Dois nomes passam pela referência da educação ocidental que é o Aristóteles e Rousseau entre tantos. Estes considero essencial no apontamento da representação e a mimética que faz parte de nossas vidas. O doce da vida é olhar a natureza e perceber a diferenciação do homem diante dela com a capacidade de transcender. Se alguns colocam problemas na representação e até assimilam olhares acertados de Platão, não tem como negar que precisamos da referência senão o mundo seria o caos. Isto não tira o mérito do caos e da complexidade no nosso reino.

Em Aristóteles tem o trabalho da ação como ferramenta principal do teatro no palco ou nos palcos da vida, com uma contemplação realçada em pensamentos de Platão que nos leva a imagem com uma união da imagem e a ação numa filologia, se for o caso, da imaginação. E ela se soma com uma criatividade na natureza que nos torna especiais entre outras faculdades. A criança descarrega uma espontaneidade que a natureza desperta nela com uma inocência construtiva beirando uma sublimação. Qual é a pessoa que não gosta de ver uma criança fascinada pelo que está fazendo? A inocência aparenta uma falta de cultura e acaba sendo um equívoco quando alguns filósofos descobriram que de inocente a inocência não tem nada. E através dela se chega no topo da rebeldia humana contemplativa.
E a criança externaliza suas tentativas em intensa movimentação para a contemplação dos pais na experiência do fenômeno que não é completo na realidade até internalizar e se tornar uma memória do objeto manipulado. Richard Courtney cita que "o processo dramático é um dos mais vitais para os seres humanos. Sem ele seríamos meramente uma massa de reflexos motores, com poucas qualidades humanas". E em Atenas "o teatro foi a maior força unificadora e educacional". Eram recitadas passagens inteiras de Homero "com recurso teatrais - inflexão, expressão facial e gestos dramáticos. A música incluía o estudo do ritmo e harmonia". Nos "esportes recebiam grande incentivo, das corridas ao jogo de bola, e lutas, equitação e dança". Hoje se coloca tudo isto como importante mas não é uma prática. E se é pratica ele se dá para poucos resistentes que passam por cima dos discursos teóricos de civilização. Somos sombras de um mundo utópico com alguns dizendo que é nossa realidade.
O jogo amadureceu e toda consciência se virulalizou numa inércia de vida. O jogo virou cultura e a arte ganhou adeptos. A abstração se somou ao olhar acomodado e todo o jogo ganhou aspectos de uma natureza vibrante no vento. Se vai jogar bola ou jogar baralho é ela viva pulsando. E tem aqueles com o refinamento através do teatro que ganha embelezamento cultivado para uma vida mais redonda. Embora em Platão por não apoiar o teatro colocava que ao contrário deste refinamento a platéia poderia aprender e ser influenciado negativamente. Mais ou menos o que a Globo com suas novelas e manipulação vem fazendo com o Brasileiro. E visão que foi usada intensamente na idade média pelo cristianismo, e ainda é.
"A imitação é natural no homem desde a infância, sendo esta uma de suas vantagens sobre os animais inferiores, pois ele é uma das criaturas mais imitativas da terra e aprende primeiro por imitação." Isto tudo quem fala é o Aristóteles. Então por que não valorizar o teatro?
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