segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Falência e o Sebrae Cultural.



Pela primeira vez vejo uma reportagem com alguém do Sebrae admitindo que o pequeno empresário não tem noção dos deveres que uma empresa tem. Ela tem que pagar impostos. Mostrou uma empreendedora confeiteira com lindos doces estilizados e falida. Foi muito engraçado. O capitalismo continua sendo perverso. Otimismo nele é algo que alguém do meio, experiente, não pode levar em conta. 

No meio cultural é ainda mais perverso. Como uma das minhas experiências de montar uma empresa sem fins lucrativos. Veja, sem fim lucrativos. Isto devido ser uma iniciativa artísticas que nem sempre se encaixa na neurose comercial. E até pode arrecadar alguns fundos com leis de incentivos. Mas é uma grande cilada. A arrecadação não é continua e descobri que não estava isento dos impostos. E era impostos de tudo que jeito. Até aqueles que os normais não pagam eu pagava por ser diferenciado. E a pressão dos funcionários burocratas responsáveis por arrecadações era que eu deveria me tornar muito mais comercial. Mas como vou me tornar um todo comercial se minha atividade era artística? Pergunte para ver se eles entendiam minha iniciativa e as contradições? Nada. 

Há um grande abismo entre aquilo que colocam como fomento a cultura com iniciativas institucionais no Brasil. Quem se deu bem é porque tem um grande esquema como suporte. Aqueles que se aventuram estão fadados ao fracasso. E assim é a cultura no Brasil. E para o Sebrae chegar ao ponto de mudar o recado é sinal de um Brasil falido.

Claro que hoje eu saberia lidar com muito mais serenidade e não descarto o uso dos meios. Mas com certeza vou adiar o máximo sendo que não quero sustentar os vagabundos do poder. Não vou sair correndo feito um louco caindo no jogo deles que arrecadam muito mais do que fomentam. As instituições de fomento são apenas corporações viciadas em si mesmas e não estão nem aí para os objetivos daquilo que foram criadas. Vai abrir uma empresa? Fique ativo que neste território só existem lobos. As vezes uma artista pensa que sua arte vai ser muito mais reconhecida e acaba numa grande depressão e até revoltado como já fui.

Se usa muito a estratégia da vontade de uma filosofia contemporânea num envolvimento de uma consciência capitalista. E este é o grande erro do espírito moderno. Vai chegar o dia que as pessoas vão parar de pensar que para ser feliz tem que ter muitos bens para um conforto que nunca se materializa. Tudo bem que já não se trabalha como na Revolução Industrial e assim as coisas vão se transformando numa acomodação de vida mais intensa e natural. 


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