terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Nietzsche e os Músicos Brasileiros.


Os maiores músicos brasileiros beberam Nietzsche em suas músicas, como o Renato Russo e Caetano Veloso e Chico Buarque entre outros. Eles prestaram homenagens a Dionísio. Suas letras não beiraram verdades com um misto de verdades incutidas. A intuição andou regando suas fontes que jorram delírios de verdades. 

Um dos limites que estabelece tal ruptura é comparar a música evangélica cheia de dogmas e verdades prontas que não apresentam o novo. Giram em torno de um tema fantasmagórico que não apresenta a vida como ela é. A música precisa de carne do trágico no acaso. 

E pensar que por trás desta vertente cultural no Brasil foi da "Escola do Recife" semeando o pensamento alemão que brotou em margens de rios que seguem caminhos tão adversos num país tão atrasado. 

Pontal do Sul

domingo, 29 de janeiro de 2017

O véu no muro invertido de céu.


O cosmo da poesia estética vem tomando conta e deixando um rastro de crise da tecnologia. Este é o principal golpe que vem deixando o mundo dos bilhões com a pulga atrás da orelha. Crise que ultrapassa barreiras das multidões globalizadas num grande palco. Os governos se tornaram caros e ineficientes e o consumismo pouco atraente diante das descobertas. Retomar os neoliberalismos é um projeto sem possibilidade de sucesso, as pessoas já não compram da mesmo jeito. O mundo entra numa estética de um novo tempo e nele temos que nos moldar. 

O enigma é entender a nova forma de se viver. O ser ganha outra dimensão. O fazer e o desfazer andam juntas e não se pode construir o evangelismo da mera ilusão do passado. Refazer o ser é uma impossibilidade. O refeito é artificial e nauseante. Se existe uma passagem do moderno para o contemporâneo nominado, como evento, talvez seja o terreno que estou falando nos seus primeiros passos. Um tempo suave a caminho.

Não pioramos, talvez. Nós melhoramos! Só que alguns não perceberam e discursam um passado como descoberta que lá era o ser. Quando não era. Querem comprar brinquedos quando não se brinca mais com os brinquedos da mesma forma. Um golpe no acaso no fluxo das coisas como se isto tivesse um sucesso e objetivo. Perda de tempo e valores, só isto que vão conseguir. O muro caiu na cabeça dos vitoriosos dominadores. O instante cobra a todo momento a sua existência. São puras farsas.

Pontal do Sul

sábado, 28 de janeiro de 2017

Filosofia Estética e a Arte.


As vezes eu confundo a filosofia estética com a arte. Faço parte das duas e é necessário na completude de uma vida. Na angústia do saber brincando no meio de todas estas tecnologia humanas o ser precisa de uma episteme cósmica. Estamos numa redoma fechada numa amplidão de infinitos de naturezas que nos rodeiam. Fazemos uma segunda natureza modelando com a estética. O belo, o bom e o ruim são os ingredientes necessários como química que precipita. O nada e o tudo estão muito próximos e se reduz a uma mera existência. 

A maioria sai deste viés para acreditar numa outra natureza alem deste mundo. Isto é fantástico. Não é meu caso que vejo nesta a única solução de estimulo. Fazer as coisas com arte é a brincadeira do mundo e desencadeia toda a criatividade humana no fazer das coisas. As mãos como gesto é o ponto nevrálgico do fazer, como muitos já repetiram tal colocação. Separar a arte da estética é uma amputação sem uma lógica e sentido. Determinando as artes em específico é que podem se sujeitar a uma pergunta sobre o que é a tal arte. Uma sobre a outra é uma nominação que precisamos como sentido. Uma questão de especialidade. Tanto que o artista completo seja apenas um momento de sublimação. Mas em tempos tão Euripidianos e apolínicos este sublime se materialize em técnicas.  

