segunda-feira, 13 de abril de 2015

Günter Grass, o Machado de Assis da Alemanha.




No começo do "O tambor" o personagem acha seu carcereiro louco por ficar criando coisas com barbantes. Um carcereiro muito bacana por sinal que faz as vontades dele indo buscar folhas de papel para ele escrever. Mas ele é o vitricída com super poderes. Se alguém gritar lembre que um grito muito alto pode afetar seu cérebro. Ou quebrar um copo ou uma garrafa. Não é nenhum destes super heróis cheios de pompas. É apenas um menino de 13 anos brigando em casa ou na rua e quando é repreendido pode fazer estragos inimagináveis que lembra muito as confusões caseiras. Günter Grass foi muito feliz nos seu tipo herói.

A minha descoberta do livro "O Tambor" como sempre foi inusitada. Onde eu comprei só tinha daquelas revistas de novelas com personagens e aquelas revistas de romances que as mulheres gostavam de comprar. Hoje já não se tem mais e deve ser por isto que as mulheres estão perdendo o romantismo. E eu nem sabia que alemão escrevia. Meus tempos pobre de espírito.
Descobri que tinha o filme em tempos que não se tinha youtube. E onde achar um filme deste? Agora eu já sabia que existiu o expressionismo no cinema alemão. Rodei os sebos e lojas em São Paulo e no Rio de Janeiro, nas oportunidades de estar nestas cidades. E um dia numa cidade com uma única loja vendendo discos e cds dou de cara com o Dvd. Sabe o que é dar de cara? Foi o que aconteceu comigo. A primeira coisa que vi foi o tal brincando na prateleira. Não sei para quem no Festival de Curitiba, com a pessoa falando que fazia circo, e indiquei o livro, e dele ia ter uma nova ótica sobre o circo.





O filme alemão "O Tambor" é dirigido por Volker Scholondorff com um oscar de melhor filme estrangeiro. Que por coincidência o menino de 13 anos se chama Oscar. Com legendas em português é claro. O filme e o livro tem suas diferenças. A leitura é uma e assistir tem outro efeito. Mas não deixa de ser uma experiência maravilhosa. No livro fica as impressões fragmentadas enquanto no filme é mais holístico. 

Tenho vários textos de teatro do Günter Grass e um dia, com oportunidade gostaria de montar. Não vejo nenhuma iniciativa diante de uma imagem tão forte como o Günter proporcionou. Quem ler o tambor com certeza vai perder um pouco da normalidade de ser no mundo. Um caos impactante. 

Esqueci de falar do tambor. Mas este fica por conta de vocês.


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