sábado, 25 de julho de 2015

Escolas de Teatro



Diante de uma passagem com escola de teatro no interior de Minas Gerais com a tentativa de mobilizar uma quantidade de alunos e assim cobrir a demanda para um grupo de teatro durante muitos anos. E depois na capital do Paraná percebendo as escolas e contatos com seus alunos, algumas coisas ficaram visíveis. 

Hoje já posso dizer para um ator de que escola ele veio por suas características e o que fala sobre o assunto. Sei o que vou ter que trabalhar nele para chegar no resultado das cenas. E nem sempre consigo estabelecer um diálogo que possa personalizar e o rompimento e afastamento acaba sendo inevitável. 

Uma das grandes diferenças são aquilo que vou chamar de ator social. Isto devido a formação dele ser junto com uma quantidade de alunos na sua escola. Ele vem preparado para conjunto e não se afinou como o ator em si convicto de sua atuação. Daquele tipo que o papel é distribuído em dezenas de personagens e só espera a sua vez para despachar a sua fala. 
E vindo do interior onde a demanda de alunos era mais minguado me acostumei ao trabalho de no máximo 2 ou 3 atores em cena. E com isto o desempenho do ator é muito maior. O trabalho do ator pesa mais. E o conflito entre a formação e a nova meta se borra toda. 

Mas este detalhe não é só com os atores num grande centro. É também nas pesquisas de grandes nomes que tiveram a disposição sempre uma quantidade de atores e papeis a desenvolver. E todo o processo de pesquisa é pensado na encenação do ator social e não na ação aristotélica do ator. Ainda acho este profissional meio perdido no saber de sua arte por não ter as dimensões na construção daquilo que se propôs saber. Existe muita bobagem sendo falada e no uso deste profissional na sua desvalorização quando se pensa a montagem e as vaidades dos montadores. A abordagem da mídia desvaloriza os atores a menos que seja um global. Se pensa na montagem e não nos profissionais envolvidos. É isto que quero dizer. Claro que a montagem carrega o mito. 

Um dos problemas bem sensível de uma escola em Curitiba é de seus atores desenvolvendo seus papeis forçosamente olhando para frente em direção ao público quase nos modelos pré modernos na importância dos textos. A cena no palco deve ocupar todo o seu espaço e não ficar só na frente como se o público tivesse que enxergar o tempo todo os olhos dos atores. 
E uma das coisas que percebi são aqueles atores sociais adquiridos que não experimentam outras direções e acabam comprando todo o pacote de vícios da sua escola. Pode ter aprendido alguma coisa mas vai carregar a marca da escola na testa. E nem sempre ser um ator social em harmonia com o grupo pode ser considerado um ator na integra fazendo um personagem com qualidade. O talento se manifesta quando tiver o palco só para si. E aí vai ter que ter um diretor que saiba trabalhar as minúcias da ação.

É claro que a generosidade vai imperar diante de algo que já tive como meta dos interesses em jogo. Mas não podem ser só interesses que algumas vezes umas escolas demonstram no discurso para seus alunos. Estes alunos são porta vozes e aí não dá para segurar a revolta do mal intencionado. O cuidado com o aluno ator deve ser de um respeito profissional na busca de tornar ele o melhor e levar o nome da escola as alturas. Quem abusa pode receber uma crítica pesada uma hora destas. 

Alunos da Escola Teatro Oficina de Brincadeiras 

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