sábado, 30 de maio de 2015

Estética e Arte Dramática.



Sempre fiquei incomodado com abordagens em aulas de estética com uma orientação pelas belas-artes. De cara os professores vinham com pinturas de renomados do passado como comparações e escolas. Traduzindo em alguma coisa na grandeza da filosofia. A típica aula que dava vontade de levantar e ir embora já que ela não me serviria para nada. Tal era o meu distanciamento. Não que eu não goste de pintura, sendo que meu início artístico foi as pinturas a óleo e poderia ser um grande pintor um dia se estivesse lá no passado. Os tempos hoje não sugere uma vocação deste tipo e sim para uma ação entre 4 paredes. Não pensem que é cama e sim um cenário repleto com movimento.

Agora ficou tudo muito claro quando inicie a leitura do texto "A obra de arte viva" do Adolphe Appia. E já de cara, no inicio do livro ele abre aquilo que faltava concluir:

"Existe, porém, uma forma de arte que não encontra o seu lugar nem entre as belas-artes, nem na poesia (ou na literatura) e que não constitui menos uma arte em toda a força do termo. Pretendo referir-me à arte dramática". (p.20)

Claro que isto é um problema na estética já considerando a arte poética nos moldes das tragédias gregas que desencadearam toda uma representação viva no prático humanizado. Suspeitando que tudo que fazemos está inserido nele nas formas de espelhamento. É um rompimento incomodo na estética. Se faço teatro e numa aula alguém vem me falar de pinturas é quase como se sentir esfaqueado diante da importância do primeiro. Como falei; sem tirar o mérito das pinturas que lembra muito as cópias do simulacro de Platão. Acho pouco confiável.  

Nenhum comentário: