quinta-feira, 25 de junho de 2015

Representação.



Na semana recebi um email falando que eu deveria escrever um livro e que tenho profundidade no que falo. Claro que não iria escrever algo comum que todos já sabem. Embora isto me intrique. Sempre precisamos do comum mesmo sendo cópia. A briga é feia com o genial Platão. Mas é nele a busca desta representação quando o sujeito sai da caverna (mito da caverna) e se depara com um espelho d'água. E em tudo precisamos deste espelho. E se te falarem que a vida é um teatro, acredite. Se não tem referência de algo com certeza você é um louco destes sem noção nenhuma. Anterior a isto nos mitos tem o Narciso necessário para que você não dê um tiro na cabeça como Camus. 

Em tudo temos a representações e as cópias. Uma antiga aluna entrou na minha caixa de mensagens pedindo ajuda sobre Holbach e a sua natureza. Isto porque ela não entendeu nada da explicação do professor e ele estava cobrando. Acabei trocando idéias sobre o assunto de uma forma que ela fosse feliz na argumentação. E o resultado foi que o professor colocou o Holbach como vedete do ensino e não deveria ter opinião sobre o autor. Eles estão em tempos separados e faz parte do humanismo ela trazer para si os ensinamentos dele. É uma vertente que vem das universidades brasileiras copiando tudo do mundo europeu. As teses são retalhos de textos deles dando um sentido lógico. 

Falam que o darwinismo social é coisa do passado mas copiam tudo de lá. Consideram que eles são uma raça superior intelectual quando exigem que se pense e assimile a prática européia e americana. E se souber Alemão ainda é melhor para eles. O Alemão se orgulhava de filosofar em Alemão. E eles querem que você importe ou copie este orgulho por entender o mundo como os europeus. E são capaz de uma retórica que se deve desprezar os preconceitos políticos de épocas que não se acabou. Eles usam a representação que está na cara e discursam como se ela não fosse parte do nosso mundo. 

Para quem não fez filosofia vai entender o texto e para quem fez vai saber que estou dizendo um pouquinho mais do que aparenta. É engraçado que posso falar de filosofia e teatro e as duas se abraçarem com toda convicção. A filosofia e o teatro tem a mesma raiz de alimento. 


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Exterminador do Futuro e a Criação



O homem atual tem um incomodo com o rompimento e abertura para um mundo de produção e manipulação de ferramentas que expande hoje para as tecnologia. Chega ao ponto de se assustar com as novas possibilidade e até soluções como as próteses com efeito no corpo humano. É instigante os novos rumos e até desejado quando isto promove o conforto e chega até o ócio na substituição de uma ferramenta tão perfeita que faça o trabalho do homem. O poder de criação transcende as possibilidades de um ser superando o homem. Um medo do poder, um medo do político. Somos tão submetidos a um poder usurpador transferindo para o medo do futuro. E é isto que dá mais medo de promover um ser que faça do homem o seu escravo. Isto ao desenvolvimento de algo que se percebe no homem de nem sempre construir coisas para o seu bem. Eles podem ser usados como armas e até recriar uma vontade própria que culpe os homens por sua existência e faça deles o Cristo na cruz. 

Na artes é uma ferramenta indispensável no fazer das obras. Como no teatro com a utilização da luz e da sonoplastia. É impensável a não utilização hoje destes mecanismos para se ter um foco mais nítido de qualidades. Embora Mcluhan fale que o artista sérios é aquele que resiste as tecnologias. 
Ao mesmo tempo o artista pode recriar uma expectativa Aristotélica da ação não perdendo a preciosidade do trabalho corporal no movimento. Ao mesmo tempo que se desenvolve as tecnologia também se desenvolve uma forma de simbólica de se colocar as coisas. Um pouco culpa da tecnologia plástica que tira um envolvimento mais sedimentado do humano num caráter de peças utilizáveis e descartáveis. 

