domingo, 26 de abril de 2015

Globo 50 anos



O momento sugere umas palavrinhas já que a comemoração é festiva no meio. Uma festa sintomática de um ramo de sonho contingente sem opções de não ser assim. Olhar para a Globo é olhar a agonia de refazer feitos do passado com modificações para um presente se refazendo.

Vivo nos sonhos da Globo. Mas meu objetivo não é a Globo. Muitos daqueles que me rodeiam tem o sonho da Globo. É um sonho de quem transita entre meio a atores e penetra na dimensão da imagem quase unica de uma consciência totalizante brasileira. Falei quase porque ela já foi muito mais.

Criticam os alemães por terem vivenciado um idealismo. Um brasileiro criticando um Alemão por ele ter vivido um ideal. Só que o Brasil vive do ideal rudimentar. Algumas coisas se mantem deste sempre como um vício incrustado. Recriar a imagem do futebol dos anos 70 foi uma delas. Um erro fatal para a política que acordou o adormecido. Falar que temos liberdade num mundo agonizante está sendo um erro. O discurso do ideal virou retórica nas bocas de quem já não é alicerce para os sonhos.

Os erros da Globo levam a uma estimativa de não ter os 100 anos. Só se ela criar uma barreira desta vista como perfeitas guerras. A fragilidade dela pode não chegar nas vias que ela espera para sua guerra com um povo cada vez mais acordando do sonho. Tem nomes na Globo que são verdadeiras tristezas e aberrações, e carregam toda a síndrome do fim. O povo reage e aponta e ela como dentro do sonho não consegue sair do condicionamento. A Globo é uma alma fácil de se enxergar e eles fazem com se existissem num formato sem transição. E quem vive a Globo hoje não sabe ser a Globo do futuro como foi do seu idealizador. Ele plantou e colheu e chegou perto de perceber o grande simulacro chegando como uma onda aniquiladora de sonhos. Eles deveriam ter mais cuidados por que podem haver espoletas que explodam uma bomba atômica que estilhasse todos os sonhos. Tem quem enxergue as espoletas e já sabe como lidar com elas.

A Globo poderia ser um belo sonho se não se apegasse a velhos vícios e tendências. Ela é a maior fonte de nossa cultura e poderia ser exemplar sem tentar mudar o canto dos Guaiaquis. Quer mudar sem poder transformar o sonho. Os martelos se desmancham a cada pancada. Mudem por favor. Sonhos é bom ter sempre e não precisamos de muito.


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