domingo, 26 de julho de 2015

Tragédia



Os Brasileiro hoje tem um discurso enfadonho do tipo serve para alguém que eles não sabem quem é. Não serve para eles claro. Mas na dita resignação compram o discurso por já ter uma genética empobrecida no seu espírito. 

Numa antropologia se afinando ao trânsito humano sobre está crosta podemos dizer que os Gregos já denunciavam aquilo que continuamos sendo hoje. Um ser trágico numa existência sem amparo algum. A tecnologia avançou e nos mostrou que estamos mais sozinhos do que pensávamos, com um universo muito grande. Poderia dizer infinito só que isto implica em algumas aceitações. 
O homem diante do fenômeno aceitou a existência de forças que mais tarde iria cultuar e culpar por nos ter deixados aqui. Eles se chamam deuses e era uma infinidade de deuses no culto grego. Mas mesmo com a tendência a crença ele sempre esteve aliado a tragédia. Que por sinal foi a fonte primeira do teatro. Olha só a importância disto! Ampliando para a representação. 

Se vendo desamparado e com uma existência no sofrimento descobriu a poesia através dela. Um ritual desvendando o humano nas suas entranhas líricas e nas suas vivências. E aqui fica duas linhas divisórias com uma sendo utópica religiosa e outra realista no sentido do desamparo trágico. Muitas tragédias foram feitas nesta base que é ainda a nossa base de pensamento da gênese. No utópico há uma amortização com a possibilidade de não ser a verdadeira realidade de um mundo que o ser humano é cíclico. Poderia falar num fim só que a religião grega esteve rodeada com o estoicismo de uma natureza que se renova. E de certa maneira o épico é a forma desta renovação no homem que busca seu cíclico racional nos eventos heroicos que perpetuam sua memória. Não estou falando de uma existência gelada de um ser morto no final. Mantendo um desamparo com emblema de esperança. O Desamparo leva a dor da existência e o sofrimento. Sofrimento que para a tragédia era o meio de instrução. Melhorando: o sofrimento era o meio de instrução. Muitas coisas aconteceram na Odisséia de Homero que leva a isto, no livro sagrado grego. 

Por mais que digam que algo se renovou nada se renovou. Tudo é o mesmo e todas as questões trágicas estão no nosso meio. Uma aceitação de lei que pode ser contestada como Antígona fez. Uma viabilidade do destino como levou Édipo a casar com a mãe e matar o pai. Como o discurso da ditadura militar que acabou no Brasil sendo que nunca se teve tantos presidiários e tantos ônibus queimados num evento de confronto militar. Pela proporção daria para dizer que a ditadura militar não existia diante da dimensão e dos feitos militares de hoje com a sofisticação tecnológica das armas e controle de comunicação. Mas o discurso é aceito na característica de que somos resignados em uma aceitação do padrão trágico do medo diante do desamparo. E que medo e piedade veio na mesma linha com Aristóteles que compôs a Poética como livro sagrado do teatro. Não existe o debate trágico no Brasil com a aceitação do discurso de que temos uma liberdade com leis sendo feitas para proteger estas liberdades e assim a quantidade carcerária já é parte da população significativa. Situações simples para evitar isto poderia ser efetivado mas a burocracia das leis e militar não deixa. Então estamos num estado patológico de existência de um estado ruido. Seria melhor voltar com Nietzsche para a terra natal sem carregar nenhuma cruz. Vamos deixar o Brasil deste povinho que aceita os sofistas, mesmo eles tendo cagado na cabeça do Brasileiro.


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