Pontal do Sul

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Era da Reprodutibilidade Técnica da Arte Sem o Fim


Walter Benjamin estabelece no seu livro A obra de Arte na Sua Era da Reprodutibilidade Técnica, uma arte "põem de lado conceitos como o de criação, genialidade, valor eterno e segredo."  Mas isto não confere a algumas artes importantes como a música e ao teatro. A música sempre se reinventou bastando olhar para milhões de músicas sendo tocadas em rádios e sempre uma diferente das outras. Claro que existe uma planificação própria desta arte na arte de se fazer música. É como um geômetra que igual a outros geômetra conclui sempre uma mesma matemática. Só ultrapassaria se o humano ultrapassasse o seu ser humano na genialidade. Isto é possível? Se não fosse possível então a possibilidade de entender profundamente o quântico seria impossível. E sabemos que vamos chegar lá na nossa ciência. E a episteme na estética se renovando é fundamental para o otimismo de nossas vidas. Mas jogar todas as fichas na ciência como se ela fosse o galardão do futuro da humanidade não é próprio nem na razão do materialismo de Diderot. A "reprodutibilidade" é muito redundante para impor toda a ciência a serviço dela. 

Máscara do Teatro Cultura - Curitiba
No teatro a criação se faz de muitas maneiras, no trabalho do diretor que quer colocar uma proposta nova. Tanto que a proposta do Teatro Antropoceno que é a descoberta de novas maneiras de se fazer as coisas no cotidiano destes tempos contemporâneo diante das muitas complexidades e adversidades que vem numa transformação humana e tecnológica. Aquela da natureza resiste e ainda mantem uma originalidade tradicional que não deixa o humano entrar de vez num simulacro ou loucura. 

O teatro no geral se faz com um texto, ou não texto no contemporâneo. Mas mesmo com o texto a questão da representação é buscada pelo ator na ação e no gesto com originalidade que lhe vai conferir o mérito. Isto é a arte do ator.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Ensaio da Imaginação e Arte: Um pé na Faculdade.


É normal hoje na arte contemporânea uma série de situações tida como nova com o contemporâneo deles desgastado pela falta de presentificação. Muito do que se faz, a tempos atrás se encaixaria perfeitamente como algo feito por um louco. Aquilo que era para ser o simulacro avançou como lógica. Já não é novidade, feito pelos bons. Muito culpa das tecnologias de som e imagem que avançam em qualidade e performance. 

A capacidade de ilusão, fantasia e associações lembrando Hume ganharam compreensão. E a imaginação foi afetada. Existe uma ordem neste novo como se elas estabelecessem um elo entre o absurdo e o novo. Já se exigem uma lógica de manipulação. E aqueles que exageram cai em algo que não é simulacro e é um nada. Por isto a ordem. São apenas exageros e mais nada. Querem impor uma linguagem e uma forma de se fazer mas não fazem. Não é consumível. Apenas besteiras sem importâncias que eles querem que tenha valor. Deixou de ser coisa de louco se isto era para ser visto como de louco ou uma escapada que não se define.  

O mundo estético é engraçado e um evento me marcou nesta passagem de simulacro. Coisa que em algum tempo este meu testemunho não vai ter compreensão por ser algo já óbvio. Era algo muito alucinante alguém falando sozinho. E no meio da massa como dentro de um ônibus as vezes era possível encontrar pessoas desajustadas falando sozinho. E veio o celular e os microfones quase invisíveis que permitem as pessoas falarem em alto e boa voz falando ao vento. O simulacro ganhou sentido. Com uma inversão naquele simulacro de um cosmopolitano no caos enraizado no classicismo. Estamos numa perene virtualização mesclado em apocalipse do caos e da nova acomodação da lógica. Para aqueles pessimistas em curso numa era visualizando o caos surge uma civilização compactuada com a tecnologia a posteriori com ar de artificializada que se finca cada vez mais num facultativo. E quando chegar a ser faculdade é porque o homem avançou um degrau. E nesta avalanche de desatualização permaneça até transbordar a ordem imaginativa no comum. Se é possível isto? Não dá para saber. Mas as tecnologias vem puxando se elas não se desgarrarem um dia. Ou que apareçam novas atualizações até com um quântico convergente nesta força que permanece e busca se desmanchar num micro macro sempre se desvenda. E o facultativo seja sólido e que acabem com a história de se fazer arte contemporânea. Não que os contemporâneos não tenham uma opção a mais. E é isto que se deve superar.   