Muitos são os trabalhos como no cinema que vem enriquecendo a imaginação neste propósito entre máquina e o homem. Um dos melhores filmes que assiste e na sequência com vários filmes em sério foi "Blade Runner". E tinha o homem biônico, uma série de televisão nos tempos da ditadura que meu pai não permitia assistir por ser religioso da Assembléia de Deus. Assistir uma teve naquela época era o céu. Sai em sublimação do cinema quando assisti o primeiro filme "Exterminador do Futuro". "Guerra nas Estrelas" não foi um filme que me comoveu por estar ainda dentro daquela disciplina religiosa e não tive o acesso no momento adequado. Estou ainda na reflexão sobre o "sublime" se ele é um excesso de apreensão lá nas intuições Kantiana.

O que me chamou a atenção para este texto foi o ultimo da série lançado agora do "Exterminador do Futuro" que o personagem não é um clone e sim uma gênese entre homem e máquina. Já sugerido em "Blade Runner". Quer reforça o medo político do ser humano submetido a algo como deus inverso com sua criação dominando. Ele sente a sua capacidade de se superar criando algo superior a ele. Se é isto que se chama ser superior. Nietzsche pensava diferente: “Os mais cuidadosos, hoje, perguntam: Como se há de preservar o homem? Zaratustra, porém, é o primeiro e único a perguntar: Como se há de superar o homem?” Duas coisas tangenciando a questão com outros valores.






quinta-feira, 18 de junho de 2015

Filósofos em Cubas com Água



Prometheus: Teatro da Usp 
Eu tenho uma certa impressão sobre Aristóteles quando na linha da "ação". Como discípulo de Platão massacrando a mimese, só que escrevendo tudo em diálogos numa característica do dramático, penso que o Aristóteles tinha a necessidade de escrever para teatro também. E penso que escreveu como um se não um texto que ainda não acharam de alguma tragédia que deve ter escrito. Ninguém escreve tanto sobre alguma coisa que não tenha bebido da coisa. 

Participei de um colóquio sobre Aristóteles com alguns trabalhos apresentados sobre a "ação". Ele mesmo não definiu o que é a palavra "ação". Complicado isto porque a linguagem se fez presente com ele. Mas aí vem aquilo que minha intuição deslumbra. Penso que um filósofo, não destes que fica martelando dentro de uma cuba com água e se afogando. Isto porque ali não é território dele. Estes deveriam ter pelo menos 10 anos de teatro para perceber o que realmente é a "ação". Daqueles que joga a vida no palco e assiste algo que já lhe é peculiar. Ao contrário disto percebo este pessoal agindo como preconceituosos com o teatro. É bem daquelas coisas do dia de hoje que as pessoas afirmam algo e no fim é tudo ao contrário. Convidei uns para a estreia do meu espetáculo e era uma empolgação para assistir, e diz se foram? Entre outras coisas, num curso na filosofia adotando um envolvimento que boicotaram a minha iniciativa. 

Existe algo que é a forma interna e externa do dramático com uma terceira opção do observador cultivado. Não basta num colóquio colocar aquilo que provavelmente foi sendo que você tem que ser agindo como um ator ou encenador. É um humanismo, lembrando das aulas do Paulinho agora, para ter a possibilidade de tornar atual a "ação" para poder falar sobre ela. Ação na vida? Ah isto eles não lembram. Eles teorizam. Parece um peixe se afogando numa cuba d'água ou um peixe fora d'água como diz o ditado popular. É necessário está referência que era onde o Aristóteles queria chegar. Tenho quase certeza que o Aristóteles era um dramaturgo em potencial e é bem possível que um dia descubram algum texto de teatro dele. Se é que já não tem e a gente não saiba que é dele. Mas não tem como negar que a ótica dele e do Platão, por mais que tenha falado mal é a tragédia.


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Rouanet e Rede Esperança



Hoje num reportagem ficou evidente um problema em cima de outro problema. As pessoas querem resolver o problema sendo que a natureza do problema é outro. E não sabendo resolver o problema a tendência é o fim do problema da pior maneira. 

