quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Faca na Bicicleta



Tentando acertar alguns pensamentos neste nosso cosmo ruidoso aproveitando o prático trágico na representação de novos tempos. Mesmo Heidegger dizendo que nunca saímos de dentro da caverna é possível divisar algumas considerações num pequeno ensaio sem o rigor teórico. 

Estes dias uns meninos esfaquearam um médico na metrópole do Rio de Janeiro. Coincidindo com o momento que querem reduzir a maioridade penal. Não sei se seria o caso pensar o adolescente das ruas a um plano policial e não entro neste mérito para defender algum lado. Os tempos já não são de uma ciência sociais nos moldes totalizadora da época da industrialização com o estabelecimento de regras bem definidas em divisões de classes.  

Um menino que nasceu em condições adversas na floresta das grandes cidades sem a educação nos moldes tradicionais e vivendo num estado de sobrevivência inocente estabelece um vinculo lógico como um animal sem a domesticação. O que eu estou querendo dizer que o homem natural sem a condição de moralização jogado no cosmo não pode ser visto como o animal que deve ser desprezado. Ele é apenas um homem de Jean-Jacques Rousseau que não foi corrompido. O normal é as pessoas se acharem superiores aos animais sobrecarregados com milhões de leis. Não são animais. Não são mamíferos. Os mamíferos são os cachorros e os gatos. O homem não é nada disto num olhar interno. 

Um médico que nasceu num berço cultural e assimilou nos seu 12 anos uma moral externalizada nas ciência sociais descobre um mundo experimental ao ponto de rasgar um corpo no meio com uma faca e providenciar alterações no corpo. Mas não tão superior ao ponto de usufruir da inocência. Se abasteceu do conforto e numa tarde serena resolver voar como um passarinho na natureza pedalando num parque. Mas um parque com feras, mesmo sendo da mesma espécie. Quem fez as diferenciações somos nós mesmos. Criamos nos cativeiros dos apartamentos de dezenas de andares os gestalts e aqueles livres caçando na ruas também inserido num bildung

O ato da fera é desferir vários golpes da faca num corpo. Corpo que desferi seus golpes anestesiados pelos corpos milhões de vezes na sua função de médico a caminho de uma potência. O grau das facas é a mesma com epistemes em mundos separados que numa conexão de corpos se rivalizam numa disputa. O que ninguém pensou foi: o que é isto? Como fica a justiça se pensarmos nos elementos que levam a um mesmo sentido?  Um para a morte e outro para a vida num mundo de vida e morte. Um sustenta o outro e o desfecho é a tragédia que alimenta as diferenças. Um corpo estético cada vez mais saliente. 

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