Pontal do Sul

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Zygmunt Bauman e a Mancha no Brasil


Claro que a contribuição de Bauman envolve uma atmosfera estética de um cosmo que vivemos. Desde o "Véu de Maya" de Schopenhauer e Nietzsche entre outras contribuições tão presentificadas como as tábuas no "Paradoxo da Nau de Teseu". Nada se modificou no ser a não ser as tecnologias e a ciência mais atuante que vem entorpecendo nossas expectativa de vida e desafiando a existência dos deuses. E Bauman faz um retrato deste nosso tempo na forma líquida. Deus fica por minha conta. 

Mas o interessante aqui é a reportagem esclarecedora da Folha de São Paulo do artigo de Fernanda Mena. E duas citações marcam uma orientação que foge um pouco do discurso do pós guerras mundiais. É como se dissesse que não é bem assim. Eu vivi lá e sei como as coisas se deram ou a mulher dele viveu. E uma voz daquele que foi vítima e judeu destinado ao holocausto. Lembrando que a Hannah Arendt também tem uma posição em sentido próximo.

As citações são "O holocaustos só havia sido possível graças à tecnologia e a burocracia típica da modernidade".
Estes efeitos se assemelham muito ao andamento das questões da imigração e a xenofobia na Europa hoje. Tanto que até os fascistas que eram coisas superadas deram o ar da graça. As disputas por territórios já é histórica com os êxodos. Coisa que não é nova na nossa história e tem até um livro na Bíblia. Mas o que levou a este desencadeamento na modernidade foi a ambientação disto que Bauman fala na sua citação. 
No livro Modernidade e Holocausto ele cita - o holocausto "tinha seu próprio código, que tinha que ser decifrado primeiro para tornar possível a compreensão" e o "holocausto foi no auge da nossa sociedade moderna e racional" (BAUMAN, p.10 e 12). Código que os imigrantes do norte da África devem estar tentando entender junto com a complexidade dos acontecimentos na Europa. E ele fala de uma janela que se deve olhar para entender. E por falar em Janela lembrei que vou estar com minhas peças de teatro no Festival de Teatro de Curitiba 2017. E uma das peças se chama "Janela para Casmurro" com um efeito estético sobre o olhar de Machado de Assis. A outra peça se chama "O Urso de Tchekhov" do Tchekhov que foi referência mundial da literatura e do teatro. 

A outra citação da Folha: "Israel era nacionalista e nós estávamos fugindo do nacionalismo" Isto quando Bauman foi morar em Tel Aviv e não se acostumou. Aqui nesta citação é para mostrar que as coisas neste endereço são cíclicos. Com maior ou menor intensidade eles se repetem. É como a guerra que nunca deixou de existir na humanidade e já era anunciada por Tucídides e outros.

Gosto mais da outra direção mais vivida no momento que cabe dentro da estética que vem de uma colocação do Frued no livro de Bauman; O Mal-estar da Pós modernidade de mesmo título do livro de Frued que diz "o anseio da liberdade é contra a civilização como um todo". E neste momento estamos com um governo e uma rebeldia passiva que não faz deslanchar a economia e o estado de bem estar no Brasil. Estamos com uma mancha sem ver quando tudo vai ficar branco e puro, sem possibilidade de organizar o ambiente. A democracia se esvaziou e o volante ficou sem rumo. Há uma náusea persistente. Ficou difícil ser Brasileiro. Bauman fala que Walter Beijamin posiciona esta modernidade com o "signo do suicídio" e Frued como o "instinto da Morte". Tempo triste o nosso. 


Fontes:
BAUMAN, Z. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BAUMAN, Z. O Mal-estar da Pós Modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
FOLHA DE SÃO PAULO: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/01/1848245-morre-aos-91-o-filosofo-e-sociologo-polones-zygmunt-bauman.shtml

Zygmunt Bauman

As citações são " 

sábado, 7 de janeiro de 2017

Massacre de Presidiários.


Todos já perceberam a vocação fascista do novo governo deste as agressões do MBL pelas ruas em seus movimentos do pato. E se o povo constatou o tom "fascista" ele acaba de se formalizar nas opiniões dos próprios no pós golpe de estado destituindo a democracia.

Recentemente houve o massacre dos presidiários em presídios do norte e nordeste com a conta de 100 presos mortos, com características de crueldade com decapitações. Independe de quem matou para ser um massacre, nas câmaras de gás de Hitler muitos dos executores eram pessoas comuns sob a ordem de um sistema que levava eles a isto, baseado em argumentos da Hannah Arendt. E no Brasil o sistema é a falência da educação e na nova "superestrutura" que assumiu o poder. Vão aumentar os presídios e eles sempre vão estar lotados devido a esta ordem política legitimada invisível a justiça.