O repórter Jasson Goulart da RPC Globo entrevistas as duas partes que é a Rede Esperança que presta um bom serviço social dentro daquilo que os governantes usam com mais propriedade para falar dos seus feitos, que é a escola profissionalizante. Uma rede que forma uma média de 100 cidadãos e agora se encontra em dificuldades para a sua manutenção já que os orgãos da prefeitura colocaram que a rede não buscou elas diante das novas regras estabelecidas para o apoio. 

Foi algumas mudanças nas leis e passando para outros setores, e agora a Rede pode buscar o apoio da instituição com a isenção de impostos de empresários. Aquelas mesmas da lei Rouanet federal que o governo dá o apoio contanto que o artista corra atrás dos empresários para eles darem um tanto dos impostos permitidos do bolo de impostos. Girando entre 4% de isenção sobre o valor a ser pago. 

É claro que o artista se quiser na sua produção de R$80mil vai ter que ter uma multinacional como apoiadora. Isto uma empresa que tenha 4% neste valor para dar, paga R$360mil em impostos para o governo podendo descontar deste valor os 4%. E o lucro da empresa deve ser de R$800mil. Então o giro da empresa tem que ser na média de R$8milhões. Se assustou? Não sabia disto? E já se sabe que o Brasil não anda muito bem das pernas e empresas deste porte não se acha na esquina. Percebeu a outra ponta do discurso que eles não falam? 

Onde eu quero chegar com este argumento? O detalhe que na nova lei da prefeitura que coloca a rede esperança no caminho dos empresários naquele dilema dos ricos que ajudam os pobres recai numa história que não deu certo desde sempre. Senão a pobreza não existiria. 
Serve este olhar para mostrar que a lei Rouanet tem uma semelhança sendo que agora não é o pobre e sim o artista que precisa do rico. E que acaba o rico usando isto como mecanismo para ele mesmo se dar bem sem a menor preocupação ética do bem divulgado pelos preocupados governantes. Tem muita mulher de empresário fazendo artesanato sem nunca ter manipulado nada e com o fomento da lei Rouanet. Isto eu já vi e numa época que busquei o incentivo fiquei chocado pelos motivos que não consegui com a tal empresa.
E tem muitas empresas que não entram devido o governo fazer um pente fino detalhado nas contas fiscais das empresas, com isto dificultando a comprovação que transforme elas em "doadores". O estado cria o mecanismo para que a negociação não se efetive. E o resto é tudo muito difícil para não dizer impossível. Todos reclamam. Menos aqueles que tem as costas quentes. 

O problema é a esperança que dão jogando como algo que prometem sem ser objetivo na promessa. A Rede Esperança vai passar o penico e não vai conseguir e já sabendo que está decretado a sua extinção. Não adianta o repórter colocar o telefone no ar a disposição de quem quer ajudar. A menos que seja uma multinacional. 
E assim o estado trabalha no sentido ao contrário quando este promete algo que não pode dar e frustra qualquer iniciativa por acreditar na mentira. Usam argumentos sólidos de convencimento que tira a perspectiva dos empreendimentos com aquilo que poderiam produzir. Por isto ninguém acredita mais em políticos. Isto é porque já desconfiaram que o discurso do estado manipulador é uma falácia por inteiro. 

Se é um artista é bom ler isto aqui. Senão em breve não será mais um artista. É claro que o pobre vai continuar pobre. 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Book Rosa e as Verdades Secretas



Fui pego de surpresa com uma novidade no meio das passarelas. E vem da colocação inusitada na novela Verdades Secretas do Walcir Carrasco com o tal Book Rosa. Se sabe que é meio velado a prática do interesse sexual das mulheres no social ditado por uma moral que formatou uma convivência de casal moderno ocidental. Coisa que no oriental e nos árabes e seus haréns podem cultivar e casar com muitas mulheres. Na Bíblia também.

Em épocas de influência francesa no Brasil como no teatro de Arthur Azevedo e outros autores foi normal colocar as cortesãs que tinham um papel de importância na sociedade do Rio de Janeiro, sendo admiradas e invejadas pela beleza e a sofisticação. Em noites boêmias entregue aos corpos embebedados ao som das músicas e danças. Foram feitas muitas novelas com personagens e cabarés traçando estas características que é o espírito ainda hoje neste meio. Não é uma novidade e ao mesmo tempo é pela abordagem do Walcir Carrasco. O glamour, o charme e a arte se faz presente nas entregas como em Toulousse Lautrec da Paris e seu exotismo. Tudo ainda é pecaminoso e excita os desejos mesmo tendo uma moralidade freando.  

No meio da beleza e passarelas existe a abordagem e os meandros que não ficam tão caracterizados assim. Pelo menos não no meu tempo quando eu carregava um monte de mulheres em atividades como recepções e desfiles. Já contava com um certo prestígio sendo meus últimos trabalhos com misses Curitiba e Paraná em épocas que os concursos delas premiavam com carro zero e tals. Até tive uma experiência de ter levado uma miss Curitiba numa agência de publicidade e o contato ter mencionado a possibilidade de um trabalho assim numa fala mais direta me deixando constrangido e nem foi tão levado a sério diante da possibilidade atípica dos meus contatos. Como também num trabalho de recepção um dos produtores do evento durante um café no evento me questionou sobre as possibilidades de sair com as modelos. Mas foram só estas experiências que tive e acredito ter sido inocente nestes tempos dentro de um trabalho sério, que nem queria que fosse tão sério neste aspecto. Acho que era mesmo pela minhas característica que poderia nem ter percebido onde eu estava inserido. Isto não quer dizer que eu não tivesse relacionamentos no meio. Diante das oportunidades de sair para lugares legais bem acompanhado e nos divertindo bebendo e dançando muito, coisas das baladas. Que nem é este nome que se dava na época.  

O meio artístico tem a propriedade de soltar um pouco os modos morais vigente que as vezes deturbam a natureza do desejo, detalhes já desvendados no Teatro Francês no iluminismo e Diderot. Se Eva pecou, o gosto pelo pecado se fez presente. E o pecado religioso nem deveria ser levado tão a sério diante de uma natureza que pede por uma procriação. Isto não impede que o relativismo de interesses não se misturem quando uma garota bonita procura um bem sucedido que provenha o seu conforto e suas vaidades. O sucesso está atrelado no caminho das relações bem sucedidas e então busca um com melhor condições que possa promover ela. Tem muitos casamentos de um mesmo ator ou atriz que passa de uma média do cotidiano dos casais comuns. Tem ator neste momento com um comercial que fala dos sete casamentos dele, o Fávio Jr. Acho engraçado os filhos de artistas diferentes num circulo que viram parentes entre si. Tem alguma coisa errada nisto? Eu acho que não. Melhor assim com as convivências se tornando interessantes.  

Nos tempos das modelos se comentava que as recepções nas exposições em São Paulo existia um acerto das meninas saírem com empresários do eventos. O custo do trabalho delas era dobrado se no final da noite elas saíssem para se divertir com eles. Claro que não tão na cara sendo que poderia nem ter algo a mais nesta saída. Mas ficava óbvio a iniciativa. Em Curitiba não rolava isto. E se rola não tem este padrão tão direto como o Walcir Carrasco coloca. É claro que a partir de agora isto fica mais definido no meio. Interesses todos tem e talvez a máscara seja derrubada em certos casos de um relacionamento mais direto. Ambos os lados vão se definir melhor diante daquilo que estão propostos a fazer e conseguir.

O contato para o sucesso dificilmente se faz sem um contato com interesses em comum e galgando degraus que muitas vezes a moralidade fica vermelha de vergonha. Aquela história de que saiu lá debaixo e suou muito a camisa para chegar ao sucesso já não convence mais. O jogo faz parte do sucesso estético no mundo. E isto é didático na filosofia. Conhecer pessoas que possam te ajudar é normal e não tem que mascarar isto. Depende de aceitar as condições ou não.

