sábado, 23 de maio de 2015

Crítica Teatral e o Jornalismo Cultural



Muitas vezes o espetáculo se sente órfão numa espécie de solidão. O público almejado não é aquele que a direção gostaria de ter. Uma das realizações principais é de ter os seus como os amigos, a família ou um grupo específico diante do tema da obra como público. Tal empreendimento não se realiza e é mais fácil desenvolver um trabalho na perspectiva de ser surpreendido com um público alternativo, para não se frustrar. Aquelas pessoas amigas, as mais amigas com certeza vão ter uma justificativa de trabalho ou estavam viajando. Mesmo que o ingresso seja gratuito. 

Outra solidão dos espetáculos é o reconhecimento. Aquele olhar de alguém do meio que venha dizer que você faz parte de uma escola artística e sua proposta é uma pesquisa apropriada. No geral as pessoas vão pelo entretenimento e provavelmente vão falar pouco sobre o que viram. A vida prática filosófica de um mundo em movimento com os detalhes sem os critérios, inseridos numa atmosfera comum. 

São etapas de uma reflexão nas montagens que não devem ser negligenciadas num amadurecimento de grupo sabendo o que esperar do trabalho. São inúmeras as situações que podem se apresentar e fragilizar a iniciativa. As armadilhas do que esperar de um trabalho pode ser desgastantes num processo. Uma vez fui divulgar a minha peça num evento cultural e o produtor mandou um segurança me expulsar da frente do espaço. Um segurança que não mediu esforços para fazer o seu trabalho sendo que no dia da apresentação da minha peça me encontrava cheio de dores.
Não se pode esperar muito de um desenvolvimento cultural no Brasil. Existe aquele olhar que nós somos europeus quando assumimos uma desenvoltura cultural com um refinamento ético e moral, sendo que somos brasileiros de um povo singular sem ser cópias. Aqui as coisas são diferentes e o de fora é só uma utopia de um mundo melhor. 

A estratégia de divulgação de uma peça é necessária e faz parte do sucesso já que os grupos no Brasil não contam com os recursos e fomentos que dizem dar. Deve-se esperar um mínimo para se satisfazer com uma média não esperada. É como filósofos que condicionavam suas vidas num padrão de não se esperar muito para se satisfazer com o pouco. Isto é uma tática e não uma regra já que o sucesso vai vir com toda a certeza. Faz parte do amadurecimento evitar frustrações e as vias do crescimento no trabalho. É uma arte do brilho. Não merece ser ofuscado.

Nenhum comentário: