
"O nível de relação que o ator pós-dramático deve estabelecer com os próprios materiais de atuação diferencia daquele explorado pelo ator dramático, envolvendo dessa maneira processos técnicos e subjetivos mais complexos." São duas palavras que não cabem em um mesmo sentido e o exagero fica no "mais complexos", "subjetivo mais complexo". E fica naquilo que o todo não explica as partes e o desenvolvimento é sempre de um todo querendo dizer algo que nunca diz. Como falar de sentido se ele não é o caminho para um entendimento?
"O ator/perfomer deve saber como justificar, como preencher as próprias ações a partir do procedimento e elementos que ultrapassam os recursos e instrumentos oferecidos pelos sistemas de atuação utilizados pelo teatro dramático ou épico, tais como aqueles elaborados por Stanislávski, M. Tchékcov, Brech etc."
O sentido não está na citação. Existe uma indicação que não é propriamente o sentido que diz ser de interno a externo do ator que ele vai ter que procurar este sentido em outras vias. No Stanislavski, no Tchekcov e no Brech e sei lá por onde.
"O ator, em tais casos, muitas vezes não dá corpo às próprias ações a partir de significados preestabelecidos, pois eles não são necessariamente constituídos de tais linguagens." E o texto todo segue como algo sendo dito e as palavras não se definem. Não há um exemplo prático de palco para estabelecer uma ligação que complete o sentido. Não há o brilho da pena assistido pela lanterna de querosene que crie um deslumbramento reconfortante. Parece o Machado de Assis prolixo de começo de carreira.
A próxima vai ser sobre as partituras para atores pós-dramáticos. Isto porque eu sou bem humorado e com tempo. Continuo lendo O ator pós-dramático: um catalisador de aporias? do Matteo Bonfitto do excelente autor de O ator compositor.
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