Na antropologia o Lèvi-Strauss coloca que o jogo de interesse entre tribos passava pela troca das mulheres para que as tribos tivesse um acordo e uma não guerreasse uma com a outra. É claro que eram tempos que as mulheres eram oprimidas. E hoje elas querem é mais se dar bem. O mundo também é delas e elas escolhem o que é melhor para elas. E nem sempre a condução moral impera nos seus desejos de conquistas. Ninguém é santo o tempo todo e não gostam de santos na cama. A natureza quer que você brinque de fazer sexo porque ela se preserva como natureza, assim. Nada como ser natural e dançar ao som dos corpos. Não no meu caso porque ando muito devagar ultimamente nestas coisas.


quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Faca na Bicicleta



Tentando acertar alguns pensamentos neste nosso cosmo ruidoso aproveitando o prático trágico na representação de novos tempos. Mesmo Heidegger dizendo que nunca saímos de dentro da caverna é possível divisar algumas considerações num pequeno ensaio sem o rigor teórico. 

Estes dias uns meninos esfaquearam um médico na metrópole do Rio de Janeiro. Coincidindo com o momento que querem reduzir a maioridade penal. Não sei se seria o caso pensar o adolescente das ruas a um plano policial e não entro neste mérito para defender algum lado. Os tempos já não são de uma ciência sociais nos moldes totalizadora da época da industrialização com o estabelecimento de regras bem definidas em divisões de classes.  

Um menino que nasceu em condições adversas na floresta das grandes cidades sem a educação nos moldes tradicionais e vivendo num estado de sobrevivência inocente estabelece um vinculo lógico como um animal sem a domesticação. O que eu estou querendo dizer que o homem natural sem a condição de moralização jogado no cosmo não pode ser visto como o animal que deve ser desprezado. Ele é apenas um homem de Jean-Jacques Rousseau que não foi corrompido. O normal é as pessoas se acharem superiores aos animais sobrecarregados com milhões de leis. Não são animais. Não são mamíferos. Os mamíferos são os cachorros e os gatos. O homem não é nada disto num olhar interno. 

Um médico que nasceu num berço cultural e assimilou nos seu 12 anos uma moral externalizada nas ciência sociais descobre um mundo experimental ao ponto de rasgar um corpo no meio com uma faca e providenciar alterações no corpo. Mas não tão superior ao ponto de usufruir da inocência. Se abasteceu do conforto e numa tarde serena resolver voar como um passarinho na natureza pedalando num parque. Mas um parque com feras, mesmo sendo da mesma espécie. Quem fez as diferenciações somos nós mesmos. Criamos nos cativeiros dos apartamentos de dezenas de andares os gestalts e aqueles livres caçando na ruas também inserido num bildung

O ato da fera é desferir vários golpes da faca num corpo. Corpo que desferi seus golpes anestesiados pelos corpos milhões de vezes na sua função de médico a caminho de uma potência. O grau das facas é a mesma com epistemes em mundos separados que numa conexão de corpos se rivalizam numa disputa. O que ninguém pensou foi: o que é isto? Como fica a justiça se pensarmos nos elementos que levam a um mesmo sentido?  Um para a morte e outro para a vida num mundo de vida e morte. Um sustenta o outro e o desfecho é a tragédia que alimenta as diferenças. Um corpo estético cada vez mais saliente. 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Crossover and General Metal - Minas Gerais



É sempre uma grata surpresa perceber a continuidade do lado vocacional da cidade de Uberlândia em Minas Gerais. Terra do Pena Branca e as viólas e sarais na antiga Oficina Cultural. As duplas sertanejas de destaque nacional como aquela "dormi na praça". E os bancos de cimento da tal da praça foi minha cama algumas vezes. Morei nesta cidade e dormir na praça também. É algo prazeroso de um clima quente com a noite fresca. Bem arborizada e com dois chafariz atuantes. Entre outras praças com seus bares com espetinhos com porção de mandioquinha e cervejas. Dá até água na boca de lembrar.

