais daqui para frente as culturas estarão se solidificando em intercâmbios como aconteceu com o grupo de Angola no Festival de Curitiba de 2009. Com certeza serão lembrados porque foram estandarte com a presença do escritor José Mena Abrantes, autor da entusiasmada “Amêsa” da Cia de Teatro Gente, de Salvador. Um belo espetáculo com um cenário cheio de flores espalhados pelo chão e uma bela mulher pisando sobre flores. Um monólogo que segundo o José Mena Abrantes seriam duas personagens.

“Amêsa” foi na carruagem do sucesso da presença do autor que formaram um grupo dos próximos. Que não deixa de ser justo quando não interfere no propósito de ser um intercambio, levando em conta que Angola esteve mais em Salvador do que em Curitiba. As restrições do grupo fechado só fugia quando o instinto e a vaidade, numa espécie televisiva, aflorava. Salvador não é Curitiba e nem torce para o Coxa, e o festival é de teatro com uma comunidade do Brasil inteiro, que se faz presente.

Não desmerecendo o monólogo porque gosto e já montei “As Mãos de Eurídice” de Pedro Bloch. E todos os méritos para o autor Angolano José Mena Abrantes que cativou pela sua simpatia e preocupação em manter esta proximidade entre artistas dos dois paises, com a ida de espetáculos estruturados do Brasil para Angola e Angola mantendo esta disposição simpática pontuada no autor. É raro os dramaturgos estarem participando em festivais ajudando na formação de público, e que, José Mena Abrantes prestigiou com sua presença.

Em breve vou falar sobre a peça “Rosa de Vidro”, que foi uma das melhores que agradou a Gregos e Troianos, com suas deficiências mas, que prevaleceu os seus acertos. Um espetáculo digno de ser classificado como teatro pelo conjunto e empatia de uma direção coerente.
.
E um pouco sobre a peça Você Nunca Viu Nada Igual com um nome esquisito e um folder de mal gosto. Que pelos dois eu não iria assistir, e só fui por uma indicação. É uma pesquisa apolacada do Tadeusz Kantor feito pelo diretor Alberto dos Santos Silva do NPC Artes de São Paulo. É lindo quando você sai de um espetáculo e percebe que tudo valeu a pena.

Nenhum comentário: