
A Fundação recebeu 268 projetos de cênicas no "mecenato subsidiado 2015". E deles alguns vão ser aprovados por uma seleção criteriosa. Na verdade isto quer dizer que os projetos vão ter um equivalente de valores para existirem. O certo seria que todos fossem aprovados por ser uma iniciativa cultural artística de promoção de uma comunidade pulsando arte. Mas não é assim que as coisas acontecem. São poucos que chegam lá e as vezes são os mesmos de sempre como tem acontecido muito. Acredito que destes uns 10 ou 20 vão ter suas propostas aprovadas. E quase sempre não é pelo seu teor artístico e sim por ter se enquadrado em um edital cheio de especificações preconceituosas e burocráticas, jogando um balde de água fria em qualquer boa vontade artística e potencialização de um grande artista.
O Brasil é um dos países que mais se cobra impostos no mundo. O governo pega o dinheiro numa iniciativa de promover serviços e fomentos. Inclusive da cultura. Só que se observar na realidade não é isto que acontece. Os impostos servem para inchar instituições que não cumprem aquilo que foram criadas no sentido de interceder no objetivo. E levando isto ao extremo de colocar que fazem o sentido ao contrário do proposto sendo que pegam muito dinheiro e dão pouco dinheiro ao fomento, marginalizando o resto que não são poucos.
O artista investidor ou empreendedor pensa numa estrutura viável e de perspectivas futuras estabelecendo uma parceria com os meios institucionais de promoção cultural. Mas na verdade isto é uma grande armadilha. Os 268 projetos pagam impostos altos já que todos tem que ter empresas constituídas. Estou certo ou não? O pior é que estou certo. Todos tem empresas e sei muito bem da quantidade de impostos que são obrigados a pagar mesmo não tendo giro, já que a arte não tem características comerciais comuns de produto. E se entram no mecenato é numa iniciativa de socorro diante do desespero que se encontram. Querem um pouco do retorno daquilo que investiram e uma esperança renovada já que o governo é o principal desestimulante da cultura, mesmo dizendo-se o grande interessado. Tive uma empresa sem fins lucrativo. O sem fins lucrativo era no sentido de me verem com alguém que não tinha interesses comerciais e que não deveria pagar impostos como eles. Grande engano. Acabei pagando muito mais.
Este artigo serve como algo que possa auxiliar aqueles que acreditam. Acreditar neste Brasil com tudo passando pelos políticos gordos é suicídio. A estrutura que o Brasil diz ter na área da cultura é uma grande mentira e só serve para alguns atrelados aos maiorais. Desconfie. Você está no Brasil. E hoje nós temos um presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli que foi assessor técnico da comissão de Educação e Cultura da Câmara dos deputados em 2010. Então não espere nada para não investir na sua própria infelicidade. Aceite o conselho de um amigo.
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