Mas o tom fascista ficou claro em declarações como aquelas dos manifestantes gritando "Fora Dilma" sendo que eles são os corruptos que precisavam de cadeia. Muitos deles receberam este presente logo em seguida como muitos deputados exaltados na câmara e dias depois presos pela Policia Federal.
E agora com a mortandade nos presídios algumas citações evidenciaram o tom fascista como o do Temer: "acidente pavoroso" e seu ministro: "tinha que matar mais" e "tinha que fazer uma chacina por semana". E isto lembra muito o uso da comunicação de massa nazista para justificar os atos cruéis contra os judeus. Citações que se a Globo divulgasse duas ou três vezes se tornariam uma verdade absoluta para o povo e assim os presídios se tornariam câmaras de gás. E o fascismo seria a nova ordem brasileira.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Brasil Liberal


O massacre de 70 presidiários no Amazonas surtiu alguns incômodos. A Cármem Lúcia, presidenta do STF já vinha instigando o problema com visitas relâmpagos em presídios do Rio Grande do Sul. Então a ferida estava ficando grave. Grave a gente sabe a muito tempo.

O problema que depois do golpe na democracia com o retorno dos liberais a tendência é se agravar mais, por um simples fator: o liberal incentiva as diferenças entre pobres e ricos. É a essência da estrutura liberal promover a diferença se não ela deixa de existir. E com a diferença absurda o pobre vai ser a principal vítima deste sistema.
Explicando melhor a diferença, o liberal a base dele é econômica com um estado mínimo e o privado tomando conta. Claro que parte deste privado tem que ser forte para assumir tais responsabilidades. E para ser forte tem que ser rico. E para ser rico tem que tem muito mais pobres. Nada de social neste negócio a não ser as conquistas estabelecida por um contrato social sem chance de mudança.

Mas se tudo ia bem então alguma coisa deu errado. O que deu errado é que o presídio do massacre dos presidiários é privado. E agora José?
O presidente golpista já prometeu uns 4 ou 5 presídios diante do problema das superlotações e com tendência a aumentar diante de um governo das diferenças que marginaliza os pobres. Como vai ser a administração destes presídios? Vai ser privado? Nunca aconteceu uma matança nesta quantia neste meio. O governo de lá disse que no presídio não tinha santinho. Bom, isto a gente já sabe. Eles estão lá por não ser santinhos. Mas isto legitima matar eles? Atrás desta afirmação tem a comodidade utilitária do evento. E olha que o povo nem ficou tão chocado diante deste descontrole estrutural. Será que futuramente teremos muito mais casos como este? Eles custam R$4.700,00 cada um enquanto o teu salário não chega a isto. Quer dizer, a grande maioria não chega nem na metade. Bela inversão de valores.

E falar que você não tem nada a ver com isto não é bem assim. A justiça é universal e atinge a todos. Já aconteceu de muitos inocentes nesta justiça parar lá. E você tem medo disto que eu sei. Eles usam este medo para te colocar na linha. E existe as classes menos desfavorecida que estão muito mais sujeitas a violência legitimada, como os professores que nem podem pensar que estão dentro do âmbito dos ricos. Neste negócio existe lado e o teu todos sabemos qual é. Pode até achar que não. Mas tem gente lutando pelo teu lado. Então não seja injusto com os seus. 

Hoje eu tive um depoimento de um professor que me falou que a diretora da escola dele, em Curitiba exigindo que ele cortasse o cabelo, entre outras barbaridades dos pequenos ditadores apegados aos índices de aprovações dos discursos falaciosos do melhor para a educação, segundo políticos demagógicos envolvidos em corrupção com verbas para a educação. Neles a justiça não pega, e se pega também nada muda. Lembrem-se, nada mudou. Evolução e desenvolvimento ou qualquer coisa que seja é só argumento político. Você continua escrevendo em quadros com giz como os primitivos escreviam em paredes de cavernas com carvão. Só mudou o giz no lugar do carvão. E a violência anda correndo solta como no "Massacre dos professores" no Paraná.