Vivemos uma vida que se pode dizer intensa. Por mais que não se queira fazer nada se faz alguma coisa. Existindo momentos de verdadeira contemplação naquilo que se faz aprender a andar de bicicleta. Era uma já usada e resistia ao tempo e nele pude constatar a qualidade do vento no rosto pedalando pelas ruas. É como Artur Azevedo num dos textos dele colocando a experiência de uma criança no início do século no Rio de Janeiro andando de bicicleta em épocas que ela estava sendo inventada.
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Richard Lindner: Boy com Máquina |
Só que deveriam se libertar e perceber que nossas vidas nem sempre se enquadram dentro daquilo que estabelecem como uma onda a ser seguido. E neste caso os artistas no geral se enquadram como libertados.
Os animais brincam. Os homens buscam as brincadeiras num intuito de ser contrário ao pessimismo da realidade. Dá para perceber que é uma causa da natureza se manifestar de forma otimista. E aqui se misturam aqueles que pensam não ser artistas. Toda a produção tem um efeito artístico. Uma bricolagem. Muda-se um cano de água para facilitar um manuseio. Se coloca uma luz para iluminar as noites. São padrões da vida.
No teatro se tem as técnicas para um desenvolvimento dos palcos no trabalho dos atores. Que hoje se confunde muito com a inércia tecnológica de que avançamos na representação com seus usos. E quase sempre se confunde nas alternativas deixando o público a desejar um espetáculo totalizado em uma obra. Não um exato absoluto e sim ele com suas intuições que aproximem o público com uma elevação artística. Existe um poder nas coisas feitas que não se deve diluir para uma desconstrução que não seja a obra. Um modismo na tentativa de trilhar um modismo que não sustenta uma arte que precisa manter sua identidade. A representação vai continuar existindo e diante de um mundo prático excluí o simulacro que as técnicas viabilizam. Ainda somos máquinas práticas sujeitas a uma esquizofrenia limite. A cura não se viabilizou e não é os artistas que vão conseguir implantar um chip de transcendência.
O teatro com suas características ganha um glamour quando ela mantem sua personalidade dentro de um espaço que lhe é delimitado. Isto ajuda na visualização de uma profissão que alça degraus nas pesquisas dos espelhos que somos. Não há um grande objetivo a ser alcançado nas tecnologias senão aquelas que auxiliam a obra. Dar um passo além disto e dar um passo atrás no brilho desta arte. Confundir não melhora em nada.
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