O motivo deste texto é falar de um ator que esteve comigo em várias peças e sempre foi de uma determinação e fidelidade nos trabalhos. Mas sempre teve ligado a música. E não aquela dos padrões culturais da cidade. Um trabalho alternativo e com a iniciativa de montar eventos reunindo bandas da onde não se imagina que tinha na região. O triângulo mineiro pulsando a música pesada dos crossover e outros. Não era o meu tipo de música preferido. Mas os eventos numa forma improvisada acabam dando uma matiz interessante. Os grupos ganham formas geniais e energias gratificantes de ver. Acaba não tendo bandas ruins e tudo fica envolvente. Se pensa: nossa vai rolar um monte de droga. E nem rola tanto assim. Nem lembro o dia que vi alguém fumando e tals. Nem sei explicar a razão para isto. É, deixa pra lá. Cada um com suas loucuras.

O interessante é a determinação do Roberto Marra, este meu ator que numa das peças viajando foi possível juntar um financeiro para a construção do estúdio de som.  E é isto que vem tornando a cidade uma vertente desta linha musical. Pode conferir a qualidade com o link que postei aqui. Uma cidade com a determinação deste pessoal vai tornar um polo com outro olhar para a região. Daqui vai sair destaques nacionais. Qualidade para isto eles já tem. Fico grato de ter participado deste movimento e a determinação do Marra que faz do evento simples uma grandeza sonora. Bom, simples para ele como diz neste vídeo abaixo. Se fosse tão simples não tinha o volume e a quantidade de bandas nas edições. Vai lá meu caro. Isto é bom demais.




















sábado, 6 de junho de 2015

Repetições e a Comunicação


Algumas repetições vem me chamando a atenção. Repetições é a base da representação e ele acaba produzindo um objeto de referência. Um exemplo que vou dar é redundante e não serviria como exemplo. Mas é algo para se chegar ao objeto observado.  Se o EUA decidir que um país é terrorista todos vão ficar repetindo nos artigos que ele é terrorista (independente de ser ou não). Vai ser preciso o Obama falar que não é para parar as repetições. Mas se for alguma coisa boa, para ser repetido, você tem que pagar. Existe um maniqueísmo intrínseco nisto, próprio da civilização ocidental nas características religiosas. Então não é só uma busca pela paz entre os estados e sim uma cultura das guerras incutido no seu nervo central. 

Uma das conclusões é que a mídia não tem opinião própria e repete coisas ruins, sem custos o tempo todo. Não estou falando da política atual e sim de detalhes perceptíveis. Coisas ruins da política vindo a tona é um favor. E se políticos estão sendo desmascarados é sinal de um último fôlego de esperança. Embora o mundo dos ratos tenha tomado conta. 

Mas é muito visível que falar bem não trás retorno e falar mal sim, e isto acaba sendo gratuito e com a força da mídia resulta em convulsão social. Num possível mundo do caos e até dos homens lobos. Tenho quase certeza da riqueza do português que o bem e o mal tem sua estrutura no estoicismo, e o bom e o mau maniqueísta no judaísmo. Roma não foi um império atoa com suas fontes gregas.

O ser humano já tem uma predileção pelas tragédias deste os gregos. O existencialismo é muito presente e deve ser uma das coisas que reforça o gosto do homem ao funeral. Basta ver os globais feito corvos em sepultamento dos colegas que aparecem no sentido de valorizar o funeral e apalpar o seu sucesso como um próximo a baixar 7 palmos. Eles sabem que se tiver uma peça de teatro para divulgar com certeza vão ter que pagar muito para divulgar o bem cultural. Mas se morrer vai ser de graça. 

A preocupação principal é o caos que torna o mundo um pouco pior diante de tantas desgraças como matéria nos jornais. Dificilmente apresentam algo bom acontecendo. Uma que coisa boa nem é tão atrativo assim. Só que os jornalistas poderiam ter um pouco mais de personalidade e não repetir tanto aquilo que o poder mau intencionado quer impor. Primeiro desenvolver uma crítica sobre o assunto para depois colocar no mundo prático. E procurar não teorizar de forma superficial comprando os discursos prontos que manipulam uma massa. A mídia Brasileira é muito tendenciosa. E quando o Galvão Bueno morrer muita gente vai fazer festa. Vai fazer um bem danado para a vida.