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Prometheus: Teatro da Usp |
Eu tenho uma certa impressão sobre Aristóteles quando na linha da "ação". Como discípulo de Platão massacrando a mimese, só que escrevendo tudo em diálogos numa característica do dramático, penso que o Aristóteles tinha a necessidade de escrever para teatro também. E penso que escreveu como um se não um texto que ainda não acharam de alguma tragédia que deve ter escrito. Ninguém escreve tanto sobre alguma coisa que não tenha bebido da coisa.
Participei de um colóquio sobre Aristóteles com alguns trabalhos apresentados sobre a "ação". Ele mesmo não definiu o que é a palavra "ação". Complicado isto porque a linguagem se fez presente com ele. Mas aí vem aquilo que minha intuição deslumbra. Penso que um filósofo, não destes que fica martelando dentro de uma cuba com água e se afogando. Isto porque ali não é território dele. Estes deveriam ter pelo menos 10 anos de teatro para perceber o que realmente é a "ação". Daqueles que joga a vida no palco e assiste algo que já lhe é peculiar. Ao contrário disto percebo este pessoal agindo como preconceituosos com o teatro. É bem daquelas coisas do dia de hoje que as pessoas afirmam algo e no fim é tudo ao contrário. Convidei uns para a estreia do meu espetáculo e era uma empolgação para assistir, e diz se foram? Entre outras coisas, num curso na filosofia adotando um envolvimento que boicotaram a minha iniciativa.
Existe algo que é a forma interna e externa do dramático com uma terceira opção do observador cultivado. Não basta num colóquio colocar aquilo que provavelmente foi sendo que você tem que ser agindo como um ator ou encenador. É um humanismo, lembrando das aulas do Paulinho agora, para ter a possibilidade de tornar atual a "ação" para poder falar sobre ela. Ação na vida? Ah isto eles não lembram. Eles teorizam. Parece um peixe se afogando numa cuba d'água ou um peixe fora d'água como diz o ditado popular. É necessário está referência que era onde o Aristóteles queria chegar. Tenho quase certeza que o Aristóteles era um dramaturgo em potencial e é bem possível que um dia descubram algum texto de teatro dele. Se é que já não tem e a gente não saiba que é dele. Mas não tem como negar que a ótica dele e do Platão, por mais que tenha falado mal é a tragédia.
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